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 Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)

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Lalá Kaulitz

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MensagemAssunto: Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)   Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) Icon_minitimeDom Out 14, 2012 7:28 pm

Era pra ser uma one-shot, mas vai dar uns três capítulos...Espero que gostem!!

Ah, e esse conto foi inspirado no conto ''Dentes tão brancos'' do livro Sete ossos e uma maldição...Recomendo pra quem gosta do gênero!

Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) 525626_354244128003408_718621301_n

Capítulo 1

Capítulo 1

Bill andava distraído, com as mãos nos bolsos e se encolhendo de frio.Berlim podia ser congelante às vezes.A cidade parecia ter vontade própria e um humor bipolar.No verão fazia calor, mas de um dia para o outro chovia e a cidade mergulhava em uma depressão congelante e solitária.Pode-se dizer que aquele dia era exatamente assim.Um frio constante que atravessava a matéria real do corpo e atingia os confins da alma.

É claro que em um dia como esse se deseja ficar em casa, debaixo dos cobertores, sonhando com dias mais quentes.Ele costumava fazer isso, mas não naquele dia.Acordara no meio da tarde com uma vontade de ver o mundo e encarar as tristezas do dia como uma beleza necessária.

O mundo lhe parecia assustadoramente novo naquele dia e isso era lindo, ao mesmo tempo que era triste.A beleza do mundo e a brancura do céu doíam.

Seu estômago roncou no exato momento em que percebeu-se longe demais de casa.Precisava comer algo o mais rápido possível.Então escolheu o restaurante mais próximo e sentou-se em uma mesa na varanda.Não queria ficar fechado em um lugar cheio de pessoas famintas por comida e por barulho.Queria que o silêncio daquele dia fosse respeitado.Já havia barulho demais na vida, principalmente na sua, às vezes era preciso dar um tempo e aproveitar o silêncio.

Então alguém pousou a mão sobre seu ombro, lhe chamando a atenção.A recém chegada sorriu pra ele, com uma estranha expressão de boas vindas.Era a garçonete, com seu uniforme de babados e seus cachos incrivelmente negros, caindo sobre os ombros.

Mas não era tão simples assim.Bill teve dificuldades em distinguir uma simples garçonete, da beleza esplêndida do dia de chuva.Ela parecia fazer parte da paisagem, com seus longos cabelos cheios e cacheados, seu sorriso verdadeiro e acolhedor, seu rosto fino e perfeito em todos os traços.Entretanto, escondido em tamanha beleza, estavam seus olhos parados e vazios.Eram brancos, como nuvens e então Bill entendeu a metáfora daquele dia.Eram olhos lindos e incomuns, mas eram tristes por representarem uma irreversível cegueira.A beleza e a tristeza podem andar juntas.
-O que vai querer, senhor?-Ela perguntou, educadamente.
-Ham...-Bill despertou de seu delírio e tossiu.-Ham...Eu...Ainda não sei.
-Se quiser mais um tempo...
-Não.Pode me trazer ovos mexidos com queijo e um suco de acerola.
-Boa escolha.-Ela sorriu e escreveu no papel.

Como podería escrever, se nem ao menos enxergava?Algumas coisas são inexplicáveis, então Bill resolveu não se perguntar sobre o que não havia resposta.Só que, aquilo não lhe saiu da mente.Enquanto a comida era preparada e ele observava a incrível garota cega transitar pelas mesas sem o menor problema, começou a se perguntar como era possível viver tão bem sem a visão?

Fechou os olhos e tentou ficar o maior tempo possível assim.Era enlouquecedor!Não aguentou trinta segundos.Sentiu medo e ansiedade, precisou abrí-los.

Então a garota voltou, trazendo a bandeja em mãos e o entregando com o sorriso de sempre.
-Obrigado.-Ele disse.
-Por nada.-Ela sorriu e virou as costas.

