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 Cidade dos Anjos - Último capítulo!

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R. Valentine
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R. Valentine


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MensagemAssunto: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSeg maio 06, 2013 2:45 pm

Nome: Cidade dos Anjos
Autor: R. Valentine
Classificação: +16
Gênero: Romance, Drama
Beta-Reader: -
Nº de capítulos: 8
Terminada ou não: Não
Personagens:Angel, Tom Kaulitz, Bill Kaulitz, entre outros.
Teaser (sinopse): Podemos negar que nossos anjos existem, dizer a nós mesmos que eles não podem ser reais. Mas eles aparecem de qualquer maneira. Em lugares estranhos, em tempos estranhos, eles podem ser qualquer personagem que possamos imaginar. Serão verdadeiros demônios se precisarem, nos chamando, nos desafiando a lutar.

Cidade dos Anjos - Último capítulo! Sad-angel-wings-woman

E aí, posto ou não?


Última edição por R. Valentine em Ter maio 14, 2013 2:57 pm, editado 14 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSeg maio 06, 2013 3:08 pm

Posta.
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kelly Cris 18

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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeTer maio 07, 2013 7:54 pm

posta estou doida pra ler
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R. Valentine
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeQui maio 09, 2013 12:31 pm

Capítulo 1 - Cidade dos Anjos
Cidade dos Anjos - Último capítulo! Gas_Station_Environment_by_sinejde

Eu não sabia para onde estava indo. Estava dirigindo há horas e não saía do lugar. É, quem manda confiar nas mulheres? Talvez eu devesse voltar para casa. O problema é, como? Quando me dei conta, percebi que estava mais perdido do que antes. Dirigia por uma estrada desconhecida. Nunca havia andado por ali, nem sabia aonde daria. Após mais alguns quilômetros, percebi que a estrada tinha acabado. Boa, Tom! Você foi tão longe que nem asfalto tem por aqui. Resolvi deixar o carro no acostamento e continuar a pé pela estrada de terra. Eu estava ficando maluco. Eram quase seis horas da manhã e eu estava perdido em algum lugar, no meio do nada, em Los Angeles. Após alguns minutos de caminhada por uma espécie de floresta, cheguei em um lugar descampado que tinha uma ribanceira. A lua ia embora, dando lugar aos primeiros raios de sol. Eu até me sentaria ali e apreciaria aquele belo amanhecer, caso não tivesse que descobrir um jeito de voltar para casa. Logo me lembrei que eu tinha um celular. Procurei-o dentro do bolso, peguei-o e, para minha infelicidade, a bateria tinha acabado. Resolvi me sentar na beira. O que mais eu poderia fazer? Olhei para baixo. Estava em um lugar alto e muito íngreme. Dava para ver a cidade toda lá de cima. Não tinha percebido o quão longe tinha ido. Agora eu lhe faço uma pergunta. Em que merda eu estava pensando para pegar o carro e dirigir até o meio do nada? Bom, eu posso responder. Vamos recapitular o que havia acontecido há algumas horas atrás...

* Residência dos Kaulitz - 22h45min *

– Que merda de tédio! - Reclamei enquanto dedilhava a minha Gibson.
– Nem sei porque eu vim pra cá. Para ficar com tédio, eu ficaria em casa. - Gustav resmungou enquanto comia um pedaço de pizza.
– Dá pra vocês pararem de reclamar e pensarem em alguma coisa pra gente fazer? - Georg interveio. - Não tem nenhuma ideia genial não, Bill? - Perguntou sarcástico, como sempre.
– Eu queria ver um filme... - Bill respondeu enquanto acariciava Scooty.
– Boa, mas que filme? - Hobbit perguntou interessado.
– Que tal esse? - Após levantar-se e pegar algo, Bill volta e nos mostra a capa de um filme.
– Cidade dos Anjos? Que merda é essa? Ah, fala sério, me recuso a assistir um filme desses. - Vociferei enquanto me ajeitava no sofá de couro.
– Ah, é um filme que conta a história de uma cirurgiã, a Meg Ryan, que fica arrasada quando perde um paciente durante uma operação. - Meu irmão explicava o filme enquanto se gesticulava. - Aí, aparece o Nicolas Cage, que é um anjo, se apaixona por ela e pensa em deixar de ser um imortal para poder amar e ser amado intensamente.
– Ah, eu topo. - Juschtel resmungou.
– Pronto! - Bill exclamou alegremente, após colocar o CD no DVD Player.
– Ah, que saco! - Berrei de raiva. - Um filme sobre anjos? Anjos não existem! E essa droga de se apaixonar? Ah, me poupe!
– Deixa de ser chato, Tom. Você nem viu o filme e já está reclamando. - Georg protestou, me deixando mais enfurecido que antes.

