- Droga, que merda, deu positivo e agora? – Sim, eu estava entrando em desespero, não conseguia mais conter minhas lágrimas, eu estava grávida, dele, logo dele, o ser mais insignificante da Terra. Não, na verdade ele significava muito para mim, mias do que devia, eu olhava em seus olhos e não conseguia me conter, tudo nele me fazia desmoronar, era mais forte do que eu.
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Tenho uma irmã um ano mais nova do que eu. Ela sempre fora a queridinha da família, era bonitinha, porém menos atraente que eu, boa aluna, caprichada, parecia até uma pequena bonequinha de porcelana, ao falar dela os olhos dos meus pais brilhavam, sempre foi o exemplo de filha. Chegava em casa no horário marcado, não bebia, não fumava, não se drogava. Quando arrumou um namorado, minha mãe aprovou logo de cara e nosso irmão mais velho o adorou mas ele não era digno de adoração, Tom Kaulitz não prestava o prato de comida que comia.
Eu sempre fui a ovelha negra da família, a filha rebelde,a puta que ao presta, ok, admito, sou um pouco assim. Nunca chegava em casa no horário marcado, na verdade nem dormia muito em casa, meus pais acabaram desistindo de mim. Nunca tirei nota boa na escola, matava aula para fumar maconha e quando ia para escola dormia e zoneava na aula, pelo menos todos gostavam de mim, eu sempre fui a ‘’popularzinha’’. Claro que eu gostava, todos me admiravam, mesmo eu não sendo digna de admiração, todos queriam ser loucos e inconseqüentes como eu, minhas amigas diziam ‘’ Você faz tudo que todos gostariam de fazer mas não tem coragem’’. Eu me sentia cada vez mais forte, pois isso me dava um certo poder. Nunca me envolvi demais, meus relacionamentos não passavam de uma noite ou duas e eu nunca tive vergonha em admitir que dava mesmo pra todo mundo, daí veio minha fama de ‘’puta’’.
Estávamos em um jantar de família, o aniversário da minha avó estava sendo comemorado lá em casa e Bruna resolveu apresentar seu novo namorado, para mim seria só mais um nerd e cretino como ela. Sempre tive um pouco de raiva da minha irmã mas hoje entendo que era somente inveja enrustida.
- Gente, meu namorado vem aqui em casa hoje, eu queria muito que vocês o aprovassem, ele tem um estilo completamente diferente do meu, e muito de vocês vão achar que não combinamos, mas ele é o amor da minha vida! – Bruna disse sorridente com um intenso brilho nos olhos.
Meia hora depois, ele chegou lá em casa, com um rosto simpático e rindo para todos, na verdade não acreditei no que estava vendo, ele era simplesmente perfeito, seus olhos castanhos, seu cabelo preto e trançado com um boné por cima da cabeça, um piercing no lábio inferior, roupas largas que escondiam um corpo que faz qualquer mulher ficar literalmente de quatro, olhei nos seus olhos e vi que era tão safado e ousado como eu, mas por que diabos ele estava com a tonta da minha irmã, ela não estava a altura dele, não era digna disso. Meus olhos não conseguiam desviar do seus lábios, eu estava abalada com tamanha beleza, nenhum homem nem mulher no mundo havia me feito babar daquele jeito, ele tinha algo que me fazia querer estar ao lado dele a qualquer hora, era só estalar os dedos que ele me teria nua em sua cama, provavelmente fazendo todas as posições possíveis do Kama Sutra.