Foi pra cama naquela noite, com aquele pensamento ruim e uma preocupação demente com aquela mulher.Não enxergar o mundo era extremamente perigoso, mas ela parecia nem se importar.Não conseguiu dormir pensando em como ela conseguia sorrir e não viver revoltada e triste, como era de se esperar.Como ele viveria se estivesse nesse caso.

No outro dia voltou ao restaurante no mesmo horário e foi novamente atendido pela garçonete cega.
-Boa tarde.-Ela sorriu, depois de pegar em seu ombro.
-Boa tarde.-Ele respondeu, olhando para as mãos dela.-Posso te fazer uma pergunta?
-Claro.
-Por quê sempre pega no meu ombro?
-Ah, me desculpe.-Ela tirou a mão e agora já não ‘’olhava’’ para Bill, olhava para a mesa, para suas mãos ou para seus cabelos.
-Não, tá tudo bem, é só...Curiosidade.
-Eu não enxergo, como já deve ter percebido e faço isso pra saber em que nível está o rosto da pessoa, pra poder olhá-la.-Ela mordeu os lábios.-As pessoas gostam de ser olhada nos olhos, quando isso não acontece elas se assustam.
-Me desculpe por te incomodar com isso.
-Está tudo bem.Não é o primeiro a perguntar.
-Quero ovos mexidos e...
-Um suco de acerola.Esteve aqui ontem, não é?
-É.Você se lembra?
-Claro.Seu perfume é diferente, então dá pra reconhecer.
-Se importa de me fazer companhia?
-Companhia?
-Sim, enquanto tomo meu café.
-Senhor, eu estou trabalhando e...
-É que...Estou...Escrevendo um livro sobre...A maneira como as pessoas enxergam o mundo.-Invetou, apressadamente antes que ela desconfiasse.-E gostaría de saber sua opinião.

Então era isso que o tinha intrigado a noite toda.A maneira como aquela mulher via e vivia o mundo lhe deixava extremamente curioso.Mas ela se mostrou relutante e não aceitou.Trouxe o café dele e saiu o mais rápido possível.Devia ter achado que ele era um maluco, e com razão!

Mas os dias passaram e a dúvida não lhe deu trégua.Sonhava com a garota e via a garota em todos os lugares, não parava de pensar nisso.Estava obcecado por ela, então começou a seguí-la.Era fácil vigiá-la, até mesmo em sua pequena casa no subúrbio.Ela morava sozinha e costumava deixar todas as luzes acesas.

Com isso, ele a observava em tudo.A viu tomar banho e trocar de roupa, a viu dançar sozinha na sala e tocar piano, a viu ligar a tv e ouvir as notícias do dia, a viu comer e dormir.Não conseguia conter a vontade de tocá-la, de sentir o mundo como ela sentia e descobrir o que ela pensava.

Então, no outro dia, voltou ao restaurante e insistiu pra que ela saísse com ele.Dessa vez fora bem sutil e a convidou pra tomar um café, no seu dia de folga.Ela aceitou, meio apreensiva e lhe deu o número de seu telefone.


Eles caminharam em um silêncio incomodo pelas gramas verdes do Tiergarten.Naquela tarde o sol aquecia a cidade e a atmosfera de luz proporcionava uma confortável alegria.Então Anna, a garçonete, se sentou na grama de repente, assustando Bill e o fazendo parar.
-O que foi?-Ele perguntou.
-O sol.-Ela sorriu, fechando os olhos e sentindo o fraco calor da tarde tocar-lhe o corpo.
-Gosta do sol?-Bill perguntou, se sentando ao seu lado.
-Gosto.
-Como é o sol pra você?
-Como assim?
-Como você o vê?
-Eu não o vejo.Eu sinto.
-E isso não te incomoda?
-Claro que não.
-Eu quis dizer, sentir ao invéz de enxergar as coisas.
-Vou ser sincera, me incomoda muito.Eu já enxerguei um dia e queria muito enxergar denovo.
-Estranho.
-Por quê?
-Porque às vezes você parece tão à vontade.
-Mas não estou.Queria, por exemplo, poder ver seus olhos.
-Os meus?
-É.Devem ser bonitos como a sua voz.