Eu não aguentava mais aquele filmezinho ridículo. Depois de quase duas horas eu já estava querendo me suicidar. Só mesmo o Bill para querer assistir aquilo e ainda chorar. Georg também estava concentrado na tela da TV e Gustav dormia e babava do meu lado no sofá.

– Quer saber? - Levantei-me do sofá e peguei as chaves do carro em cima da estante. - Fui!
– Aonde está indo, Tom? - Bill me perguntou espantado, já que estava tarde para alguém sair por aí. - Tom! - Ele me gritou em vão, pois fingi que não ouvi e saí apressadamente.

Fui até o posto de gasolina mais perto de casa e estacionei ali. Entrei na loja de conveniências, peguei umas bebidas, alguns maços de cigarros e andei até o caixa. Atrás do balcão, uma loira de olhos azuis, boca carnuda e seios fartos me chamou a atenção. Ela era linda. Sempre frequentei aquela loja, mas nunca a tinha visto. Talvez fosse funcionária nova. E seria um desperdício deixá-la ali, sozinha, numa loja de conveniências, podendo chamá-la para dar uma voltinha e se divertir.

– E aí, gata! Qual seu nome? - Questionei enquanto colocava as compras em cima do caixa e brincava com o meu piercing, tentando seduzí-la.
– Oi. - Ela me respondeu desanimada e me olhou meio torto enquanto passava as bebidas na máquina. - Meu nome é Tifanny e a sua conta deu 50 dólares.
– Minha mãe mandou eu dormir com os anjos. Vamos? - Perguntei à ela, entregando-lhe o dinheiro.
– Péssima cantada. E você nem acredita em anjos. - Ela me respondeu com grosseria, mas eu não pensava em desistir tão facilmente. Hey, pera aí! Como ela sabia que eu não acreditava em anjos? Ah, dane-se.
– Ah, vamos dar uma voltinha, sem compromisso, Tifanny. - Supliquei, percebendo que ela logo cederia.
– Tá, você me convenceu. - Disse enquanto pegava sua bolsa e saiu de trás do balcão.
– Não vai avisar à ninguém que está terminando o expediente? - Perguntei surpreso com o atrevimento dela.
– Fique sossegado. Eles não vão sentir minha falta. - Tifanny afirmou enquanto nós seguíamos para fora daquele estabelecimento.

Entramos no carro e, como se por um impulso, começamos a nos beijar. Ela era deliciosa. Minhas mãos percorriam o seu corpo sem pudor e as delas acariciavam o meu rosto delicadamente. Até que ela interrompeu o nosso beijo e pediu para que saíssemos de lá, já que ainda estávamos parados no posto.

– E aí, pra onde quer ir? - Perguntei-lhe enquanto ligava o carro e manobrava para sair daquele lugar.
– Eu conheço um motel aqui perto. - Ela respondeu, como se lesse os meus pensamentos. - É só seguir em frente.


E aí, continua?


Última edição por R. Valentine em Qui maio 09, 2013 4:04 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeQui maio 09, 2013 1:55 pm

Wooooow!!! Já to amando Very Happy

Tom, safadinho Wink kkkkk

Continua Liebe Wink
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSex maio 10, 2013 10:54 am

Capítulo 2 - Perdido
Cidade dos Anjos - Último capítulo! Motel_by_aworldofhope-d5n7zr6
Após uns 20 minutos dirigindo por um caminho que eu não conhecia e não sabia onde daria, deixando-me ser guiado por Tifanny, ela pediu para que eu parasse. Estacionei no acostamento e descemos do carro. Logo mirei em uma construção precária, caindo aos pedaços e com um letreiro luminoso, no qual só as letras M, E e L piscavam. O lugar parecia abandonado há anos.

