Oizinhooo!! Retorno aqui feliz com o up de vocês. rs
Bem, vamos lá de novo, dessa vez pra ficar e terminar com a fic, né? :3
Prontas pro primeiro capítulo? Gogo!
Boa leitura, girls!
Capítulo um Havia acabado de receber a notícia que mudaria a minha vida, seria o início do meu sonho se realizando. Eu havia passado na faculdade de moda! Sim, eu consegui passar no concorrido vestibular de inverno de uma das mais conceituadas universidades alemãs. Eles estavam segurando a minha linda vaga por eu ter passado em segundo, sim, segundo lugar!
Estava tão feliz naquele momento que pouco me importei com o resto do mundo, peguei meu celular e disquei o conhecido número da minha melhor amiga. Conversávamos empolgadas, quase gritando, a felicidade era demais porque finalmente moraríamos juntas! Ela quase me deixou surda e falou coisas incompreensíveis, típico dela. Disse-me que ia pegar as chaves do novo apartamento e já ia se mudar para que depois pudesse me ajudar. Sim, já tínhamos tudinho preparado.
Desliguei o celular, precisava falar com a atendente, estava comprando a minha passagem para a Alemanha. Escolhi o vôo das oito, chegaria lá em Berlim de noite, quando estivessem fechando o ringue de patinação, iria direto para lá. Passagem comprada, era só voltar para casa e contar aos meus pais... Okay, essa parte seria difícil, muito difícil.
Bem, sou Annelise Rosencrantz, tenho vinte e um anos. Nasci no Brasil, mas tenho fiel descendência alemã, meus pais são alemães. Tenho os olhos azuis, eles ficam bem azuis quando eu choro, meus cabelos são loiros platinados, compridos, tenho um corpo bonito até e amo andar bem vestida, amo moda e seus derivados, por isso queria me tornar uma estilista, coisa que meus pais eram completamente contra. Nunca entendi o porquê disso, eles sempre falavam coisas que não tinha muita coerência, mas moda estava fora de questão, entretanto, eu iria insistir nisso, afinal esse era o meu sonho.
Cheguei em casa um pouco antes do jantar, havia comprado algumas coisinhas para levar na viagem. Subi com as minhas coisas e quando Sandra me chamou, desci para o jantar... Hora de conversar.
Minha mãe era juíza, uma juíza extremamente respeitada e justa, era conhecida por ‘mão de ferro’. Meu pai era empresário, muito famoso por sinal, ele gerenciava casas de shows no país inteiro, por isso vivia sempre viajando, mas ganhava super bem. E ambos eram contra o meu sonho, a faculdade de moda não era nem um pouco bem vista por eles. Penso que eles não ligariam que eu morasse na Alemanha, afinal passei quatro anos lá para fazer o ensino médio num colégio interno super famoso, por isso tinha cidadania alemã. Viajar para mim não seria problema, eu poderia ir e vir sempre que quisesse, o problema seria a faculdade que eu faria lá.
Sentei-me a mesa e comecei a jantar após ter devidamente cumprimentado-os. Como sempre, eles não me deram atenção, apenas me desejaram bom jantar e voltaram a conversar sobre um assunto que nunca, jamais eu conseguia acompanhar... Leis. Se tinha uma coisa que eu pouco gostava era isso e esse sempre foi o sonho da minha mãe, que me tornasse uma famosa advogada. Meu pai até concordava com ela, mas também tinha me sugerido medicina... Que estava fora de questão, odiava ver sangue, principalmente o meu. Entre conversas, da parte deles e garfadas, da parte de nós três, jantamos.
Quando finalmente acabamos, tentei tomar coragem de me pronunciar, tinha que ser agora, amanhã de manhã meu pai viajaria e minha mãe teria um julgamento as sete, tinha que contar-lhes agora. Estava com medo, pois sabia que eles seriam contra, mas não iria desistir assim tão fácil, não antes de conversar com eles.
– Mãe, pai... Quero conversar um assunto sério com vocês. – falei colocando o guardanapo de pano ao lado do meu prato vazio.
– Diga, Annelise. – minha mãe pediu enquanto limpava os finos lábios.
– Eu passei no vestibular... – comecei temerosa.
– De direito? – ela perguntou rapidamente.
– De medicina? – meu pai perguntou me olhando pela primeira vez desde que me sentei a mesa.
– De moda. – respondi orgulhosa por não ser nenhuma das opções deles.
– Annelise Edwine Rosencrantz, nem pensar. – ele falou furioso largando o guardanapo na mesa de qualquer jeito.
– Mas esse é o meu so.... – comecei a revidar o encarando triste, pensei que ele teria orgulho de mim por eu ter seguido com o que realmente queria.
– Não Annelise, teu pai tem razão. Já tivemos essa conversa. É direito ou medicina, ainda fomos bons demais em te dar duas opções. – minha mãe falou com a voz que usava nos tribunais, senti um pouco de medo.
– Mas eu passei no vestibular, passei em segundo lugar... – falei olhando de um para o outro na esperança que eles se surpreendessem com a minha colocação.
– Entenda, você não fará moda, não enquanto viver sob esse teto. Você é uma Rosencrantz, não pode fazer uma faculdade tão vagabunda como moda... Tem que fazer algo grandioso, algo que um Rosencrantz faria. – meu pau falou me encarando bravo.