- Nossa irmãzinha, você se superou, pensei que traria um nerd para almoçar conosco. – eu sorri para ele de um jeito safado que faria com que suas calças ficassem apertadas e pelo olhar dele, suas calças estavam mais que apertadas. Tudo bem que eu também provoco, pois enquanto minha irmã usava uma bata florida e um short branco, eu usava uma calça, um top preto mostrando minhas curvas e apertando meus seios fartos, não estou me achando mas sei que tenho uma beleza fora dos padrões e isso me faz ser irresistível. Meus cabelos ondulados e cor de mel batendo nas costas e meus olhos azuis, me fazem meu corpo ficar mais bonito e claro que sei usar isso ao meu favor. Ninguém além de Tom, percebeu meu interesse. Claro que eu só precisava de uma oportunidade para me jogar em cima dele. Pensei que demoraria, mas não demorou. Foi na festa da minha avó mesmo. – Meu pai precisava que alguém buscasse cerveja para ele, já que estava ele e todos lá de casa bem alegres, não queriam sair de carro. Minha irmã conversava algo sobre medicina com minha tia e não queria acabar o assunto. O mercado ficava longe da minha casa então meu pai teve a brilhante idéia de pedir para Tom ir com o carro dele no mercado buscar cerveja e como um bom genro, Tom foi e chamou Bruna.
- Amor, me desculpa mas eu to tão entretida no assunto. – Bruna disse e eu pensei como ela era idiota de deixar o namorado lindo daquele jeito dando sopa assim e claro que eu ataquei.
- Ah se você quiser, Bruna eu vou, porque eu estou com desejo de comer chocolate e já que Tom vai de carro, eu vou e faço companhia, tem algum problema?
- Não, nenhum Bárbara, vai mesmo, porque você conhece melhor o mercado que o Tom e ele nem sabe direito o caminho! – Eu só agradeci internamente por minha irmã ser tão burra, ela não era inteligente, e sim esforçada.
Eu como já era experiente no quesito sexo, troquei a minha roupa, coloquei um vestido preto de bolinhas brancas, tomara que caia, pois qualquer coisa e só abaixar a parte de cima e levantar a parte de baixo e Tom entendeu o recado. Entramos no carro e não trocamos uma palavra por cinco minutos ele tentava dirigir enquanto tentava esconder sua excitação por eu estar brincando com a barra do vestido, mostrando boa parte das minhas coxas.
- Você ta querendo me matar né? – Ele me perguntou e aquela foi a primeira vez que trocamos palavras, tínhamos uma conexão sexual muito grande.
- Eu, provocar? Claro que não, mas eu sei que você não está resistindo, falei colocando minha mão sobre seu membro e sentindo sua excitação, não trocamos mais palavras, só abri se zíper da calça e abaixei um pouco sua boxer, deixando seu membro de fora e na mesma hora o abocanhei e fiz muito bem o que eu sabia fazer. Ele, que já estava louco de tesão, parou o carro em um acostamento qualquer e começou a fazer movimentos com a minha cabeça e gemia, sua voz grossa me dava arrepios de prazer. Levantei meu rosto e olhei em seus olhos, aqueles olhos me deixaram apaixonada, sim, amor a primeira vista existe. Dei-lhe um beijo nos lábios e este beijo começou a esquentar, ele puxou meu vestido deixando meus seios à mostra, ele olhou com uma cara de safado linda e ficou observando.
- Ta olhando o quê, Tom? São bonitos, eu sei, faça logo seu trabalho e vamos porque vão desconfiar!
- Eu não vou fazer nada.
- O quê?
- Ninguém diz o que eu devo fazer ou não, só porque você é gostosa acha que manda em mim? Não manda, vai ficar na vontade, eu conheço sua fama Bárbara!
- Ok, não me importo, tenho quem me satisfaça.
- Então azar é o seu! – Tom disse. – Permanecemos em silêncio por todo trajeto até o mercado, compramos e voltamos. Ele conseguiu fazer o que nenhum homem havia feito. Me rejeitado. Fiquei perplexa e isso me deu mais vontade de persistir no meu erro.
Eu nunca havia sido tratada daquela forma por homem algum e isso me fez ficar mais obcecada por ele, querendo sentir mais seu gosto. Depois do incidente do carro, não nos falamos mais e por incrível que pareça, naquele dia ele me deixou sem graça.
