Capitulo 8
Quando o amor bater em sua porta...
Por Miranda
Eu me sentia estranha. Pela primeira vez, em muito tempo, eu era feliz. Fiquei com o seu sorriso em minha mente. Não sabia que sentimento havia despertado pelo Bill, mas eu gostei da sua companhia e de quanto ela me faz bem. Eu dormi tão bem que sequer tomei os remédios. O dia seguinte parecia mais alegre, eu havia sonhado com o Bill. Shayera logo percebeu algo de errado.
-O que houve? – Ela me perguntou logo que me sentei à mesa para tomar café da manha.
-Nada.
-Você esta diferente, parece mais... Feliz.
-Ora, não posso sequer ter um minutinho de felicidade? Egoísta!
-Chata. – Ela me mostrou a língua. Era uma boba.
Aquele dia estava mesmo bom. Meu celular tocou ao som de Still Loving You, de Scorpions. O numero era do Bill...
-Oi?
-Miranda?
Eu quase desmaiei. Nunca tremi tanto ao ouvir uma voz.
-Bill? Que bom que ligou!
-É... Humm... Bem, eu gostaria de saber se você esta livre hoje a tarde para... Bem, eu queria que você me ajudasse com umas compras...
-Compras? – Eu não gostava de compras – Claro! – Mas se tratando do Bill, eu iria até em show gospel.
-Você aceita? Ai que bom! Eu estarei em frente a sua casa as 3 horas!
-Ótimo! Eu te espero! – Sempre.
Shayera me olhava com um olhar irônico.
-Bill? Agora entendi a felicidade.
-Não sei do que está falando...
-Que Bill é esse Miranda?
-É só um amigo.
-Que amigo? Eu o conheço? – Ela estava curiosa.
-Ahmm... Acho que sim...Bill Kaulitz... Minha voz custava a sair.
-Não te ouvi Miranda.
- Bill... Kaulitz.
-Oi? Ainda não te ouvi.
-Bill Kaulitz!
-O quê? – Ela parecia furiosa.
-Isso. Bill Kaulitz.
-O irmão daquele imbecil? Miranda, você bateu com a cabeça?
-Shayera! Eu e o Bill somos amigos. Além do mais ele e Tom são irmão gêmeos, não quer dizer que sejam iguais!
-São da mesma laia!
-Você não o conhece!
-E você conhece?
-Não sei o que houve entre você e o Tom, mas sinceramente não me interessa. O que não justo é você ficar me impedindo de falar com os caras por bobagem sua!
-Miranda!
-É isso mesmo! Você deve amar tudo isso: solidão, amargura! Você é muito egoísta Shayera, só ama você mesma! O amor passa somente uma vez em nossas vidas. Se ele bater em sua porta, deixe-o entrar... Mas acho difícil para você...
Aquele dia eu quase fiz Shayera chorar. Eu sai e a deixei na mesa, imóvel. Depois eu fui às compras com o Bill, e para minha total felicidade nos tornávamos cada vez mais próximo.
Capitulo 9
Compras
Por Bill
Eu mal podia acreditar. As compras eram um pretexto para tê-la por perto. Eu olhava para o relógio, o tempo parecia não passar. Às 3 horas em ponto, eu estava em frente a sua casa. Era outono, ela vestia calça jeans, jaqueta de couro preta sobre um moletom cinza e anckle boots pretas.
-Miranda!
-Demorei? – Seu sorriso era radiante.
-Não... – Eu parecia um bobo
Eu olhava intensamente em seus olhos e pela primeira vez desde que os vi eles pareciam felizes. Eu me controlava para não abraçá-la e dizer que a amo. Ela sorriu, por um momento pensei que soubesse o que eu estava pensando.
-E então... Vamos? – Ela disfarçou. Eu nunca senti nada igual, era um sentimento inexplicável.
-Vamos.
Aquele dia foi incrível. Eu mal conseguia escolher as roupas. Eu a observava enquanto ela toda tímida me mostrava como ficara com um vestido vermelho. Aliás, como ela ficava bem de vermelho. Depois fomos à loja da Dior, minha grife favorita. Embora ela não gostasse muito de compras, ela disfarçava só para não me desagradar.
-E então? Ficou bom? – Eu lhe perguntei enquanto eu lhe mostrava uma camisa branca que eu experimentava.
-Está lindo! – Seus olhos brilhavam como estrelas.
-Ah... Não sei... Acho que não ficou bom... – Oh! O velho golpe eu queria ver o que ela diria.
-Bobagem... Qualquer roupa fica bem em você! Você é lindo... – Neste momento quem ficou vermelho fui eu.
-Lindos são seus olhos, seu sorriso... – Eu disse quase que sem querer.