– Moda para mim é uma faculdade, um curso grandioso. Eu quero fazer e farei moda! – exclamei os olhando decidida, eles não iam mudar a minha escolha.
– Não discuta, você não fará moda, entendeu bem? – a juíza, minha mãe, falou batendo o pulso na mesa irritada.
Senti lágrimas se formarem nos meus olhos... Eles não iam me impedir, mas não iam mesmo! Eu faria aquela faculdade, eles deixando ou não.
– Minha filha, nós só queremos o melhor para você. – meu pai falou com a voz meio doce, meio fina enquanto tentava tocar a minha mão, mas a coloquei debaixo da mesa. – Esse curso não é a melhor opção para você, entenda.
– Pai, mãe, eu falo isso desde criança, fazer essa faculdade é um sonho, por favor, não tirem isso de mim. – pedi entre lágrimas. Sempre era assim, quando eu queria muito uma coisa, eles negavam.
– Não, isso está fora de questão. Você não fará moda, nem por cima do meu cadáver. – minha mãe falou batendo, novamente, o pulso na mesa.
Parei de reagir contra, eu apenas me retirei da mesa e subi correndo para o meu quarto. Tranquei-me nele e me encolhi no chão encostada a porta. Eu podia ter tudo, conforto, riqueza, luxo, mas não podia nem ao menos fazer algo que desejava de corpo e alma? Será que eles nunca iriam me entender? Meus pais jamais entenderiam que eu tinha sonhos e que desejava realiza-los com o apoio deles, uma coisa que quase nunca eu tinha. Sempre tentava chamar a atenção deles, me destacava, tirava boas notas, era popular... Fazia todas as coisas que um filho faria quando queria impressionar, chamar a atenção dos pais. Nunca conseguia nada, nem um mísero ‘muito bem’, jamais um ‘parabéns’. Eles nunca tinham tempo para mim.
Mas eu não ia desistir de moda, não mesmo! Eles não iam me impedir, eu conseguiria sozinha. No exterior tinha um pouco de dinheiro e Andy podia me deixar trabalhar no ringue de patinação que a mãe dela havia presenteado-a no Natal. Nessa época do ano que se tinha mais movimento, eu podia ajudar, trabalhar lá. Sequei as lágrimas que insistiam em cair, fui me olhar no espelho, minha maquiagem estava completamente borrada, estava com os olhos inchados e já passava das dez da noite.
Não me importei com aquele meu estado lastimável, era hora de colocar as coisas nos seus lugares. Fui para o meu closet, tinha algumas horas para fazer as minhas malas. Um desejo louco tomou conta de mim, ia fugir. Andy com certeza me ajudaria, Marie, mãe dela, me apoiaria com certeza. Minha melhor amiga tinha sorte de ter uma mãe tão legal, apesar dela sempre reclamar da mãe, ela era uma pessoa muito boa. Andy só gostava de implicar com a mãe, assim como Marie adorava implicar com a filha.
Conheci Andressa no colégio interno e junto com Alexia, que entrou no nosso último ano, nos tornamos o trio de A’s. Fazíamos bagunça direto e adorávamos isso. Andy amava debochar dos outros, ela debochava até de mim! Mas, sobretudo, ela era uma ótima amiga, sempre me apoiou em moda, sempre estava de bom humor e nos animava no máximo e também era fofa, uma fofa alocada elétrica. É assim que a resumo. A mãe dela, Marie, era uma grande consultora de moda dos famosos e tinha uma herança gorducha que o marido deixará para ela e Andy. Tia Marie era a mãe presente, que sempre me apoiava, a mãe que eu nunca tive.
Já Alexia era a camaleão, mutante de cabelo, você sempre se surpreendia com a cor de cabelo em que ela aparecia a cada mês. Era roqueira de carteirinha, tinha uma banda de rock, ela tocava guitarra e piano, era uma ótima pianista por trás da psicodélica guitarra. Odiava cantar, mas sempre teve que fazer a segunda voz por ser a única menina do quarteto. Ela era animada, mas era um pouco insegura, entretanto, conosco e com a banda que tinha sempre se soltava e no palco, ah, ela arrasava. Tinha o costume de falar mais do que devia, e era pegadora... Amava ficar com os garotos que queria e depois larga-los. Eu a considerava um tanto malvada, nessa parte.
E para completar o trio tinha eu, a viciada em roupas, sapatos, compras... Só a Andy tinha paciência nessas horas porque, cá entre nós, ela era consumista também. Mas eu estava me tornado a consumista que a partir de agora precisaria economizar e que jogava as roupas de inverno nas malas, nas quatro malas de roupas que levaria para a Europa. Deixaria uma outra para sapatos e botas, e mais uma para as coisas que não poderia deixar para trás, mas também levaria uma de mão com coisas que talvez precisasse no meio do voo, como meu caderno de desenhos, meu celular, meu i-pod e o resto de coisas que uma mulher precisaria.
Arrumei as três primeiras malas com vontade, mas meio deprimida, deixei as outras para arrumar a hora que acordasse, precisava dormir um pouco. Fui dormir magoada e infeliz, muito infeliz, mas esperava que a minha fuga me trouxesse uma felicidade, a felicidade que buscava na realização do meu sonho.
Prontinho, aí está!! Espero que tenham gostado e até o próximo capítulo. <3
Logo mais os meninos aparecem, aos poucos, pra variar. rs
Aguardo os comentários de vocês, besos e quesos, até breve!!