Meus pais o adoravam, não sei se isso é vantagem ou desvantagem para mim, pois com isso ele passa a freqüentar mais a minha casa. Ele passou a ser o meu maior pecado, meu maior objeto de desejo, até confesso, virou minha paixão quase platônica. À medida que a freqüência dele na minha casa aumentava, eu saia menos, mas ele parecia me ignorar. Isto me corroia por dentro. Será que ele não tinha gostado do nosso único contato? Eu sempre fora muito boa nesse quesito. Bruna é melhor do que eu? Não poderia ser, pelo pouco que conheço dela, sei que é virgem. Só teria sexo depois do casamento. Ela dizia isso quando tinha doze anos, ela nunca havia beijado enquanto eu já tinha treze e era sexualmente ativa.
Eu não saía há duas semanas, precisava beber até tirar a imagem de Tom da minha cabeça ou até ficar muito bêbada ao ponto de conseguir fazer sexo com qualquer o vendo. Eu estava pronta para sair e muito provocante como sempre. Uma calça de couro, botas, um top e um sobretudo, estávamos no outono e fazia frio.
- Bruna, seu namorado não vem te ver hoje? – perguntei tentando transparecer uma inocência inexistente.
- Não sei, Barbie, acho que não, nós brigamos e ele está um pouco chateado. – disse Bruna triste.
- Poxa, que pena. – disse isso passando meu batom vermelho e ouvi a buzina do carro de algum cara que Letícia estava transando. Eu estava animada, o carro tocava uma música alta e alucinante. Letícia me deu uma bala (droga), fiquei feliz e insana algo que eu não sentia há tempo.Entrei na festa que era em um porão, algo no estilo underground. Eu estava dançando e rebolava sensualmente. Nesta hora eu já estava sem meu sobretudo e senti alguém pegando na minha cintura movimentando ao som da música eletrônica, me virei e ali estava Tom Kaulitz na minha frente. Não esperei e o beijei por longos minutos.
- Nossa Kaulitz, cadê sua namorada?
- Eu não estou aqui para conversar, até porque se tivesse, não estaria conversando com você, do jeito que você fuma, não deve ter mais nenhum neurônio. Seu tipo só me serve para uma coisa: comer e jogar fora!
- Você está enganado Kaulitz, não me conhece!
- Você é superficial, só de te olhar, posso ver o que sente e sei que está apaixonada por mim e também sei que você não presta.
- Assim como você, Tom. – Voltei a beijar Tom, seu perfume fazia com que suas palavras que poderiam doer, não doessem, não significassem nada para mim. Eu dançava no ritmo da música enquanto suas mãos exploravam meu corpo com uma certa curiosidade. Não demorou muito e fomos para o carro dele, fomos para o banco de trás e comecei tirando sua blusa e sua calça, o deixando só de boxer fui beijando por todo o seu peitoral definido e mordendo de leve a barra da boxer a tirando. Pude ver sua grande excitação, ainda mais quando comecei a usar a boca, seus gemidos de prazer me faziam querer excitá-lo cada vez mais. Fui tirando a minha blusa e logo ele tratou de me excitar, seu toque era diferente, talvez ele fosse mais carinhoso que qualquer outro homem que eu havia transado, ele mordiscava meu mamilo me fazendo gemer e ele ficava excitado só de me ouvir sussurrando seu nome em meio aos gemidos. Tom foi descendo sua boca e pude sentir seu piercing, quente como a temperatura de sua boca e senti um grande arrepio quando ele tocou em minha parte mais sensível. A forma que ele usava sua língua me arrancava escandalosos suspiros. Como alguém poderia me deixar daquela forma? Não me preocupei com preservativos, quando cai em si, ele já se movimentava brutamente em mim, quando ousei e mudei de posição e nosso suor caia pelo nosso corpo quente e suturado de prazer, cheguei ao orgasmo primeiro e pouco tempo depois ele também chegou. Deitei por cima do seu peito nu, enquanto ele acariciava meus cabelos.
- Tom...Você e minha irmã já...já transaram?
- Não, ela me pediu para esperar um pouco e eu aceitei.
- Hm, imaginei. – Peguei meu sobretudo e nos cobri, logo depois adormeci deitada em cima de Tom.