Nos olhamos com intensidade. O silencio pairou no ar, até a atendente sentiu o clima e se afastou. Ela se levantou, veio até mim, tão próxima... Levou as mãos ao meu peito para abotoar um dos botões da camisa que eu vestia. Nossos lábios cada vez mais próximos, eu mal podia segurar a emoção...
-Bill?
Algum “corta-clima” entrou no provador. Quem poderia ser uma hora daquelas?
-Natalie?
Natalie Franz era minha maquiadora a 5 anos e também era minha melhor amiga. Mas aquele era o ultimo lugar que queria vê-la.
-Fui até sua casa para te lembrar daquele photoshoot e... Eu estou atrapalhando?
-Não! – Miranda pareceu frustrada e furiosa.
-Eu acho que vou esperar lá fora... – Natalie tentou consertar.
-Não precisa! O Bill só está experimentando algumas roupas...
Eu já estava sentindo os lábios da Miranda tocar os meus. Depois disso, fomos embora. Apesar deste episodio desagradável, o dia fora incrível, exceto pela Natalie que voltou conosco.
-Está entregue... – Eu lhe disse, meio sem graça.
-Obrigada... Por tudo. – Ela olhou bem em meus olhos.
-Ora, não foi nada! Só fomos às compras.
-Foram as melhores compras da minha vida! – Seus olhos brilharam.
Ela me abraçou. O abraço dela era como se preenchesse em mim tudo que me faltava. Um abraço quente, tudo que eu esperava. Ficamos assim por um longo tempo, sem dizer nada. Até Natalie, finalmente percebeu e se afastou.
-Bill, preciso me soltar deste abraço... Mas, não quero, não consigo... – As lágrimas escorriam por sua face. Era como se ela também esperasse por aquele abraço.
-Não precisa se não quiser.
-Obrigada. Bill, você é incrível.
Ela me soltou e se afastou. Aquele momento, como todos ao lado dela, foi incrível. Agora eu sabia o quanto eu a amava.
Capítulo 10
Lágrimas de crocodilo.
Por Shayera.
Eu estava em minha casa, esperando Miranda voltar das compras com o Kaulitz. Eu estava tão mal, queria pedir desculpas a Miranda pelo meu egoísmo. Mas só de ouvir o nome Kaulitz, meu sangue fervia, pois me lembrava do Tom... Como eu o odiava! Só de ouvir seu nome eu tremia de raiva. Não queria saber dele. Ainda me lembro do desfile em Milão e de quanto ele fora desagradável. Eu nunca liguei para ninguém. A única pessoa que realmente me importava era Miranda.
Sobre mim, eu era uma mulher bonita; alta, olhos verdes, cabelos pretos ondulados, pele bronzeada. A típica modelo. Mas eu sabia o quanto eu podia ser desprezível. Egoísta, fria, calculista, individualista. Eu parecia incapaz de amar e ser amada. Me achava superior demais para qualquer homem e eu jamais me humilharia por homem. Nenhum deles me fazia de boba, eu nunca levava um desaforo para casa.
Eu estava em Milão, nos bastidores, aguardando minha hora de desfilar. Para matar a ansiedade eu fumava um Luck Strike. Sim, eu fumava. Como uma chaminé, mas no mundo podre das modelos era uma falha grave. Por isso, fazia ate campanhas anti-fumo. Eu odiava o que eu fazia. Se dependesse de mim, eu seria jogadora de futebol, mas no futebol não me pagariam o que ganho. Por isso, virei modelo. Mais uma modelo burra, sem opinião, sem atitude e sem idéias. Moldada na forma hipócrita da mídia.
Ele me olhava. Eu já sabia da sua fama. Odeio homens safados que se acham o máximo. Assim que seu irmão desfilou, ele veio até mim, cheio de más intenções. Uma coisa não posso negar, ele era um homem lindo! Ele me encarou, eu desviei o olhar, indiferente.
-Olá. – Seu sorriso safado era mesmo de matar
-Oi. – Eu era fria.
-Eu sou Tom. Você deve ser Shayera, isso?
-Sim. – Minhas respostas eram monossilábicas.
-Meu irmão desfilou, você o viu?
-Sim.
-Eu queria ver você desfilar.
-Legal.
O clima estava horrível. Eu definitivamente não estava a fim dele. Ele era uma safado, cafajeste, como qualquer outro.
-Você não esta muito a fim de falar comigo, né?
-Por quê? Estou parecendo te evitar?
-Por que me evitaria?
-Será que é porque você não faz meu tipo? E eu não fui com a sua cara?
-Uau! Você é direta!
-Não faz idéia do quanto!