– É aqui? - Perguntei à ela enquanto apontava para aquela joça. - Tifanny? - Perguntei assustado, pois, quando me virei para encará-la furiosamente, ela não estava mais lá.
Maldita! A vadia me leva para o fim do mundo e desaparece. É, pelo menos eu aprendi uma coisa com isso: Nunca confie em balconistas peitudas. Entrei no carro e fique batendo com a cabeça no volante. Resolvi sair dirigindo por aí, a fim achar a saída daquele lugar.


* Meio do nada - 05h36min *

Que merda, né? Por que eu simplesmente não saí da sala e fui para o meu quarto? Por que eu tive que ir até aquela droga de posto e me encantar por aquela loira balconista? Por que nós não transamos dentro do carro mesmo? Por que ela me deixou no meio do nada? Por que? Por que? Malditos anjos. Como eles conseguem ferrar a minha vida se nem existem?

– Só porque não pode ver algo, não quer dizer que não seja real. - Disse uma voz doce e feminina, tirando-me dos meus pensamento e me fazendo virar para trás bruscamente.
– Quem é você? - Perguntei gritando de tão assustado que eu estava. Era uma outra mulher. Depois da Tifanny, eu comecei a sentir medo de mulheres. Principalmente das mulheres que apareciam do nada e respondiam as suas perguntas como se lessem os seus pensamentos.
– Oi, estranho! Me chame de Angel. - Ela respondeu calmamente enquanto se sentava ao meu lado e admirava o nascer do sol.
– De onde você veio? - Eu comecei a interrogá-la. Queria saber se eu estava sonhando ou se era real.
– Do céu. - Respondeu-me com doçura enquanto olhava e apontava para cima, me deixando cada vez mais apavorado. - E não, eu não sou uma maluca.
– Como você sabe que eu... - Tentei falar, mas ela me interrompeu.
– Olha aquela nuvem! - Exclamou e apontou novamente para o céu. - Parece um coração!

Enquanto ela pronunciava aquelas palavras eu passei a admirá-la. Eu nem tinha percebido antes por causa do susto, mas ela era linda. Sua beleza era absurda, algo surreal, de outro mundo. Seu rosto era angelical, sua pele branca, seus cabelos loiros e compridos descansavam em seus ombros. E seus olhos azuis como o céu agora me encaravam.

– O que foi? - Ela me perguntou enquanto balançava uma das mãos em frente aos meus olhos, a fim de me tirar de uma espécie de transe no qual eu estava.
– Ahnm, nada. - Respondi parando de encará-la. - Nossa, que frio! - Exclamei quando senti uma rajada de vento gelada batendo em meu rosto. - Você não está com frio? - Perguntei, percebendo que ela só usava um vestido com alças bem finas.
– Não. Não consigo sentir o vento. Como sentiria frio? - Respondeu-me com outra pergunta, me deixando intrigado.

Como ela não sentia o vento? Se fosse uma brisa, tudo bem, mas era um vento fortíssimo. Eu, que estava todo agasalhado, senti frio. Por que ela não sentiu?

– Olha, preciso ir. - Avisei e logo fui me levantando. Talvez ela nem tivesse escutado o que eu tinha dito, ou fingiu não se importar, já que continuava sentada, admirando o céu. Ainda bem, pois eu estava começando a ficar com medo.

Eu comecei a andar. Não podia ser tão difícil sair dali, já que agora o sol iluminava o caminho. Andei, andei, andei... e nada. Foi quando eu percebi que alguém me observava. Era ela.

– Você está andando em círculos por entre as árvores, seu idiota! - Disse ela, zombando de mim. - Quer ajuda para sair daqui?
– Não preciso de ajuda. Consigo me virar sozinho. - Respondi malcriado, quando senti a mão dela pegando na minha, fazendo-me estremecer. O toque dela era diferente de todos os das outras mulheres que já haviam me tocado.
– Feche os olhos. - Pediu sussurrando.
– E como isso vai me ajudar a sair daqui? - Perguntei irritado e confuso.
– Feche os olhos! - Dessa vez ela não pediu, ordenou. E eu fechei. - Pode abrir. - Sussurrou em meu ouvido.

