A.N.A.T.O.M.I.A.

Nome: A.N.A.T.O.M.I.A
Autor: J.K
Gênero: Romance, Terror, Drama.
Capítulos: Indeterminado
Avisos:
-Sexo explícito (e NÃO vai ser necessariamente com gente viva. Mas eu pretendo avisar quando for assim;D #FIKDIK)
-Uso de drogas ilícitas
-Desvirtuamento de valores.

Quem não se agrada com terror e assuntos meio polêmicos e até nojentos pode estranhar a história. Mas garanto que é boa ;D

Sinopse:
Andrea Pristley era uma recém-iniciada na faculdade de medicina na pequena cidade de Kiel, na Alemanha.
Confiante do futuro próspero na área da saúde, Andrea não levou em consideração os constantes avisos que os superiores lhe davam...
“Eu me fechei na escuridão
Sangrento era o corpo em minhas mãos
Eu a arrastei até o cemitério
Seus olhos brancos eram cadavéricos
Me fechei na escuridão
Eu lavei o sangue seco em minhas mãos
O que eu fiz é algo tão intenso
Eu precisava saber como ela era por dentro...”.

Eu me fechei na escuridão
Sangrento era o corpo em minhas mãos
Comprei a arma só pra te assustar
Minha intenção não era de te matar
Eu a arrastei até o cemitério
Seus olhos brancos eram cadavéricos
Me fechei na escuridão
Eu lavei o sangue seco nas minhas mãos
O que eu fiz é algo tão intenso
Eu precisava saber como ela era por dentro...
MALDITA.-ANATOMIA.