Bill ficou sem graça e não respondeu.Continuaram no silêncio, ouvindo os pássaros envolta e sentindo o sol, até ele começar a esfriar e se esconder atrás das árvores.
-O sol está se pondo, não está?
-Está.-Ele respondeu.
-Como é?
-Como é o quê?
-O pôr do sol.
-Você nunca o viu?
-Já sim, mas...Gostaría de saber como você vê o mundo.
-Bom, eu...Não sei explicar de uma maneira que você entenda.
-Tente.
-Bem...-Ele fechou os olhos e tentou sentir como ela fazia.-É quente, claro, confortador, mas bem triste...Distante e sublime.
-E o mundo?Como o vê?
-O mundo?É um lugar bonito, cheio de pessoas apressadas, confusas, capazes de maldades terríveis, mas também capazes de amar intensamente.Também é um lugar triste, que pode ser alegre e acolhedor, ao mesmo tempo que perigoso.É um lugar confuso, mas extremamente lindo.
-E como eu sou?
-Você?
-É.
-Você é a pessoa mais linda que já vi em toda a minha vida.
-Eu sou?-Ela esboçou um sorriso.
-É sim.-Ele se inclinou e beijou os lábios dela.

Anna não se moveu e parecia tremer, sem saber o que fazer, sem saber se devia tocá-lo ou não.Mas ele a puxou pra mais perto e aprofundou o beijo.
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MensagemAssunto: Re: Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)   Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) Icon_minitimeDom Out 14, 2012 7:42 pm

Lindo!
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MensagemAssunto: Re: Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)   Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) Icon_minitimeDom Out 14, 2012 9:39 pm

aii que fofuxo doce quero mais continua
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MensagemAssunto: Re: Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)   Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) Icon_minitimeTer Nov 27, 2012 1:34 pm

Leitora Nova,

Oh My Fucking God, que capítulo perfeito.

Você escreve muitíssimo bem,parabéns!!

Espero ansiosa pela continuação (:
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Ana Carolina Telles
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MensagemAssunto: Re: Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)   Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) Icon_minitimeTer Nov 27, 2012 3:19 pm

continua.
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Lalá Kaulitz

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MensagemAssunto: Re: Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)   Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) Icon_minitimeQua Nov 28, 2012 12:14 pm

Oi, gente....Desculpem pela demora...É que achei que não estava agradando e desisti de postar aqui..... triste

Mas agora vi que tenho mais comentários e fiquei feliz....hahahahhahahha
Postando o segundo capitulo agora!!!


Capítulo 2

-Seus olhos são de que cor?-Anna perguntou, acariciando e beijando os dedos de Bill.
-Hum...São castanhos.-Ele respondeu, beijando a testa dela.
-Castanhos?Como o quê?
-Como mel...Um pouco mais escuro.Mas tem cor de mel.-Ele suspirou, se endireitando na cama de solteiro de Anna.
-Mel.Eu gosto de mel.-Ela ergueu a cabeça e beijou os lábios dele.-E gosto do modo como você vê o mundo, sabia?
-É mesmo?
-Gostaría de vê-lo assim também.
-Quem precisa de olhos, quando consegue enxergar com o coração?
-Isso é bonito.-Ela bocejou e fechou os olhos.
-Vai dormir?
-Estou cansada.
-Foi a conversa do meu irmão, né?Tom fala demais.-Bill deu uma risadinha.
-Não, você fala demais.
-Ai!
-O quê?
-Essa acertou minha costela.-Bill sorriu.
-Deixa eu dormir, por favor.-Ela pediu, rindo.
-Tudo bem.Vou ficar quieto, tá?
-Tá.

