Oi, gente....Desculpem pela demora...É que achei que não estava agradando e desisti de postar aqui.....
Mas agora vi que tenho mais comentários e fiquei feliz....hahahahhahahha
Postando o segundo capitulo agora!!!Capítulo 2
-Seus olhos são de que cor?-Anna perguntou, acariciando e beijando os dedos de Bill.
-Hum...São castanhos.-Ele respondeu, beijando a testa dela.
-Castanhos?Como o quê?
-Como mel...Um pouco mais escuro.Mas tem cor de mel.-Ele suspirou, se endireitando na cama de solteiro de Anna.
-Mel.Eu gosto de mel.-Ela ergueu a cabeça e beijou os lábios dele.-E gosto do modo como você vê o mundo, sabia?
-É mesmo?
-Gostaría de vê-lo assim também.
-Quem precisa de olhos, quando consegue enxergar com o coração?
-Isso é bonito.-Ela bocejou e fechou os olhos.
-Vai dormir?
-Estou cansada.
-Foi a conversa do meu irmão, né?Tom fala demais.-Bill deu uma risadinha.
-Não, você fala demais.
-Ai!
-O quê?
-Essa acertou minha costela.-Bill sorriu.
-Deixa eu dormir, por favor.-Ela pediu, rindo.
-Tudo bem.Vou ficar quieto, tá?
-Tá.
Ele entrelaçou os dedos nos dela e afagou seus cabelos.O jantar tinha sido ótimo, Tom tinha adorado a companhia de Anna, apesar de se sensibilizar bastante com o fato de ela ser cega.Bill suspirou e fechou os olhos também.Que bom que tudo estava certo agora e ele não estava mais sozinho.
Mas ele não conseguiu dormir.Se lembrou do sonho que tivera à alguns dias antes de conhecê-la e, apesar da grande felicidade que sentia por finalmente ter encontrado seu grande amor, ele sentiu um gélido e frio medo.
Lembrava-se que no sonho se viu em uma sala repleta de adereços vermelhos e forrada com um papel de parede de veludo da mesma cor.Havia uma mesa de mogno lustrada à sua frente e uma cadeira imponente, virada para a parede.Não tinha a mínima noção de onde estava e nem como chegara lá.
-Olá, senhor, Kaulitz.-Uma voz grave e melodiosa ecoou pela pequena sala e então a cadeira girou, até ficar de frente pra ele.
Havia um homem sentado na cadeira, vestido em um terno elegante e com as mãos unidas embaixo do queixo.Parecia tranquilo e muito à vontade.
-Que lugar é esse?
-Já vai começar pela pergunta mais difícil, senhor Kaulitz?-O homem perguntou e apontou para a cadeira à sua frente.-Sente-se, por favor.
Bill se sentiu intimidado pela educação do homem e pelo seu jeito elegante, então se sentou diante dele.
-Vamos deixar as apresentações para depois, ok?-Ele se inclinou para frente e abriu uma pasta sobre a mesa.-Venho observando você à algum tempo, senhor Kaulitz e percebi que é um homem jovem, mas de muito sucesso.
-É.
-Muitos me pediram dinheiro, poder, fama...E você conseguiu tudo isso sem minha ajuda, o que é algo admirável, meus parabéns.
-Obrigado?!-Bill olhou em volta, com certo medo daquele lugar.
-Mas não está satisfeito, não é?
-Claro que estou.
-Não.Não está.
-Olha só, não sei quem você é e porque está se metendo na minha vida, mas eu não tô interessado em saber.Dá licença.-Ele se levantou, mas não conseguiu abrir a porta.Estava trancada.
-Podería vir aqui um instante, Bill.-Ele se levantou e caminhou até uma enorme janela, coberta por cortinas brancas.
Bill caminhou até ele e parou ao seu lado.De repente a cortina se abriu e revelou o mundo inteiro lá embaixo, girando no meio do céu negro.
-Onde estamos?-Bill perguntou, com os olhos assustados pela imensidão do universo.
-Algumas perguntas eu não vou poder responder, meu caro.Me desculpe.
-Você é...Deus?
