Gente, eu tinha esquecido dessa *O*
Obrigada meninës
The Last Breath.
Bill Kaulitz.
A primeira coisa que senti quando recebi a notícia foi medo. Não medo de morrer. E sim, medo de como Alice ia reagir quanto a isso. E se ela resolvesse me abandonar? Ou se matar? Eu fiquei muito preocupado.
Mas, o tempo foi passando e eu até esqueci que tinha Leucemia. Daí resolvi parar de tomar os remédios. E a Alice alertava “Bill, não faça isso! Por favor, volte a tomar os remédios!”.
E eu não escutava.
Não queria escutar.
E esse foi um dos meus maiores erros, de toda a minha vida.
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Uma semana depois da minha “abstinência” aos remédios, eu senti algo estranho. Minha respiração ficou mais lenta, no ritmo das batidas do meu coração. Eu fui correndo para o hospital e lá me disseram que o caso era urgente. Quase não me restavam glóbulos vermelhos no sangue, ou seja, eu estava morrendo.
Três horas depois da “quase morte” eu estava internado. Então perguntei a enfermeira:
- Eu tenho as horas contadas?
Ela deu um suspiro pesado e disse:
- Sim. Você vive até daqui a umas três horas, no máximo. Sinto muito. Sinto muito mesmo.
Eu fiquei nervoso pela Alice. Essa hora ela estava na faculdade, ela viria pra cá correndo, então resolvi não perturbá-la.
- Sim. Mas, posso fazer meu último pedido?
- Claro.
- Me dá uma caneta e um papel?
- Para que? – perguntou ela, já com lágrimas nos olhos. Senti pena. Ela já deve ter visto essa cena algumas vezes.
- Vou escrever uma carta para uma pessoa, expressando meus últimos sentimentos, nas minhas últimas palavras.
Uma lágrima rolou pelo seu rosto. Tive vontade de limpá-la, mas, não dava pra me mexer ali.
-Com certeza.
-Ah, e mais uma coisa, por favor.
-Diga.
- Pode escrever? Eu não posso me mexer.
- Eu escrevo sim, pode deixar. – disse ela, limpando as suas lágrimas.
E eu fiquei ali esperando a enfermeira voltar. Ela voltou e escreveu para mim. A carta ficou ótima. Eu desejei que ela fosse lida com a mesma quantidade de amor que foi escrita.
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Alice...
Eu cheguei ultra animada da faculdade de psicologia. Eu havia tirado dez na prova. Eu pensava que nada podia me deixar pra baixo.
Mas, eu não sabia do futuro.
Fui tomar banho, trocar de roupa e liguei a televisão. Nada de interessante. Daí, eu fui e entrei na Internet, pelo menos lá tinha algo de bom. Nada de mais também. Desisti e fui pedir uma pizza. Até que a campainha do prédio foi tocada.
-Sim?
-Aqui é Alice Kümpreffan?
-Exatamente.
-Correspondência para a senhora.
-Hum... Ok. Obrigada.
Abri a carta. Nela havia escrito:
De: Bill Kaulitz. Para: Alice Kümpreffan.“Ah, o Bill e as suas cartas”, pensei animada.
Nela havia escrito:
“Sei que esse não é um bom momento para te dizer o que tenho de falar, mas, é o jeito. E sei também que essa não é a minha caligrafia (você deve estar estranhando). Eu pedi para que escrevessem para mim, pois eu não estou em condições para fazê-lo. Eu lhe peço uma coisa: não pare de ler para ir correndo para o hospital. Se for tarde demais, não se culpe. Eu esperei por isso o tempo todo, não me cuidei. Mas, por favor, não se culpe. Faça isso por mim.
Lembra do nosso primeiro encontro? Que eu não disse meu nome, só para você descobri-lo? E você descobriu. Sabe, Alice, eu sempre te amei. Desde o primeiro momento que te vi comendo Sunday de caramelo com batata frita (sim, foi nojento). E mesmo se eu não estiver entre todos na Terra, eu continuarei amando-te. Por que você faz parte de mim. Vivo e morto. Perdoe-me por não ter te escutado quando me disse que não era para eu parar de tomar remédios. Agora, eu pago por todos meus pecados, morrendo.
A parte vital do meu coração, obviamente, não vai funcionar por muito tempo. Agora, a parte que você está, vai viver para sempre. É imortal.
Por isso que eu te digo, Alice, que mesmo eu morrendo, pense que eu estou aí com você, quando se sentir sozinha, ou triste. Pensa que eu estou aí no seu lado. Por que eu realmente estarei.
Meu tempo está se esgotando, querida. Eu disse tudo o que eu podia. Agora não tenho mais tempo.
Amo-te mais que tudo.
E lembre se que, a fila anda. Eu não quero te ver triste, pra baixo.
Com muito amor do seu namorado,
Bill Kaulitz.” Eu respirei fundo. Não era verdade. Não podia ser. Não chorei, não gritei. Estava em choque demais para ter alguma reação desse tipo. Só peguei a minha bolsa e fui procurá-lo em todos os hospitais da cidade. Até que eu cheguei em um e a mulher disse:
-Bill Kaulitz? Hum. Sim, tem. Ele está nesse andar mesmo, na parte de urgência.
Daí eu comecei a chorar. Não dei nem obrigada para ela, e saí correndo para onde ele estava.
Quanto mais eu chegava perto, mas as batidas do meu coração aceleravam. Fiquei frente a frente à porta da sala onde ele estava internado e entrei. Não bati na porta. Não era necessário.
-A senhora é a esposa do senhor Bill Kaulitz?
-Sim. Onde ele está?
-Debaixo da coberta. Sinto muito.
Eu olhei para a maca. Tinha um corpo debaixo da coberta sim. Era o do Bill. Os aparelhos estavam desligados. Eu já tinha uma previsão do que tinha acontecido.
-Ele morreu. – eu disse. Não era uma pergunta.
-Sim. Perdoa-me. Ele lutou enquanto pôde. Mas, o coração não agüentou. A senhora leu a carta?
-Foi você que escreveu?
-Sim.
Um sorriso apareceu nas pontas da minha boca. Um sorriso quase impercebível, mas, verdadeiro.
-Eu vou deixá-la à vontade, sim?
-Tudo bem. Ah, e obrigada.
-Não há de que. Mais que minha obrigação.
Ela foi embora. Rapidamente tirei a coberta do seu lindo rosto. Estava duro, gélido. Eu tive vontade de chorar, mas, lembrei da carta. Aliás, não era necessário chorar. Ele ainda estava comigo. Não em pessoa, mas, em coração. Em alma.
Sem dizer nada, encostei a minha cabeça em seu peito. Na minha mente, seu coração ainda batia. Um sorriso apareceu em meus lábios. As sensações de tristeza e solidão me abandonaram como uma leve brisa. Fiquei ali por muito tempo, escutando as batidas imaginárias de seu coração.
Nossa, eu achei essa one tão chata Q enfim, tá aí. tomara que tenham gostado bgs :*