Ele entrelaçou os dedos nos dela e afagou seus cabelos.O jantar tinha sido ótimo, Tom tinha adorado a companhia de Anna, apesar de se sensibilizar bastante com o fato de ela ser cega.Bill suspirou e fechou os olhos também.Que bom que tudo estava certo agora e ele não estava mais sozinho.

Mas ele não conseguiu dormir.Se lembrou do sonho que tivera à alguns dias antes de conhecê-la e, apesar da grande felicidade que sentia por finalmente ter encontrado seu grande amor, ele sentiu um gélido e frio medo.

Lembrava-se que no sonho se viu em uma sala repleta de adereços vermelhos e forrada com um papel de parede de veludo da mesma cor.Havia uma mesa de mogno lustrada à sua frente e uma cadeira imponente, virada para a parede.Não tinha a mínima noção de onde estava e nem como chegara lá.
-Olá, senhor, Kaulitz.-Uma voz grave e melodiosa ecoou pela pequena sala e então a cadeira girou, até ficar de frente pra ele.

Havia um homem sentado na cadeira, vestido em um terno elegante e com as mãos unidas embaixo do queixo.Parecia tranquilo e muito à vontade.
-Que lugar é esse?
-Já vai começar pela pergunta mais difícil, senhor Kaulitz?-O homem perguntou e apontou para a cadeira à sua frente.-Sente-se, por favor.

Bill se sentiu intimidado pela educação do homem e pelo seu jeito elegante, então se sentou diante dele.
-Vamos deixar as apresentações para depois, ok?-Ele se inclinou para frente e abriu uma pasta sobre a mesa.-Venho observando você à algum tempo, senhor Kaulitz e percebi que é um homem jovem, mas de muito sucesso.
-É.
-Muitos me pediram dinheiro, poder, fama...E você conseguiu tudo isso sem minha ajuda, o que é algo admirável, meus parabéns.
-Obrigado?!-Bill olhou em volta, com certo medo daquele lugar.
-Mas não está satisfeito, não é?
-Claro que estou.
-Não.Não está.
-Olha só, não sei quem você é e porque está se metendo na minha vida, mas eu não tô interessado em saber.Dá licença.-Ele se levantou, mas não conseguiu abrir a porta.Estava trancada.
-Podería vir aqui um instante, Bill.-Ele se levantou e caminhou até uma enorme janela, coberta por cortinas brancas.

Bill caminhou até ele e parou ao seu lado.De repente a cortina se abriu e revelou o mundo inteiro lá embaixo, girando no meio do céu negro.
-Onde estamos?-Bill perguntou, com os olhos assustados pela imensidão do universo.
-Algumas perguntas eu não vou poder responder, meu caro.Me desculpe.
-Você é...Deus?
-Não exatamente.-O homem respondeu e deu uma risada curta e quase inaudível.
-Então quem você é?
-Eu sou um empresário.
-Que tem um escritório na lua?Isso é um sonho, não é?Um ridiculo sonho.-Bill começou a rir.
-Claro.Ou você acha que é possível sair da terra sem uma nave espacial, Bill?-O homem riu.-Sente-se.
-Não, obrigado.Eu vou acordar agora e...
-Não!-Ele se enfureceu e de repente a sala toda estava pegando fogo.

Os quadros nas paredes, as cadeiras e as cortinas.Tudo estava pegando fogo, mas não se consumia.Era como se o fogo na verdade, não queimasse.