-Não exatamente.-O homem respondeu e deu uma risada curta e quase inaudível.
-Então quem você é?
-Eu sou um empresário.
-Que tem um escritório na lua?Isso é um sonho, não é?Um ridiculo sonho.-Bill começou a rir.
-Claro.Ou você acha que é possível sair da terra sem uma nave espacial, Bill?-O homem riu.-Sente-se.
-Não, obrigado.Eu vou acordar agora e...
-Não!-Ele se enfureceu e de repente a sala toda estava pegando fogo.
Os quadros nas paredes, as cadeiras e as cortinas.Tudo estava pegando fogo, mas não se consumia.Era como se o fogo na verdade, não queimasse.
-Tá bom!-Bill se rendeu e se sentou na cadeira, assim que o fogo desapareceu.
-Tudo bem, se prefere do modo mais difícil.-O homem se sentou na sua cadeira denovo.-Eu faço parte de uma organização que muda o destino das pessoas.Lemos ficha por ficha e verificamos o que falta na vida delas, pra tentarmos um acordo.Você tem fama, dinheiro, muito talento, criatividade, sorte...Tudo que um ser humano gostaría de ter.Mas, notei aqui que você tem uma triste solidão e uma carência enorme.-O homem franziu o cenho e apontou para um ponto da ficha.
-Ham?-Bill sentiu todos o seu corpo estremecer.Alguém tinha acabado de cutucar sua ferida mais dolorosa.
-O que estou querendo propor, Bill.-Ele juntou as mãos sobre a mesa.-É um acordo.Funciona assim:Eu te dou uma pessoa para amar e você me dá algo que eu possa dar a outra pessoa.
-Ham...Não, obrigado.
-Deve estar pensando que sou um charlatão, não é mesmo?É muito comum por aqui.Já fiz muitos acordos desses com os humanos, Bill.Você não é o primeiro e não será o último a desconfiar.Mas te dou minha palavra de que essa empresa está interessada pura e exclusivamente em tentar deixar os humanos felizes.
-E o que você ganha com isso?
-Eu?Nada.É um trabalho voluntário.
-Voluntário?Olhe só pra esses móveis, cara.
-A riqueza aqui não é igual a do seu mundo, Bill.Aqui o que vale são as boas ações.Essas coisas não valem nada.-Apontou para a sala inteira com desdém.
-Que lugar é esse?
-Já disse que não vou responder certas perguntas.
-E quem é você?
-Quem sou eu?-O homem sorriu.-Todos falam de mim, mas poucos realmente conhecem.
-Você é...
-Sim, eu sou o diabo.
-E está interessado em fazer as pessoas felizes?-Bill perguntou e soltou uma gargalhada incontida.-Que irônico.
-Sim.Os humanos acostumaram a me considerar o lado mal, por assim dizer.Mas não vejo por esse lado.Eu dou a vocês o que vocês precisam e retiro o que não precisam, mas que pode servir à outro.O problema é que vocês são sempre muito insatisfeitos, querem tudo perfeito e alguns não encontram a felicidade com meu acordo.Por isso essa fama de mal.
-Mas, e aquela bobagem sobre a organização que muda o destino?
-Exatamente.Eu sou o presidente da organização.E meu trabalho é fazer o que vocês querem.
-Ah, tá.-Bill o olhou com estranhamento e concluiu que aquele sonho já estava indo longe demais.Tentou acordar várias vezes, mas não conseguiu.
-E eu posso fazer qualquer coisa na sua vida.E faço sem pedir nada em troca.Não tem que orar, não tem que puxar o meu saco, não tem que fazer promessas...Absolutamente nada, a não ser me dar algo que não precise.Estou aqui, humildemente, só pra te ajudar.Pra estender a minha mão à você e mudar o que você quiser.
-Eu não preciso da sua ajuda e não vou fazer um pacto com você.-Bill acrescentou, bufando.-Além disso, isso não existe!É um sonho idiota.
-Isso não é um pacto, é um acordo.Negócios, Bill.Você é um homem de negócios.
-Esquece.É minha última palavra.E eu quero acordar agora, se não se importa.