E eu abri os olhos. E onde eu estava? Dentro do carro, na frente daquela joça que a Tifanny chamou de motel. Como havia chegado tão rápido até lá? E cadê aquela mulher, a tal de Angel? Eu simplesmente fechei os olhos e, quando abri, estava ali. Eu me transportei em um piscar de olhos. É, eu estava louco. Liguei o carro, dei meia-volta e segui em frente. Depois de alguns muitos minutos, saí na rua do posto. Até pensei em ir lá e reclamar da funcionária gostosa deles, mas estava cansado demais e sabia que iria ouvir o Bill reclamar por eu ter sumido do nada e dado um baita susto nele.
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSex maio 10, 2013 4:19 pm

Maravilhoso esse capítulo...

é surpreendente como em cada história, cada capítulo você nos deixa mais fascinadas *.*

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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSex maio 10, 2013 8:19 pm

Capítulo 3 - Antes do pôr-do-sol
Cidade dos Anjos - Último capítulo! OT1r5tQ8J6A

– Ah, Tom! Graças a Deus! Você está bem? - Bill exclamou alegremente, assim que me viu.
– Calma, Bill. Eu estou bem. Eu só fui dar... - Tentei falar, mas Bill me interrompeu bruscamente.
– Seu maldito, você queria me matar do coração? Eu e os meninos quase morremos de tanta preocupação! - Ele gritou enraivecido.
– Eu só resolvi dar uma voltinha e acabei me perdendo. - Não menti, omiti. Não poderia contar tudo para ele.
– Como você se perdeu? Essa cidade é cheia de placas! Placas servem para você se localizar! Você é um retardado mental ou não sabe ler? - Ele perguntou tentanto parecer irritado, mas seus olhos lacrimejavam.
– O importante é que eu estou aqui e estou bem, ok? - Tentei acalmá-lo. - Falando nisso, cadê o Georg e o Gustav?
– Saíram para te procurar. Vou ligar para eles e avisar que você está bem e já apareceu. - Falou em um tom de voz mais baixo.
– Ok. Eu vou subir, tomar um banho e descansar. - Avisei enquanto subia as escadas. - Bill, me responde uma coisa? Existe, por acaso, alguma doença que impede as pessoas de sentirem o vento? - Parei em um dos degraus e perguntei.
– Acho que não. - Respondeu, sem entender nada. - Pelo o que eu sei, só os anjos não podem sentir o vento. Viu? Se tivesse prestado atenção no filme que a gente assistiu ontem, você não estaria me fazendo uma pergunta idiota dessas!
– Ah, é. Ahnm, eu vou subir.

Entrei no quarto e tranquei a porta. Não queria que ninguém me incomodasse por um bom tempo. Me joguei na cama e fitei o teto. 'Só os anjos não sentem o vento'... Ah, que ridículo! Eles nem existem! Tá, tudo bem. Isso ainda não explica o problema daquela tal de Angel que não sente frio. Falando nela, o que ela estava fazendo no meio do nada? Será que ela mora por ali? Estranho, muito estranho... Além disso, ela é linda. É uma pena uma moça tão bonita ficar se escondendo no meio do mato. Talvez devesse voltar lá e convidá-la para sair comigo. É, talvez. Outro dia. Não agora. Nem hoje. Estava cansado. Loucura demais em um só dia. Precisava de um bom banho quente. E foi isso que eu fiz. Tirei minha roupa e fui para o banheiro. Entrei no box, liguei o chuveiro e fiquei ali, paradinho, deixando a água quentinha escorrer pelo meu corpo e levar tudo de ruim embora. Os medos, incertezas, dúvidas... E quantas dúvidas! Falando em dúvidas, acho que, por eu ter batido com a minha cabeça no volante repetidas vezes, isso pode ter me causado algum problema mental. Eu só poderia estar delirando. Primeiro a Tifanny e depois a Angel. É, eu estava louco. Talvez eu devesse procurar um médico. Um psiquiatra, mais precisamente. Ah, pra que psiquiatra? Todos nós enlouquecemos às vezes, né? Saí do banho, me enxuguei e coloquei uma roupa. Deitei na cama e dormi. Alguns minutos depois, eu acordei aterrorizado. Estava suando e tremendo. Eu tinha tido um sonho com ela. Sonho não, pesadelo. Ela tinha asas! Eu não sabia mais o que fazer. Desde aquele dia não conseguia mais dormir. Passava as noites em claro, já que aquela mulher me assombrava. O único jeito era voltar lá e esclarecer minhas dúvidas.

