The Real Storie

Na manhã seguinte acordei com uma tremenda dor de cabeça, mas nada que um comprimido não curasse. Fui até ao banheiro e peguei-o numa pequena bolsa. Tomei. Voltei a me deitar e relaxar assistindo TV. Lucy ainda não tinha acordado.

- Lucy. – Chamei-a. Dessa vez ela não demorou a acordar. – Vou pedir algo para comermos. Ou prefere comer lá em baixo? – Perguntei me lembrando que poderíamos encontrar os meninos lá.

- Lá em baixo é melhor né? – Perguntou levantando-se e indo ao banheiro.

Esperei ela acabar para poder entrar também. Arrumamos-nos e descemos. Fomos para um salão onde a moça havia nos informado e sentamos numas das últimas mesas. Começamos a comer e conversar sobre o show de ontem.

Assim que terminamos, fomos até a piscina, afinal tinha que aproveitar todo o hotel. Deitamos nas espreguiçadeiras, relaxando.

- BELLA! – Lucy deu um grito muito alto. – OLHA QUEM TÁ NA JANELA!!! – Já estava em pé pulando. – OLHA! – Disse me puxando pelo braço. Quando olhei, comecei a pular também. Era o Georg e ele estava sem camisa!

- OH MEU DEUS, ELE TÁ SEM CAMISA! – Comecei a falar muito alto, acho que dava até pra ouvir da janela dele.

- Cala a boca menina! Quer que ele nos veja aqui? – Perguntou botando sua mão na minha boca.

- Mas você que começou a gritar. ‘-‘ – Respondi num sussurro. – O que a gente vai fazer agora?

- Temos duas opções. Ficarmos aqui mostrando toda nossa beleza ou voltamos para cima e descobrimos o que eles vão fazer agora. – Respondeu olhando pra cima e conferindo que ele já havia ido embora. – Vamos, ele já saiu de lá.

Voltamos para dentro do hotel e corremos até o elevador. Apertava o botão várias vezes, estava ansiosa. “Mas que merda é essa? Desce logo!”, pensei. Nem reparei num detalhe importante.

- Com licença, por favor. - Um homem alto falou assim que as portas se abriram. Sairmos imediatamente da frente dele, acho que não queria ficar e saber o que aconteceria. – Obrigado. – Disse quando saímos.

E mais uma vez, meus olhos não acreditaram no que viram. Era TH que estava saindo. Como eu pude ser idiota? O elevador estava no oitavo andar! Eles passaram, mas não viram nem a mim, nem a Lucy. Essa ainda estava boquiaberta.

- Acho... Que já sabemos para onde ir. – Falou gaguejando.

Corremos atrás deles e voltamos ao salão. Primeiro olhamos pelo vidro para saber onde eles estavam. Estavam sentados na mesma mesa que a gente havia sentado antes. Vi que tinha uma mesa vaga depois da mesa vizinha à deles. Tentei entrar o mais normal possível, diferente da Lucy, que estava fazendo de tudo pra chamar a atenção.

- Temos que pegar alguma coisa para podermos sentar-nos à mesa e comer normalmente. – Sussurrei-lhe.

Fomos, novamente, até a mesa do café da manhã e pegamos qualquer coisa. Quando estava voltando para a mesa vejo que a Lucy derrubou a sua maçã no chão.

- Anda logo. – Disse, me abaixando para ajudá-la.

- Sai da minha frente! – Disse fazendo sinal para sair. Revirei os olhos.

Ela com certeza estava tentando chamar a atenção deles. Para não ficar olhando-a seduzindo os outros, fui sentar-me à mesa. “Filha da mãe! Os peitos dela estão quase pulando pra fora!” pensei assim que a olhei de onde tava. Provavelmente, da mesa deles, dava pra ver bem melhor.

- Eu não acredito! – Quando olhei para a mesa dele, Tom estava olhando para os peitos dela. Ele até parou de comer, porque estava com o garfo na mão. – Que cretino! – Vi a Lucy se aproximando.

- Viu? Deu resultado. Não foi o Gustav, mas foi o Tom. – Disse olhando para ele e piscando o olho. “Peraê. Ela piscou o olho pra ele? Argh!” – Você tem que aprender a ser como eu. – Disse dando uma bela mordida na sua maçã.

- Não me faça rir. – Já estava rindo. – Você vai comer a maçã que caiu no chão? – Perguntei arregalando os olhos.

- Claro que não né? Eu troquei. – Falou revirando os olhos. – Agora, se concentra neles.

Ainda não tinha comido nada que estava no prato, apenas bebia o suco. Eles pareciam estar tão felizes, com um grande sorriso no rosto. Conversavam animadamente, não deu para perceber do que se tratava, pois era em alemão, mas dava para ouvir perfeitamente.

- Agora, vai. Tom está levantando. – Informou-me Lucy. – Fingi que vai pegar a mesma coisa que ele. Rápido!

No mesmo instante eu levantei-me, até dei uma corridinha básica para chegar a tempo. Percebi que ele olhava para pãozinho. Pronto, era aquele que iria pegar! Fingi-me de desentendida e botei a mão na mesma hora que ele. Pude sentir seu toque nas costas da mesma. Me arrepiei por completo. Aquele toque, uma mistura de frio e suavidade ao mesmo tempo, o que sempre quis sentir. Ainda continuava com minha mão no mesmo lugar. Ele olhou para mim e sorriu, de novo. Sim, esse era um belo momento para desmaiar.

Sabe aquelas cenas de filme quando o casal fica se encarando por um bom tempo? Era isso que estava acontecendo! Eu não iria tirar meus olhos dele, não mesmo. Ele sorriu de novo. Eu sorri de volta. Pude até sentir seu hálito refrescante batendo no meu rosto. Inspirei todo aquele ar.

- Não vai pegar? – Perguntou, em inglês, meio sem graça.

- Ah, o pãozinho? – Perguntei ainda olhando. Senti que ele já estava corado, então parei de olhá-lo. – Não, pode pegar. – Sorri.

- Obrigado. – Disse pegando-o e pondo no prato. E saiu. Eu ainda continuei ali parada, estática. Não acredito que Tom falou comigo. Ele estava me encarando, e sorria. Eu pude sentir seu maravilhoso hálito.

- Bella, vai ficar aí parada? – Meus pensamentos foram interrompidos pela voz de Lucy.

- Ham? O que? – Não tinha prestado atenção no que ela acabara de dizer.

- Vai ficar aí parada? – Repetiu. Vou, claro que vou. Meus pés não se mechem mais!

- Não. – E caminhei de volta para mesa, olhando para ele. Que não me olhava.

Sentei-me na cadeira e não tirei o olhar dele. Lucy estava olhando para lá sorrindo, não sei por quê. Não tinha olhos para outra coisa. Enquanto tinha meu olhar atento sobre ele, Bill olhou para mim sério. Desviei o olhar na mesma hora.

- Merda, Bill olhou sério para mim. – Disse botando o cabelo na frente.

- Onde? – Perguntou virando o rosto.

- Não olha para ele! – Virei o rosto dela de volta. – Ele tava me olhando sério. Aposto que não gostou porque estava olhando para o Tom.

Tentei olhar para ele de novo. Arrependi-me completamente. Meu coração começou a bater rápido de mais, comecei a tremer e a ficar pálida. “Merda, pra que fui fazer isso?”, perguntei-me. Agora tinha dois olhares atentos sobre mim.