-E se eu te dissesse que ter alguém não está na sua ficha?
-Como assim?-O sorriso irônico que Bill estava usando desapareceu no mesmo instante.
-Se eu te disser que você vai ficar sozinho pra sempre?Que é o seu destino.
-Eu não vou acreditar.
-Você já ficou quase sete anos sem se relacionar com ninguém e é por isso que está desse jeito.
-Que jeito?Eu estou ótimo.
-Não, não está.Vive chorando pelos cantos, sem que ninguém veja.Mas eu vejo, Bill e eu estou lá o tempo todo.
-Por quê eu?Por quê não escolheu outra pessoa?
-Bill, você não é o único, eu já disse.Tenho milhões de pedidos, tenho vigiado milhões de vidas ao mesmo tempo e tenho milhões de destinos pra mudar.Mas hoje é o seu dia.
-Olha, eu tenho fé.E uma hora ou outra vai aparecer alguém...
-Não vai, Bill.Está escrito aqui na sua ficha.-Ele lhe mostrou a pasta, mas Bill não quis ver.-Está destinado a ficar sozinho...Pra sempre.-Ele fez uma expressão de pena.
Bill engoliu em seco e começou a se sentir zonzo.Não que acreditasse naquilo, mas depois de sucessivas vezes tentando acordar e sair daquele sonho patético, começou a acreditar que nem tudo alí era mentira.
-Pense bem, Bill.Você está exausto dessa vida.Até o seu irmão tem alguém e...Eu sinto muito, Bill, mas já li a ficha dele.Ele vai ter filhos, uma família, uma casa...E você?Vai dormir no sofá da sala, quando os gêmeos dele nascerem.
-Não.Isso não pode ser verdade.
-Mas é, e eu realmente sinto muito.E acho uma grande injustiça.
-Se você muda os destinos, quem os escreve?-Bill sentia as lágrimas beirando os olhos.
-Quem você acha?-Ele deu um sorrisinho e apontou para cima.
-E se por acaso eu aceitar?O que você vai pegar em troca?Minha alma?
-Não!Que besteira.-O diabo riu.-Apesar do que se crê, eu não quero alma de ninguém.-Ele bufou.-Eu sou apenas um intermediário entre você e outro humano.É uma troca, certo?Eu te dou isso e pego algo.Pode ser dinheiro, pode ser fama, pode ser sua casa...Algo que eu pense que você não precisa.
-E eu não vou saber o que vou perder?
-Infelizmente isso é confidencial.Só vai saber, quando perder.
-Então vai tirar tudo o que eu tenho pra dar a outra pessoa?
-Não tudo, Bill...Alguma coisa.
-E aí ela...Eu vou ter alguém?Quer dizer, ela vai ser minha?Só minha?
-Sim.
-Pra sempre?-Bill esboçou um sorriso.
-Não posso te prometer isso, Bill, porque ela tem livre arbítrio.Mas se ela quiser ficar pra sempre, ela vai ficar.Mas a questão aqui é...Você estaría disposto a arriscar algo da sua vida pra ter o que você quer?
-Não sei.
-Alguém que esteja sempre por perto, que te ame, que te complete, a sua metade...Ou uma vida inteira sozinho, sem ninguém por perto?
-Eu...Eu aceito.-Bill disse, assustado com a perspectiva da solidão eterna.
-Você aceita?-O homem sorriu.
-Aham.-Bill concordou.
-Então é só assinar este contrato.
Bill pegou a caneta com as mãos trêmulas e rubricou o papel.Depois o homem fez o mesmo e apertou a mão de Bill.
-Foi bom negociar com você, senhor Kaulitz.Desejo-lhe uma boa vida.
-Obrigado.-Bill se levantou e se deparou com a porta aberta.-C-como eu faço pra reconhecê-la?
-Quando achar a beleza dela triste demais pra você.
Claro que quando conheceu Anna, não se lembrou do sonho, mas agora que estava com ela nos braços só pensava no tal contrato.Claro que era um sonho maluco e até meio engraçado, mas e se fosse verdade?Se fosse mesmo uma troca...O que estaría prestes a perder?