– Bill, eu estou saindo. - Resolvi avisar. Não queria que ele tivesse outro ataque daqueles.
– Sair? De novo? E nem vai almoçar? - Me interrogou enquanto pegava alguma coisa na geladeira.
– É, Bill. Vou encontrar uma gata. Você sabe que eu não gosto de deixar uma dama esperando, não sabe? - Meio que menti. Não queria que ele soubesse pra onde eu realmente iria.
– Tá bem, garanhão! Divirta-se!

Peguei o carro e saí. Resolvi passar no posto e tirar satisfações com Tifanny. Estacionei o carro perto de uma bomba e pedi para que o frentista enchesse o tanque com gasolina. Caminhei até a lojinha de convenicências e fui até o balcão. Tifanny não estava lá. Quem estava atendendo era um homem que, além de ser homem, o que já era ruim, era bem antipático.

– Oi, a Tifanny está por aí? - Perguntei enquanto me debruçava no balcão.
– Não tem nenhuma Tifanny por aqui, garoto! - O balconista resmungou enquanto passava um paninho no balcão, me fazendo tirar os braços de lá.
– Quais são os dias delas aqui no posto?
– Quais são os dias de quem, moleque? - Perguntou carrancudo.
– Da Tifanny! - Exclamei, começando a ficar irritando.
– Nenhuma mulher chamada Tifanny trabalha aqui, meu senhor. - Falou com ironia. Principalmente na parte do 'meu senhor'.
– Ela estava trabalhando aqui hoje de madrugada.
– Ô moleque! - Ele gritou um garoto que estava arrumando uns produtos em uma prateleira. - Tinha alguém, além de você, trabalhando hoje de madrugada?
– Não senhor! - O garoto respondeu prontamente. Parecia estar num quartel general.
– Como assim? Ela estava aqui ontem e... Ah, deixa pra lá. - Falei e saí da loja.

Paguei a gasolina, entrei no carro e dirigi o mais rápido possível até aquele motel. Cheguei nele, mas não parei. O que eu queria estava mais à frente. Quando a estrada de esfalto sumiu, percebi que era hora de caminhar. Parei o carro e desci. Andei por alguns minutos, até que cheguei na área descampada. Ela não estava lá. Talvez eu estivesse louco. Algumas coisas na vida são tão bizarras, que só podem ser verdadeiras. Eu realmente estava acreditando que ela era um...

– Um anjo. Você acha que eu sou um anjo, não é? - Ela falou rindo docemente.
– E você é? - Perguntei curioso.
– Talvez. Você acredita em anjos?
– Eu acredito em você. - Falei com firmeza.
– Então você acredita em anjos. - Angel disse com um leve sorriso no rosto e foi se sentar.
– Quer dizer então que você é um anjo? - Falei ironicamente enquanto me sentava ao seu lado. - Prove!
– E o que você quer que eu faça?
– Ahm, eu não sei. O que os anjos podem fazer?
– Hunf. Se você tivesse assistido o filme Cidade dos Anjos naquele dia com seu irmão, não estaria me fazendo essa pergunta tosca! - Falou irritada.
– Ei, pera aí. Como você... Tá, tudo bem. Você conseguiu me convencer. - Falei com cara de tédio e recebi um sorrisinho dela. - Diga-me, os anjos... - Tentei perguntar, mas ela me interrompeu.
– Sim. Nós temos asas e podemos voar.
– Como você sabia que eu ia per... Tá, isso já está ficando chato! - Reclamei e ela riu.
– Quero te levar em um lugar. Feche os olhos. - Ela pediu e segurou minha mão.

Eu me arrepiei. O toque dela era indiscritivelmente maravilhoso. Era diferente do das outras mulheres que já haviam me tocado. Sua mão irradiava um calor estranho. Era algo bom.