Não consigo mais parar de pensar no Tom desde aquele dia da festa não nos falamos mais. Simplesmente porque o olhar já diz tudo. Ele e Bruna já estão bem de novo, isso é bom pois pelo menos eu o vejo. Pensei o que sentia por ele era apenas uma forte atração, mas não é, é amor, eu assumo, é a primeira e única vez que amo alguém, é estranho. Tenho toda aquela famosa sensação de borboletas no estômago, coração disparado, todas essas coisas que sempre achei palhaçada. Já dormi com vários homens depois dele, mas sempre seu gosto prevalece em meus lábios.
Entramos de férias e me pai me deus a notícia que iríamos à praia, na verdade eu não estava nem um pouco afim de ir, queria dar uma super festa em casa, mas Tom ia conosco, então eu também iría, claro, ele é meu único motivo para me misturar com aquela gente que pouco me importo. Não agüento aqueles tios insuportáveis, minhas primas barangas e exibidas e claro, aquela songa-monga da Bruna cheia de amorzinho com o Tom dela. No carro tive que ir ao lado dele com aquele cheiro deliciosamente irritante. Ficamos em uma casa de frente para a praia.
À noite peguei meus cigarros e fui para praia fazer porra nenhuma. Logo o avistei de longe, sozinho com seu violão. Acenei para ele que veio em minha direção e sentou-se ao meu lado.
- Se livrou da Bruna e das barangas cretinas? – perguntei com desprezo na voz.
- Você está com ciúmes, Bárbara?
- Não! Por que estaria? Você não é nada meu mesmo!
- Eu tenho uma leve impressão que você está apaixonada por mim!
- Nunca me apaixonei por ninguém e você não faz o meu tipo, desculpa.
- Não foi o que você disse aquele dia no meu carro.
- Você é patético Kaulitz! – Tom deu uma gargalhada, nunca havia o visto tão feliz. Ele tinha um sorriso perfeito. Seus dentes brancos faziam contraste com seus lábios carnudos e levemente avermelhados. – Eu também acabei rindo.
- Você tem um sorriso lindo, Barbie.
- Obrigada. – eu disse envergonhada e logo partimos para um longo beijo.
- Eu gosto de você. – Tom disse.
- Se gosta de mim, por que está com a Bruna?
- Minha família gosta dela, eu gosto dela e ela é uma boa garota.
- Ser uma boa garota não é o suficiente! – eu disse.
- Eu sei, mas é melhor que ser você, você é muito politicamente incorreta pra mim, não dá, preciso de alguém que me dê um jeito.
- Você tem que mudar porque quer, ninguém vai te mudar Tom. E além disso, eu posso até ser super puta, perdida, mas você ainda gosta de mim.
- E você também gosta de mim, não tente esconder, Barbie.
- Eu não escondo nada é só você olhar nos meus olhos, pode ver que seu sentimento é correspondido. – olhei para ele envergonhada e lhe dei um selinho.
A partir deste dia viramos amantes até a notícia da minha gravidez. Eu estava com Letícia e fizemos o teste. Depois fui no hospital, refiz o teste e realmente deu positivo. Contei para Tom e ele entrou em desespero, sem pensar me deu o dinheiro para fazer o aborto.
Fui para a clínica clandestina onde faria meu aborto. Coloquei um avental verde e fui para a sala. O local mesmo sendo clandestino parecia limpo, deitei na maca e quando o médico foi introduzir o aparelho de sucção para sugar a criança, eu levantei desesperada. Eu não podia tirar a vida de um ser inocente, era um pedaço de Tom em mim. Corri chorando sem direção, ia aonde meu desespero me levava. Fui para a casa de Letícia. Lá ela me emprestou roupas e dinheiro. Escrevi uma carta para Tom e outra para minha família e sumi da pequena cidade de Magdeburg e fui para Berlim, recomeçar minha vida ao lado de Tom, meu filho, que teve o mesmo nome do pai e, aliás, é a cara dele.