-Tá bom!-Bill se rendeu e se sentou na cadeira, assim que o fogo desapareceu.
-Tudo bem, se prefere do modo mais difícil.-O homem se sentou na sua cadeira denovo.-Eu faço parte de uma organização que muda o destino das pessoas.Lemos ficha por ficha e verificamos o que falta na vida delas, pra tentarmos um acordo.Você tem fama, dinheiro, muito talento, criatividade, sorte...Tudo que um ser humano gostaría de ter.Mas, notei aqui que você tem uma triste solidão e uma carência enorme.-O homem franziu o cenho e apontou para um ponto da ficha.
-Ham?-Bill sentiu todos o seu corpo estremecer.Alguém tinha acabado de cutucar sua ferida mais dolorosa.
-O que estou querendo propor, Bill.-Ele juntou as mãos sobre a mesa.-É um acordo.Funciona assim:Eu te dou uma pessoa para amar e você me dá algo que eu possa dar a outra pessoa.
-Ham...Não, obrigado.
-Deve estar pensando que sou um charlatão, não é mesmo?É muito comum por aqui.Já fiz muitos acordos desses com os humanos, Bill.Você não é o primeiro e não será o último a desconfiar.Mas te dou minha palavra de que essa empresa está interessada pura e exclusivamente em tentar deixar os humanos felizes.
-E o que você ganha com isso?
-Eu?Nada.É um trabalho voluntário.
-Voluntário?Olhe só pra esses móveis, cara.
-A riqueza aqui não é igual a do seu mundo, Bill.Aqui o que vale são as boas ações.Essas coisas não valem nada.-Apontou para a sala inteira com desdém.
-Que lugar é esse?
-Já disse que não vou responder certas perguntas.
-E quem é você?
-Quem sou eu?-O homem sorriu.-Todos falam de mim, mas poucos realmente conhecem.
-Você é...
-Sim, eu sou o diabo.
-E está interessado em fazer as pessoas felizes?-Bill perguntou e soltou uma gargalhada incontida.-Que irônico.
-Sim.Os humanos acostumaram a me considerar o lado mal, por assim dizer.Mas não vejo por esse lado.Eu dou a vocês o que vocês precisam e retiro o que não precisam, mas que pode servir à outro.O problema é que vocês são sempre muito insatisfeitos, querem tudo perfeito e alguns não encontram a felicidade com meu acordo.Por isso essa fama de mal.
-Mas, e aquela bobagem sobre a organização que muda o destino?
-Exatamente.Eu sou o presidente da organização.E meu trabalho é fazer o que vocês querem.
-Ah, tá.-Bill o olhou com estranhamento e concluiu que aquele sonho já estava indo longe demais.Tentou acordar várias vezes, mas não conseguiu.
-E eu posso fazer qualquer coisa na sua vida.E faço sem pedir nada em troca.Não tem que orar, não tem que puxar o meu saco, não tem que fazer promessas...Absolutamente nada, a não ser me dar algo que não precise.Estou aqui, humildemente, só pra te ajudar.Pra estender a minha mão à você e mudar o que você quiser.
-Eu não preciso da sua ajuda e não vou fazer um pacto com você.-Bill acrescentou, bufando.-Além disso, isso não existe!É um sonho idiota.
-Isso não é um pacto, é um acordo.Negócios, Bill.Você é um homem de negócios.
-Esquece.É minha última palavra.E eu quero acordar agora, se não se importa.
-E se eu te dissesse que ter alguém não está na sua ficha?
-Como assim?-O sorriso irônico que Bill estava usando desapareceu no mesmo instante.
-Se eu te disser que você vai ficar sozinho pra sempre?Que é o seu destino.
-Eu não vou acreditar.
-Você já ficou quase sete anos sem se relacionar com ninguém e é por isso que está desse jeito.
-Que jeito?Eu estou ótimo.
-Não, não está.Vive chorando pelos cantos, sem que ninguém veja.Mas eu vejo, Bill e eu estou lá o tempo todo.
-Por quê eu?Por quê não escolheu outra pessoa?
-Bill, você não é o único, eu já disse.Tenho milhões de pedidos, tenho vigiado milhões de vidas ao mesmo tempo e tenho milhões de destinos pra mudar.Mas hoje é o seu dia.
-Olha, eu tenho fé.E uma hora ou outra vai aparecer alguém...
-Não vai, Bill.Está escrito aqui na sua ficha.-Ele lhe mostrou a pasta, mas Bill não quis ver.-Está destinado a ficar sozinho...Pra sempre.-Ele fez uma expressão de pena.

