HaLLoOoOOoOoo Meninassssss
Bem-vindas à minha nova OS!!! Espero que estejam tão entusiasmadas com ela, como eu!
Essa OS foi inspirada num filme que visionei outro dia... A ideia pertubou-me durante uma noite inteira e no dia seguinte tive de tentar passar aquilo que tinha preso na mente para "papel"... Espero sinceramente que gostem e que se divirtam enquanto lêem esse pedaço de céu (ou inferno) que me deu tanto prazer a escrever * * * KiSsEs GrAnDEs & EnTusiAsMAdos peLo Seu NoVo ReBenTo * * *
20 de Abril, o dia que marcava a história da sua vida. O dia em que recordava como dois corações eram capazes de bater ao mesmo ritmo, e como a extinção desse bater era capaz de alterar a sua vida para sempre. 20 de Abril, o dia em que a tinha perdido.
20 de Abril – O dia em que tudo mudou…Bill tinha passado uma longa temporada fora de casa. Não gostava de a deixar sozinha, mas a
tour pela Europa e os compromissos que tinha de assumir assim o obrigavam. Trazia consigo uma flor que tinha apanhado no jardim, era branca e pura, como o amor que sentia por ela. Abriu a porta de casa de Amanda, com a chave que ela lhe tinha dado quando o namoro deles se tinha tornado algo impossível de evitar, e sentiu-se consumido pelo desejo de a ter novamente nos braços. A excitação tomava conta de si. Ia estar novamente com ela, senti-la nos seus braços e possuir o seu corpo pequeno e esguio. Achou estranho ela não ir ter consigo à porta. Nas suas fantasias, Amanda ia ter consigo numa correria desenfreada e saltava-lhe para o colo, depositando nos seus lábios os beijos mais sedentos de o possuir que alguma vez tinha sentido. Mas eram apenas sonhos, a realidade parecia ser bem diferente. Escondeu a flor por trás das costas e sendo cuidadoso, para não despertar a atenção dela, foi até ao seu quarto pé ante pé. A porta estava encostada. Estaria a dormir? Bill sorriu. Ia proporcionar-lhe o melhor acordar da sua vida. Empurrou ligeiramente a porta e do pouco que conseguia ver, viu a cama totalmente desfeita e as pernas de Amanda deitadas sobre os lençóis amarfanhados. Entrou no interior do quarto sem fazer barulho, para se aperceber se ela estava ou não a dormir, e quando pôde vislumbrar na totalidade o corpo de Amanda, sentiu o coração parar e a flor escorregar-lhe das mãos para embater no chão de forma violenta.
O corpo dela parecia morto. Encostada à cabeceira da cama, Amanda parecia um corpo sem alma, mole e sem vida. Vestia apenas uma t-shirt larga e vermelha, e umas cuecas acinzentadas. No seu braço esquerdo escorria uma linha fina de sangue que começava a manchar os lençóis com o elixir da sua vida. Ao seu lado, sobre a cama, o maior pesadelo de Bill, o diabo, a fonte de todos os seus problemas e preocupações: uma seringa vazia que outrora tinha contido algo sem o qual Amanda era capaz de viver. Bill correu ao seu auxílio e pegou com nojo e cuidado na seringa que estava sobre a cama para a colocar sobre a mesa-de-cabeceira. Pegou no corpo de Amanda e sentiu-a quente. Nem tudo estava perdido. Os seus olhos mantinham-se fechados, e o corpo indolente, parecia ter perdido a capacidade de reacção.