Estávamos no laboratório; Tendo a última aula de anatomia do dia.
Formei grupo com Gustav, Tom e Georg. Que no momento pareciam ser as pessoas mais dignas de confiança profissional...
O tal Tom segurava um bisturi de maneira tão confiante que se o tivesse conhecido longe do hospital poderia me afastar, pensando que era um serial killer... E dos perigosos.
Ficamos dissecando um corpo pela segunda vez naquele mês. O professor Gordon pareceu gostar de nos ver em situações constrangedoras; Metendo as mãos nas gorduras internas e retirando os órgãos com as próprias mãos.
Era repulsivo pensar a que ponto chegava o ser humano. E ao mesmo tempo fascinante.
Estava pouco concentrada e fazendo pré-diagnósticos a respeito da morte da mulher mentalmente; Quando um garoto, trajando um jaleco branco, impecavelmente passado e exalando um perfume suave preencheu o ambiente e despertou não só a minha atenção, mas de todas as oferecidas ali.
Não que eu desejasse virar lanchinho de médico... Definitivamente eu levava meu “trabalho” a sério demais. E mal admitia quais queres distrações.
Por isso me afastei do garoto. E o observei de longe até que veio meio que com “o rabo entre as pernas” até o nosso grupo. Julgando que estávamos em número par. e não impar como o correto.
-Meu nome é Bill... -cumprimentou o garoto cortês.
-Bill de quem?-indaguei com uma sobrancelha erguida; Que dava a ligeira impressão de que estava mais do que desconfiada.
Como um garoto virgem diante de uma cafetina, ele apertou os olhos e tento não vomitar.
-Só Bill. Por favor?Huh?
Meu semblante voltou ao normal e não respondi. Apenas fiz menção para que chegasse mais perto do cadáver sob a maca, não muito a nossa frente.
-Qual o nome dela, Georg?-questionei sarcasticamente, colocando em seguida uma máscara cirúrgica na altura da boca, cobrindo toda a extensão e parte das narinas.
-Acho que... Marta; é o nome da nossa escolhida. Rebateu o futuro médico, maroto. - Ela não adorável?
Ao redor daquele projeto podre de carne, ninguém estava em seu juízo normal... Então, dávamos nomes aos mortos, imaginávamos suas mortes e calculávamos até o momento exato de seu óbito.
Pelo menos... Era assim comigo.
Questionava a que ponto os vermes consumiriam sua carne na busca incessante de sorver todos os pecados. Imaginava o sangue seco e coagulado em suas partes baixas.
Era até um hobby doentio que cultivava.
-Já disse que você precisa de um tratamento intensivo na ala psiquiátrica?-indagou Tom balançando a cabeça negativamente, de forma que parecesse mais esperto do que realmente era. -Quem sabe um chá de “semancol” te põe nos eixos?!
-Não brinque com os mortos... Ou eles brincam com você. -Meteu-se Bill remexendo no corpo como se fosse um grande profissional. E principalmente: sem a minha permissão.
Aquela frase tomou meus pensamentos.
Ok. Não que eu costumasse dar nomes aos bois. Ou melhor, aos mortos; Mas parecia tudo tão inofensivo e idiota. Que mal um pedaço de gelo poderia me fazer? Se não fosse tão cética.
-Ótimo, outro amante de reencarnação. -Debochou Gustav. -Para com essa baboseira!
Um brilho relampejou pelas retinas do garoto. Ele pareceu estar ofendido.
-Um dia o mundo te ensina a tratar com mais respeito àqueles que já se foram... Só tome cuidado, Schäfer... Ele pode não ser tão piedoso... -finalizou cravando um bisturi no pescoço da “Marta”.
Retirou suas luvas de látex brancas, largando-as na bancadas e retirando-se sem mais comentários.
Entreolhamo-nos por alguns segundos antes de ignorar aquela menstruação precoce do novato.
-Não o quero mais na minha equipe... -pronunciou Gustav. -Ele é muito atrevido pro meu gosto.
-Se você chutar todo mundo que se opõem a você... Fica difícil de achar alguém que verdadeiramente preste. E o garoto... Fez um bom trabalho no pescoço. -Defendeu Tom.
-Tá falando daquele corte imundo? Fala sério... -sarcástico Gustav murmurou.
-Ele pelo menos tem a firmeza de punho; Não é que nem a Sanders que quase fez origami com a pele da morta. -comentei lançando a cabeça de leve na direção da maca a nossa direita.
Rimos em baixo tom.
-Repense à entrada do garoto no grupo; Sabe, pode ser uma boa ideia... -Aconselhei fitando meu relógio e constando que em poucos minutos seriamos liberados da tarefa. -Você não vai mais precisar se queixar de fazer tudo “sozinho”.
Ele riu de maneira sarcástica.
-Não nasci pra dividir a honra com perdedores. Que procure gente da mesma estirpe que ele...
Joguei meus braços ao alto em rendição.
-Like a Boss... -sussurrou Tom rindo.
-Muito bem pessoal; Larguem seus bisturis. Vou expor os resultados na quinta, no mural principal. Aguardem. Boa noite. -Despediu-se Gordon. Realmente breve.
Retirei as luvas e máscara, descartando-as na lixeira hospitalar situada abaixo da maca.
Todos os presentes fizeram o mesmo com seus respectivos objetos de trabalho e aos poucos a sala foi se esvaziando.
Agarrei meus guias medicinais e retirei o jaleco branco de meu tronco, dobrando-o e o deixando em meus braços.
-Cerveja?-ofereceu Tom.
-Não. Preciso descansar. Amanhã tenho curso extra de árabe. -cortei. -além do que quero visitar meus amigos em Berlim... Então... Sinto muito.
Ele riu.
-Desisto de chamar você pra sair; Mal se formou e já é tão compromissada. Como vai ser quando trabalhar 90 horas por semana?-perguntou Tom.
-É exatamente por isso que eu não quero me envolver, Tommy. Embora você seja adorável e uma ótima pessoa.
-Inacreditável. Toda a vez que converso com você tenho a impressão de que estou batendo um papo com a minha avó. Para com isso. Tão jovem e nem quer se perder. Que chato!
-O problema de me perder, é que eu sei que ninguém vai vir pegar na minha mão e mostrar o caminho de volta. -sussurrei. - Mas, divirta-se.
Ele riu e me abraçou ternamente.
-Gosto de ficar com você. -acariciou meus cabelos.
Gustav apareceu, e pigarreou.
-Pode soltar a MINHA namorada?-perguntou o loiro sarcástico.
-Não. Quero que você me mate e me coloque como doador de corpo para fins científicos. -Respondeu Tom sorrindo.
-É o que eu vou fazer. Some. -mandou o Schäfer autoritário. -É uma ordem.
-Jura? Com tanto carinho. -debochou. -até mais Andy.
Revirei os olhos e guardei meu material no armário posto a minha frente.
-Vou ter que colocar um rastreador no seu canino? Quando vai aprender que o seu lugar é ao meu lado?-perguntou ameaçador, realmente me prensando contra os armários.
-Você sempre faz questão de me prender né?Por quê?-indaguei curiosa. -um dia vai ter que me deixar partir.
-Nunca. –Respondeu. Distribuindo uma trilha de beijos por meu pescoço e destilando seu perfume que quase sempre me deixa bêbada demais pra pensar coerentemente. -sempre ao meu lado, lembra? Desde os cinco anos até a faculdade e até que morramos.
-Ou até que nossos corpos sejam doados a universidades para fins científicos. -Devolvi rindo.
-Posso dormir com você, hoje?-perguntei acariciando sua nuca. -Estou mais insuportável que o normal.
-Acho que posso suportar isso. Só espero que não faça disso um costume. Gosto de me espalhar na cama. -Falou Gustav com um ligeiro orgulho estampando seu rosto.
Revirei os olhos.
-mas antes... Que tal uísque?-propus com um sorriso irônico.
.-P. D.V. - Slaver.*
Acho que não consigo descrever em palavras o nojo absurdo que estou sentindo deles...
Ódio, nojo,vingança... Tudo junto e mixado na mesma garrafa, com altas doses de pensamentos concupiscíveis.
Tinha planos para aqueles desperdícios de carne humana... Realmente deliciosos.