-Como pode pensar algo de mim sem me conhecer?
-Definitivamente não gosto de perder o meu tempo.
-Comigo, você certamente não perderia seu tempo.
-Eu não sou uma das suas vadias.
-Claro, as minhas vadias pelo menos são educadas.
-Lógico, quem desprezaria Tom Kaulitz? Tem que ser educada mesmo.
-Ninguém. Tenho certeza que você também não.
-Ora, não seja ridículo.
Eu já estava ficando irritada. Aquele imbecil me tirava do serio.
-Quem você pensa que é hein? Você se acha.
-Olha só quem fala. Não vou te responder.
-Você é uma chata! Eu só quero te conhecer melhor.
-E quando você ia me levar para sua cama?
-Se quiser, eu levo agora.
-Seu cretino!
-Você é uma nojenta.
-Qual é cara? Nem em conhece e vem me julgar?
-Estamos quites então.
Ele me encarou. Ficou bem próximo de mim. Nós tínhamos quase a mesma altura. Eu estava fulminando de raiva. Ele parecia gostar.
-Que foi? O gato comeu sua língua? – Ele disse se aproximando de mim.
-Desista de mim cara. Eu não estou a fim de você.
-E lhe dar este gostinho de se ver livre de mim? Não mesmo.
Meus olhos se encheram de lágrimas de tanta raiva que eu sentia dele. Aquele sorriso irônico, o jeito como falava, tudo me tirava do serio.
-Não chore amor. Eu sou somente seu...
Pôs a mão em meu queixo. Como por impulso lhe dei um tapa.
-Seu estúpido! Deixe-me em paz. É incrível, eu te conheço há meia hora e já te odeio! Você é desprezível!
-Huum...- Ele riu da minha cara em tom de deboche. – Eu só não consigo se mais desprezível do que você.
Eu fiquei imóvel. Da minha boca não saiu uma palavra. Nem mesmo uma ofensiva.
-Tenho que ir amor... – Ele me deu um beijo, um selinho. Por ele eu só sentia repulsa. –Sonha comigo, ta?
Ele se afastou. Eu fiquei furiosa, derrubei tudo em minha frente. Eu o odiava com todas as minhas forças. Eu chorei lágrimas de raiva, de ódio, de crocodilo. Eu sabia que era desprezível, mas aquela foi a primeira vez em que me disseram isso.
Capitulo 11
Amor e ódio
Por Tom
Ela era perfeita. Cada parte do corpo dela era um convite à tentação. A primeira vez em que a vi foi na capa da revista Vogue. Encantei-me por ela. Logo quis saber de tudo a seu respeito, quem era; o que fazia. A conheci pessoalmente em Milão, em um desfile, um episódio lamentável. Comecei mal e hoje ela me odeia. Depois de Milão eu queria desistir, mas por questão de honra jurei a mim mesmo que ela seria minha. Afinal, ninguém dispensa Tom Kaulitz.
Eu e Bill nos mudamos para Los Angeles alguns meses depois. Para minha total surpresa, descobri que Shayera era minha vizinha. Havia algo na Shayera que prendia minha atenção. Quanto mais ela me desprezava, mais eu a desejava. Ela era como um vício, uma droga; eu não sabia que sentimento era esse que eu sentia. Não sabia se era amor ou ódio, mas eu queria aquela mulher.
Era um dia de outono. Bill e Miranda foram às compras. Eu tinha um sexto sentido de que este romance iria mesmo dar certo, nunca vi o Bill tão apaixonado. Estava em meu quarto, da janela avistei Shayera, pela primeira vez desde que nos mudamos. Ela passeava com seu Husk Siberiano. Eu não podia deixar passar. Sai de casa e fui a seu encontro.
-Shayera! Amor! Quanto tempo! – Eu fazia questão de ser irritante.
Ela me olhou com um olhar indiferente, realmente me odiava.
-Me deixe em paz!
-Eu senti sua falta, querida...
-É uma pena que eu não posso dizer o mesmo. – Cada resposta era pior do que a outra.
-Não seja má, docinho...
-Estúpido!
Ela entrou de volta para sua casa. Eu a segui como uma sombra.
-O que quer aqui? – Ela parecia cada vez mais furiosa.
-Certificando se chegou bem em casa.
-Vai embora!
Ela tentou fechar a porta, eu a impedi. Furiosa ela subiu as escadas em direção ao seu quarto, eu fui junto com ela.
-Qual é cara? Deixe-me em paz! – Ela gritava.
Foi por impulso. Segurei seu braço com força e a puxei para perto de mim, deixei seu rosto bem próximo ao meu. Apertei-a contra meu corpo e a beijei com vontade.
E ENTÃO? CONTINUO???