- Amanda!!! Amanda!!! – gritou Bill abanando o corpo dela de forma preocupada e desesperada. Perdê-la seria perder parte da sua vida
– Mandy… Acorda… Amor… Olha para mim, por favor… AMANDA!!!Abraçou o corpo dela sentindo-se estremecer. Não a podia perder, principalmente para as drogas! Porque é que ela tinha de as amar mais do que a ele? Porque é que não abdicava delas? Bill nunca tinha consumido, embora já tivesse ficado tentado a tal. Amanda era sempre tão energética e cheia de vida. Costumava dizer que não tinha amigos, a sua única amiga era a droga, nunca o tinha escondido dele, nem mesmo nos primeiros encontros. Em condições normais, Bill não seria capaz de se aproximar de uma pessoa assim sabendo que ela carregava um fardo tão pesado sobre os ombros, mas o amor e interesse que Amanda tinha despertado em si, faziam dela a sua própria droga. Como seria capaz de a privar de se alimentar de algo que a fazia viver, da mesma forma como ela o fazia viver a ele? Tinha esperanças de a conseguir mudar. Acreditava que o amor era capaz de curar tudo e que mais dia, menos dia, Amanda deixaria as drogas e alimentar-se-ia do seu amor, tal como Bill se alimentava do amor que sentia por ela.
- O que é que fizeste??? – perguntou Bill passando uma mão sobre a face dela, afastando os cabelos que ela tinha sobre os olhos para ver nela uma primeira reacção: os seus lábios esboçavam um leve sorriso
– Amor… Porque é que fizeste isto???
- Bill… - disse ela numa voz arrastada sem nunca abrir os olhos.
- Estás bem??? – perguntou ele abraçando-a com força contra o seu peito. Ela estava acordada e respirava
– Abre os olhos Mandy… Deixa-me olhar para ti…
- Voltaste… - disse Amanda deixando que a sua cabeça sem força caísse para trás sendo imediatamente segura por Bill.
- Sim… Estou aqui… Amanda voltou a perder todas as forças e reacções do seu corpo. Bill sentiu uma luz extinguir-se no seu coração ao perder o sorriso dela. Tentou puxar-lhe as pálpebras para cima para ver os olhos dela, mas os olhos esverdeados que tanto amava estavam perdidos na escuridão, pareciam mortos e sem brilho.
- Amanda!!! Fala comigo amor… – disse Bill batendo na face dela, na tentativa de a chamar a si novamente
– Volta para mim… Mandy… Amor… Porque é que fizeste isto??? Eu amo-te tanto…Bill sentiu as lágrimas começarem a escorrer dos seus olhos. Não era capaz de a ver naquele estado. Tudo em que conseguia pensar era na possibilidade de a perder e de a ter nos braços no momento em que ela abandonava o mundo cruel que a tinha subjugado a uma droga maquiavélica que punha termo à sua vida. Olhou para a sua t-shirt e apercebeu-se que estava manchado com o sangue dela. O sangue da mulher que amava, o sangue que lhe dava vida e a fazia o ser humano mais completo aos seus olhos. Depositou um beijo terno nos lábios dela e sentiu os seus lábios contorcerem-se ligeiramente num novo sorriso.
- Bill… - disse Amanda praticamente sem forças, ao mesmo tempo que esboçava um sorriso.
- Sim, sou eu amor…
- Voltaste…
- Sim…. – disse Bill sentindo-se triste por assistir à falta de discernimento e reacção daquele corpo.
- Amo-te… - disse Amanda de forma enrolada.
Bill sentiu-se pequeno e insignificante. Tudo o que queria era protegê-la. Ouvir da boca de Amanda aquelas palavras num momento em que se sentia prestes a perdê-la para sempre, enchia-lo de forças para lutar contra a precariedade que era a sua vida. Faria de tudo para não a perder, não se imaginava sem ela. Pegou no corpo pequeno e mortificado dela e com alguma dificuldade levou-a até à casa de banho. Precisava de tentar tudo por tudo para a reanimar. Ligou a água fria do chuveiro e colocou o corpo dela debaixo de água. A água estava gelada. Bill sentia-a embater contra si e estremecia com o frio que sentia. Amanda não tinha qualquer reacção ao colidir daquelas gotas de água sobre a sua pele. Bill pousou-a no chão e passou as suas mãos vezes sem conta sobre a cara dela.
- Bill…
- Estou aqui… - disse ele percebendo que ela começava a abrir ligeiramente os olhos.
- Bill... – disse Amanda começando a rir, sem conseguir abrir mais que metade dos olhos.
