Nome:Georg E sua Armadilha Japonesa
Autor:Não sou eu!É a escritora Thalita Rebouças da revista Atrevida (Adoron ela)E fiz alteraçoes
Classificação:Livre
Gênero:Comédia
[Nº de capítulos:01
Terminada ou não:Sim
Teaser(sinopse):Você foi convidada para jantar em um restaurante japonês super romantico,com uma cara chamado Georg.Você pensa que tudo vai ser uma mar de flores mas acaba descobrindo que tudo vai uma pegada de má sorte...
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Sou totalmente contra escatologia. Pum e afins não costumam fazer parte do meu repertório, assim como odores malcheirosos que saem do nosso corpo. Mas, dada a gravidade do problema que narrarei a seguir, vou abrir uma exceção.
Comida japonesa é bonita. Comida japonesa é gostosa. Comida japonesa é romântica. O que importa é que restaurantes japas instigam o romance e acabam sendo o rumo de muitos casais num primeiro encontro. Foi o que aconteceu comigo e o Georg, um gatinho que conheci numa festa e logo me convidou para um jantar japa.
O primeiro mico aconteceu na chegada.
- Tirar os sapatos? Fala sério! Pra quê?! - reagi indignada ao pedido da recepcionista.
- Aqui é um japonês legítimo. A gente vai sentar no chão, de pernas cruzadas, um do ladinho do outro, super-romântico - Georg gatinho explicou.
Mas é que...
- Qual é? Não quer mostrar os pezinhos, é? Por quê? Será que você tem seis dedos?
- Dâââ! - foi o máximo que consegui responder para Georg gatinho e chatinho.
Eu não teria escapatória. O talquinho que minha mãe comprara para amenizar meu chulé (que, admito, estava numa de suas piores fases) não passaria despercebido por ninguém, muito menos pelo Georg. Tirei o tênis e fui para a cabaninha que ele tinha reservado deixando medonhas "pegadas" brancas pelo carpete vermelho-escuro do restaurante. Que vergonha!
- Você usa talco, que bonitinho! - exclamou Georg.
Bonitinho? O que um cara não diz quando quer muito ficar com uma garota!
- É mania, uso desde pequena - menti. Ah! Não ia falar pro menino que estava com chulé, né?
Depois de muitos sushis e sashimis, teve início meu drama. Do nada, minha barriga começou a emitir sons que me mataram de vergonha. Altos, pouco espaçados, era como se meu estômago estivesse aprendendo a tocar trombone.
- Ui, olha minha barriga roncando! Será que mesmo depois de comer ainda estou com fome? - tentei disfarçar.
Georg gatinho foi mais que direto:
- Não, ronco de fome é diferente. Você está é com gases.
Pronto. A minha noite romântica tinha ido pro brejo. Afinal, vamos combinar que "gases" é a forma educada de dizer pum.
Terminamos de jantar em silêncio, com minha barriga sinfônica me embaraçando a cada barulho esquisito que emitia. Cheguei em casa e liguei para o pai de uma amiga minha, que é médico, e ele me disse que em algumas pessoas, peixe cru, especialmente à noite, pode dar gases. Eu não sabia! Ninguém tinha me avisado!
Por isso, por via das dúvidas, melhor evitar japonês num primeiro encontro. E nada de talquinho nos pés!
Thalita Rebouças é escritora. Visite seu site: www.thalita.com