Slaver*-Escravo. -Figura “oculta” na fic xD

Ela estava com os braços ao redor do pescoço dele. Gingando seus quadris e cavalgando sob o colo dele, rindo como uma completa bêbada que era e deixando a música pagã acariciar seus ouvidos de forma violenta.
Ele não tinha papel ativo na relação... Apenas jogava a cabeça pra trás e sussurrava palavras sem nexo enquanto ela se rompia em gemidos e gritos de total satisfação.
Arranhou o tórax do rapaz quando chegou ao ápice dos prazeres mais carnais; Realmente fincou as unhas esmaltadas em preto na carne branca, abrindo arranhões avermelhados e expondo a gotículas mínimas de sangue.
Ele pareceu excitar-se com aquilo. Tanto que soprou um grito grosso, que preencheu o quarto poucas vezes que eles se amaram ali.
Após aquele ato de puro descontrole, prevaleceu apenas o som da chuva chocando-se contra o telhado do hospital e universidade.
Andrea não se lembrava com clareza de como havia chegado ali... Só pensava que o dia seguinte havia sido perdido por uma transa inconsequente, no escuro, com o cara mais metido da universidade.
Com carro conversível, mansões na Califórnia, um sotaque britânico maravilhoso e um estranho gosto por figuras esportivas; Não o enxergava como um importante cirurgião. E sim como um idiota esbanjando a grana do papai de forma inconsequente. Era assim que ela o imaginava.
Por mais cruel que soasse.
Saiu do encaixe que o quadril dele exercia sob ela e descansou o corpo cansado em um travesseiro branco, extremamente macio. Que não parecia ceder com seu peso.
Respirava descompassada.
Gustav havia se levantando um tanto tonto. E bebericado um pouco de uísque, antes desligar o som e acender um cigarro com seu isqueiro de prata importado. Derrubou as cinzas em um cinzeiro chileno e tragou a fumaça como se fosse essencial para sua existência.
Tossiu como um imbecil pela própria afobação.
Mas toda vez que estava em uma situação de transe ou de transa mesmo; Prendia a respiração, soltando-a só quando chegava ao orgasmo.
E com Andrea, ela primeira vez o ato não se consumara.
Por isso, em indignação com a própria incompetência descontou tudo no cigarro que podia queima-lo e trazer um câncer maligno aos 38 anos de idade.
Tudo com Andy era estranho demais... Quando estavam finalmente concretizando o ato de se comerem da maneira mais louca vinha à cabeça de Gustav a lembrança o dia em que brigaram em seus altos e baixos adolescentes.
Algo realmente broxante.
Lembrava-se até das coisas que normalmente não se recordaria.
Nada que não fosse possível contornar. Era só abrir os olhos e encarar a expressão de total e absoluta satisfação dela que conseguiria jorrar seu liquido fértil num piscar de olhos; Era ordinário pensar daquele jeito. Mas simplesmente era.
Andrea não era indesejável pra ele. Ao contrário. Contagiava o ambiente fúnebre dos mortos com sua alegria e o sol iluminando seus cabelos. Era a perfeição transvestida de humana.
Pelo menos ele a enxergava assim.
Como o centro de sua vida e o fio de sua existência.
No último ano do colégio, não controlou seu sentimentos e simplesmente transpareceu tudo a Andrea. Pediu-a em namoro e ingressou na faculdade de medicina junto a ela. Não por que se achava um nato curador... Mas por gostar de coisas bizarras e, sobretudo por querer ficar ao lado da amada na longa jornada. Até o fim de suas vidas, como jurava o carvalho em que tinham cravado suas iniciais por volta dos quinze anos.
Definir o relacionamento deles seria como resumir uma vida inteira em um dia.
De certa forma, orgulhava-se de ter uma proximidade tão intima com uma mulher de fibra e inteligência como Andrea. Era uma honra. Não se faziam mais mulheres como ela...
Sorriu de leve e resolveu voltar pra cama. Abraça-la ternamente pelas costas, como costumava fazer desde criança e aspirar o quanto pudesse o aroma doce de seus cabelos.