O riso dela despoletou em Bill um ataque de choro. Chorava de tristeza e felicidade. Não era aquilo que desejava para a vida dele. Não era aquilo que desejava para a vida dela. Mas como seria capaz de a abandonar quando o amor que sentia por ela era superior à soma de todos os grãos de areia no planeta? Como seria capaz de a deixar se ela precisava tanto de si? Sozinha não era capaz de viver.
- Nunca mais me faças isto… - disse Bill abraçando o corpo dela
– Promete-me que nunca mais me pregas um susto destes…
- Eu estou bem… - disse Amanda sem ter qualquer controlo no seu corpo adormecido pelas drogas.
- Larga essa porcaria… Por favor… - implorou Bill afastando-se do corpo dela para a olhar nos olhos a meia haste.
- Eu estou bem…
- Amo-te tanto… - disse Bill unindo os seus lábios molhados pelas gotas de água e pelas lágrimas salgadas que escorriam dos seus olhos.
- Eu estou bem… - disse Amanda parecendo um disco estragado
– Estou feliz…
- Promete-me que nunca mais te drogas… - pediu Bill sem conseguir tirar as mãos da face marcada pela droga da sua amada.
- Amo-te… - disse ela sorrindo.
- Promete-me… Por favor… - pediu Bill em desespero.
- Vamos ser felizes juntos… - disse Amanda fechando novamente os olhos.
- Sem drogas…
- Sem drogas… - repetiu Amanda de forma automática.
- Só tu e eu…
- Tu… E eu… - disse Amanda encolhendo-se no chão do chuveiro fazendo evidenciar o frio que começava a sentir.
- Eu vou-te curar… - prometeu Bill
– O meu amor vai-te curar… Prometo…
- Sim… Tu e eu… - disse Amanda ainda anestesiada pelo efeito que a droga tinha em si.
Bill fechou a torneira e saiu do interior do chuveiro para ir buscar uma toalha. Enrolou Amanda na toalha e pegou-a novamente ao colo para a tirar do chuveiro, mas não se sentia capaz de a carregar. Tinha perdido todas as forças do seu corpo, apenas se sentia estremecer com o frio e o medo de a perder. Sentou-se no chão da casa de banho com ela sobre o colo e pela primeira vez desde que a tinha encontrado, sentiu-a ter uma reacção física, ao colocar os braços à volta do seu pescoço e deixar-se embalar pelo corpo dele que estremecia violentamente. Bill sentiu novas gotas descerem sobre os seus olhos. Amava-a tanto.
- Não te quero perder… - disse Bill de forma desesperada.
- Eu estou aqui…
- Deixa-me salvar-te da vida que levas… - disse Bill abraçando-a com força por entre os seus braços.
- Bill… - disse ela de forma sussurrada.
- Sim meu amor…
- És o meu príncipe encantado…As promessas de cura ficaram no ar. Será que o amor ia ser capaz de salvá-la das malhas da droga? Será que o amor por si só seria capaz de vencer e dominar algo que fazia parte da vida de Amanda há tantos anos? Algo do qual o seu corpo se alimentava e pedia por uma dose diária? Bill achava que sim. Estava convencido que tudo ia mudar, que o susto pudesse ser a salvação de Amanda.
Uma semana passou. Uma semana de puro amor e ternura vivida nos braços um do outro. Amanda parecia mais ligada à Terra que nunca. Bill sentia necessidade de estar com ela todos os dias, a todas as horas. Queria matar as saudades e o cancro que a corroía sem dó nem piedade.
Uma semana passou até Bill a encontrar novamente anestesiada pela droga que consumia a sua vida. Sentiu-se desfalecer na dor de a ver novamente drogada com a mesma linha de sangue a escorrer do seu braço esquerdo. Sentiu-se perdido, sem rumo, como se tivesse sido traído pela mulher que mais amava. A droga não era a melhor amiga de Amanda, era a sua amante, aquela que ficaria do seu lado para todo o sempre. A sua paixão e vicio secretos. Sentiu uma dor sobre o peito tão forte e lacerante que não era capaz de a aguentar. Amava-a como nunca seria capaz de amar outra pessoa, mas não era capaz de viver com ela. A cola que os unia e os tornava perfeitos um para o outro, começava agora a descolar. Bill tinha de pensar em si. Se Amanda preferia a droga ao seu amor, se não queria viver do seu lado para sempre, e escolhia uma morte prematura, Bill tinha de se colocar a salvo, por mais que o estar a salvo fosse o romper da sua própria droga, do seu amor por Amanda.
