- O que eu estou sentindo por você é muito forte. E eu não quero me decepcionar com você. Espero que você esteja sentindo o mesmo sentimento que eu. Diz Isabel colocando sua mão no peito de Tom.
- Pode ter certeza que eu sinto o mesmo que você. Diz Tom dando um beijo em Isabel.
Acabei me sentindo traída, mas sem ter motivos. Se eu fui “traída” a única pessoa que tem culpa sou eu. Acabei ajudando a minha melhor amiga ficar com o menino que eu mais amo. Não poderia fazer mais nada. A relação já havia dado certo e nesse momento ambos estariam apreciando o sabor do beijo. Não restava fazer mais nada. Resolvi então voltar para o meu corredor e deixar os dois a sós. Admito que voltei chorando, acabei deixando que as lágrimas caíssem sobre a minha pele branca, deixando meus olhos um pouco vermelhos.
- O que aconteceu Isabel? Perguntou Ana vendo o meu estado.
- Nada. Respondi incrédula.
- Como nada. Alguma coisa aconteceu. Chorando sem motivo você não está. Diz Jéssica entrando na minha frente.
- Eu já disse que não aconteceu nada. Eu apenas sou uma idiota que chora sem ter motivos. Disse passando as mãos nos meus olhos.
- Vamos entrar pessoal? Tenho um recado pra dar. Diz Brucutu tentando ser gentil.
Todos entraram e se acomodaram em seus lugares, deixando somente Brucutu em pé.
- Infelizmente a professora de Educação física não pode vir hoje. Então vou levar vocês para o pátio.
- EBA! Todos da sala gritaram em uni solo.
- Vocês ficaram por lá até a aula e o intervalo acabar.
Todos então pegaram suas coisas e fomos juntos até o pátio. Ana e Jessica foram comigo e sentaram do meu lado. Ambas ainda tentavam descobrir o que estava acontecendo...
- Você não vai nos dizer o que está realmente acontecendo? Diz Jessica me olhando.
- Meninas. Vocês são minhas amigas e eu sei que posso confiar fielmente em vocês. Mas o que está se passando comigo é um problemão e vocês não podem me ajudar.
- Está bem. Não vamos mais te pressionar e nem tentar saber. Mas caso você precise de um ombro amigo pode contar com nós duas. Diz Anna olhando nos meus olhos que ainda estavam vermelhos.
- Obrigada meninas.
- Ouun. Acho que precisamos de um abraço em grupo. Diz Jessica levantando e abrindo os braços.
Anna e eu acabamos levantando também. E demos um abraço triplo. Juro que ficamos abraçadas por alguns minutos. Todos em pé nos olhavam, acabamos se soltando e caímos na risada.
- Acho melhor sentarmos. Já chamamos muitas atenções por hoje. Diz Anna sendo a primeira sentar.
Sentei ao lado da mesma e Jessica do meu outro lado. Sem querer olhei para o portão que se encontrava entre aberto e lembrei que precisava ir à biblioteca.
- Meninas como estamos de aula vaga eu vou à biblioteca.
- Você já viu quem está do lado do portão? Perguntou Jéssica meia que apontando.
Olhei novamente para o portão e vi que Brucutu estava parado. Com olhos de águia observava tudo e todos os detalhes.
- Você acha que ele vai deixar você ir? NUNCA. Diz Anna olhando para Brucutu.
- Verdade. Bom, como só falta uma aula eu espero. Disse sentando novamente.
Ficamos nós três sentadas o tempo todo, apenas jogando conversa fora. O tempo pra gente passou devagar e não víamos a hora do intervalo.
- Não vejo a hora do intervalo. Disse Anna com uma cara meia que pervertida.
- Por quê? Perguntou Jessica.
- Ai. Sempre você né Jessica. Esqueceu que vamos ver o primo gatasso da Isabel?
- É mesmo. Disse Jessica também com um olhar pervertido.
- Podem apagar esse foguinho de vocês duas. Ele já tem namorada. Disse eu meia que séria.
Não sabia se era ciúmes ou apenas estava tentando me tocar que ele já havia achado a pessoa certa.