Bill engoliu em seco e começou a se sentir zonzo.Não que acreditasse naquilo, mas depois de sucessivas vezes tentando acordar e sair daquele sonho patético, começou a acreditar que nem tudo alí era mentira.
-Pense bem, Bill.Você está exausto dessa vida.Até o seu irmão tem alguém e...Eu sinto muito, Bill, mas já li a ficha dele.Ele vai ter filhos, uma família, uma casa...E você?Vai dormir no sofá da sala, quando os gêmeos dele nascerem.
-Não.Isso não pode ser verdade.
-Mas é, e eu realmente sinto muito.E acho uma grande injustiça.
-Se você muda os destinos, quem os escreve?-Bill sentia as lágrimas beirando os olhos.
-Quem você acha?-Ele deu um sorrisinho e apontou para cima.
-E se por acaso eu aceitar?O que você vai pegar em troca?Minha alma?
-Não!Que besteira.-O diabo riu.-Apesar do que se crê, eu não quero alma de ninguém.-Ele bufou.-Eu sou apenas um intermediário entre você e outro humano.É uma troca, certo?Eu te dou isso e pego algo.Pode ser dinheiro, pode ser fama, pode ser sua casa...Algo que eu pense que você não precisa.
-E eu não vou saber o que vou perder?
-Infelizmente isso é confidencial.Só vai saber, quando perder.
-Então vai tirar tudo o que eu tenho pra dar a outra pessoa?
-Não tudo, Bill...Alguma coisa.
-E aí ela...Eu vou ter alguém?Quer dizer, ela vai ser minha?Só minha?
-Sim.
-Pra sempre?-Bill esboçou um sorriso.
-Não posso te prometer isso, Bill, porque ela tem livre arbítrio.Mas se ela quiser ficar pra sempre, ela vai ficar.Mas a questão aqui é...Você estaría disposto a arriscar algo da sua vida pra ter o que você quer?
-Não sei.
-Alguém que esteja sempre por perto, que te ame, que te complete, a sua metade...Ou uma vida inteira sozinho, sem ninguém por perto?
-Eu...Eu aceito.-Bill disse, assustado com a perspectiva da solidão eterna.
-Você aceita?-O homem sorriu.
-Aham.-Bill concordou.
-Então é só assinar este contrato.

Bill pegou a caneta com as mãos trêmulas e rubricou o papel.Depois o homem fez o mesmo e apertou a mão de Bill.
-Foi bom negociar com você, senhor Kaulitz.Desejo-lhe uma boa vida.
-Obrigado.-Bill se levantou e se deparou com a porta aberta.-C-como eu faço pra reconhecê-la?
-Quando achar a beleza dela triste demais pra você.

Claro que quando conheceu Anna, não se lembrou do sonho, mas agora que estava com ela nos braços só pensava no tal contrato.Claro que era um sonho maluco e até meio engraçado, mas e se fosse verdade?Se fosse mesmo uma troca...O que estaría prestes a perder?
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Ana Carolina Telles
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MensagemAssunto: Re: Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)   Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) Icon_minitimeQua Nov 28, 2012 6:17 pm

Que meda, to ficando desconfiada da Anna agora Suspect continua.
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MensagemAssunto: Re: Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)   Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) Icon_minitimeSex Nov 30, 2012 10:01 am

OMFG, o que será que o Bill vai perder? *pensa* será que é a fama? não tenho a miníma idéia... ):

CONTINUA, ta ótima..!!
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MensagemAssunto: Re: Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)   Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) Icon_minitimeSex Nov 30, 2012 12:46 pm

continua Shocked
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MensagemAssunto: Re: Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!)   Minific - A-COR-DOs olhos (Conto de terror!) Icon_minitime

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