Naquele dia 20 de Abril sentiu-se fraco e impotente perante a dor que sentia consumi-lo. Mas o que tinha de ser feito, tinha de ser feito. Tinha a sua vida para salvar. Precisava urgentemente de uma salvação, antes que fosse tarde demais. Não era capaz de estar com ela novamente. Não era capaz de a ter cara a cara e resistir em tocar-lhe e ceder aos seus desejos. Não podia! Não aguentava! Pegou num pedaço de papel e numa caneta e escreveu a sua carta de despedida, colocando-a sobre a cama de Amanda. O futuro só a si lhe pertencia, sozinho e amargurado…
Terça-feira, 20 de Abril de 2010
Mandy,
Queria ser capaz de olhar-te nos olhos e dizer que te amo. Queria ser capaz de beijar os teus lábios e senti-los em mim com o amor que sei que eles têm para me oferecer. Queria ser capaz de estar novamente contigo e não me sentir fraco, pequeno, e inseguro. Mas não consigo. A droga não me deixa…
Sinto que te perdi. Que te perco de cada vez que um químico entra no teu organismo e te consome como eu gostava de te consumir. Sinto-te escorregar-me por entre os dedos, e não consigo evitar que fujas de mim…
Desculpa a minha cobardia em escrever esta carta, mas preciso de respirar, de sentir que a vida tem mais significado do que aquele que lhe atribuo neste momento. Desculpa se te deixo mal, se te abandono quando mais precisas de mim, mas lutei, e luto por ti diariamente, e sinto que estive enganado este tempo todo. Não sou eu que tenho uma luta por travar, és tu, e enquanto tu não a quiseres enfrentar de frente, ficaremos para sempre cristalizados no tempo e na dor… Acredita que tudo isto me custa mais do que possas imaginar. Deixar-te é abandonar a minha própria droga, a razão que me faz viver, sorrir e ser feliz, mas sinto-me desesperado e perdido… Vejo o meu futuro sombrio do teu lado. Tu não tens forças para abandonar a droga, e eu não tenho força para entrar nela… Teremos sempre uma barreira entre nós que nos separa e nos torna incompatíveis. Queria estar do teu lado para todo o sempre. Viver tudo aquilo que juntos tínhamos planeado. Queria que fosses capaz de honrar a tua palavra e que largasses de uma vez por todas esse mal que te consome. Eu sei que me avisaste que ela era a tua melhor amiga, mas o que é que ela já fez por ti? Porque é que confias tanto em algo que te corrói e apodrece? Os amigos servem para nos amparar. A droga só serve para te destruir. Não a apelides de tua amiga, apelida-a antes da tua tortura, do teu vício, da tua amarra, da tua fraqueza… Tudo, menos amiga!
Só eu sei como desejei que respirasses o meu ar… A pureza do que sinto por ti…
Não posso prometer que ficarei à tua espera, sabes tão bem como eu que a espera pode ser longa e dolorosa…Mas confesso que secretamente desejo que esta carta seja aquilo que precisas para ganhar forças de encarar o futuro e lutar por ti, pela tua vida e pela tua felicidade.
Amo-te muito e ficarás para sempre marcada no meu coração por todos os momentos bons que passámos juntos, e por todos os momentos que eu vivi do teu lado, sem que tu tivesses consciência ou vida para te aperceberes deles…
De quem desejava viver num universo paralelo onde o amor fosse forte o suficiente para quebrar toda a dor e todas as barreiras que existem entre nós…Bill Kaulitz
20 de Abril, o dia que marcava a história da sua vida. O dia em que recordava como dois corações eram capazes de bater ao mesmo ritmo, e como a extinção desse bater era capaz de alterar a sua vida para sempre. 20 de Abril, o dia em que a tinha perdido.