- Desculpa. A gente só estava comentando. Diz Anna dando risadas.
Nesse mesmo momento o sinal pro intervalo acabará de tocar.
- Vamos ver o priminho da Isabel. Diz Jessica me cutucando.
- Gente pare com isso. Disse encarando ambas. – Lá vem ele. Disse olhando para o portão.
- Fala pra gente. Qual que é ele? Diz Anna olhando para o portão.
- É o que tem dreads no cabelo e usa uma camiseta maior que ele e uma calça quase nos joelhos.
- acho que achei. É aquele ali? Diz Jessica apontando.
- Jessica disfarça. Disse brava abaixando a mão dela. – Mas é ele sim.
- Nossa! Que primo ein amiga. Diz Jessica inconformada.
- Ele tem algum irmão? Diz Anna olhando para Tom.
- Não. Ele é o único filho da minha tia.
- Que pena. Diz Anna abaixando a cabeça.
Não demorou muito e Tom acabou me achando.
- Gente. Acho que ele me viu. Disse com um sorriso leve.
Seguiu na minha direção e veio falar comigo.
- Oi prima. Disse Tom me dando um beijo na bochecha.
- Oi primo. Essas daqui são as minhas amigas Jessica e Anna. Disse apontando pra cada uma.
- Olá meninas. Disse Tom apenas acenando. - Queria falar com você.
- Meninas, já volto. Disse me levantando e seguindo Tom.
Paramos do lado da cantina e sentamos em umas cadeiras que ali estavam.
- O que você queria me dizer?
- Como previsto, a Fabiana veio falar comigo sobre a carta que você entregou.
- É? E o que ela achou? Disse fingindo estar curiosa. Apesar de saber de tudo o que aconteceu entre eles.
- Ela disse que achou a coisa mais linda do mundo. Disse também que eu usei as palavras certas pra descrever o que ela gostaria de saber e ler. Disse também que tudo saiu perfeito.
- Que bom que ela achou isso. Sorte sua. Disse colocando minha mão em seu ombro.
- Prima. Eu queria saber o que está escrito naquela carta. Disse Tom me olhando fixamente.
- Quer é?
Nesse momento fiquei gelada. Comecei a tremer e por poucos segundos senti falta de ar. Eu estaria recitando tudo o que eu havia escrito para a pessoa que eu amo. Seria o momento mais inesquecível da minha vida.
- Sim. Você deve saber meio que de cor. Poderia me dizer somente o que você lembra?
- Posso tentar.
Abaixei a cabeça e sem olhar para o mesmo comecei a falar o que eu havia escrito.
- Na primeira vez em que te vi, fiquei incrédulo. Confesso que meu coração naquele momento parecia ter parado de bater. Estava ali à menina que eu sempre procurei pra seguir comigo. Foi tão mágico o jeito como tudo aconteceu. Ao mesmo tempo em que foi repentino parecia tão natural. O modo em que você me tratou e me olhou a festa inteira... Juro que nunca esquecerei o seu sorriso e o sabor da minha felicidade. Espero que quando você esteja lendo essa carta não a considere somente como uma carta de uma pessoa que você mal conhece, mas, a considere pelo jeito de demonstrar todo o meu sentimento por você. Não sei como te dizer isso, mas, eu te amo.
- Que lindo prima. Confesso que nunca seria capaz de usar as palavras tão bem quanto você usou. Diz Tom me olhando.
- Obrigada primo. Preciso ir agora.
Deixei-o ali sentado e sai de lá antes que as lágrimas percorressem sobre a minha pele. Queria tanto poder dizer que aquela carta eu fiz pensando nele. Todos aqueles sentimentos que tentei descrever eram meus. Queria poder dizer que esse momento que acabou de acontecer foi um momento mágico. Estava ali em minha frente o menino que eu amo escutando tudo o que eu sinto por ele. Mas não valeria de nada. Ele já esta com a Fabiana e essa carta só ajudou a aumentar o que ele sente por ela. Sem problemas, vou manter a fé e um dia ele há de saber que eu o amo do fundo do meu coração.
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Obrigada meninas por comentarem.!
Joyce seja bem vinda!