– Pra onde vamos? - Perguntei curioso.
– U.S. Bank Tower.
– Como assim? É impossível! Vamos demorar horas para chegar lá, já que não temos um avião, helicóptero ou ...- Tentei continuar, mas acabei me assustando com o barulho que as asas de Angel fizeram quando surgiram de suas costas. - asas. Retiro o que disse.
– A única forma de chegar ao impossível, é acreditar que é possível. Agora, feche os olhos, mas deixe a mente aberta. - Ela pediu e eu acatei. - Eu sou um pássaro, e você?
– Se você é um pássaro, também sou. - Falei com segurança, sentindo ela segurar minhas mãos firmemente.

O barulho que as asas faziam quando batiam contra o vento era assustadores. Logo não senti mais o chão debaixo de meus pés. Era uma sensação maravilhosa e única. Eu sempre tive medo de andar de avião, mas agora, voando com Angel, senti todos os meus medos caírem por terra. Depois de alguns minutos de vôo, o vento começou a ficar forte. Eu ainda estava de olhos fechados, quando senti uma rajada, que nos desestruturou e nos fez cair no chão. Eu caí em cima de Angel, fazendo com que uma sensação estranha percorresse o meu corpo. Nos encaramos por um bom tempo em silêncio, até que ela o quebrou.

– Nós já chegamos. Então, você poderia sair de cima de mim? - Falou irritada e, quando eu saí, ela se levantou rapidamente, guardou as asas e bateu as mãos nos ombros, como se quisesse 'tirar a poeira'.
– Foi um belo vôo! - Exclamei com um enorme sorriso no rosto.
– Mas isso não foi voar, foi cair com estilo. - Falou debochada e se sentou bem na ponta, com as pernas para fora do prédio.
– Ei, me conta mais sobre os anjos? - Perguntei e me sentei ao seu lado.
– Bom, não tenho muito o que dizer. Nós somos seres dotados de asas que não podem sentir cheiros, sabores, toques e nem sentimentos. Ah, e somos imortais. - Explicou-me enquanto mirava o cidade. - Apesar de que todos nós já fomos meros mortais em outra vida.
– Uau! Então, você já foi como eu. Ah, é verdade que, quando as pessoas boas morrem, elas viram anjos? - Perguntei, a fim de esclarecer uma dúvida que tinha desde pequeno.
– Sim e não. Não, porque nada morre. As coisas só se transformam, já que, na vida, cada final é um novo começo. E sim, porque elas viram anjos.
– Ahnm, entendi. Então, como você se transformou?
– Bom, meu pai tinha muita raiva da minha mãe, por ela ter tido uma filha e não um filho, como ele desejava. Até que, certo dia, ele chegou bêbado em casa, com uma espingarda na mão, dizendo que iria matá-la. Sem pensar duas vezes, eu me joguei na frente dela e levei o tiro em seu lugar. O disparo foi certeiro, bem no meu peito. - Ela explicou enquanto colocava a mão no local, como se conseguisse sentir a dor novamente.
– Olha, me desculpe... - Desculpei-me, mas ela me cortou.
– Relaxa. É para isso que os seres humanos existem. Para salvar uns aos outros. Além disso, não há maior glória do que morrer por amor. - Ela falou com doçura.
– Você acredita no amor? - Perguntei curioso, já que ela havia me dito que anjos não podiam sentir nada, inclusive emoções.
– Sim. - Respondeu-me, com um leve sorriso.
– Como, se não pode sentí-lo?
– Posso não mais sentí-lo, mas eu morri por ele, se esqueceu?
– Ah, sim. Me explica o que é o amor?
– O amor é um negócio horroroso, terrível, praticado por tolos. Vai partir seu coração e deixar você na pior. O que sobra para você no final? Nada além de algumas lembranças que nunca se esquecem.
– Sério? - Perguntei espantado.
– Não. - Ela negou e deu uma risadinha. - O amor não tem a ver com palavras idiotas, mas com grandes gestos. O amor tem a ver com faixas sobrevoando estádios, pedidos em telões, palavras gigantescas no céu. O amor é ir além das forças, ainda que machuque. Liberar os sentimentos. O amor é achar dentro de si uma coragem que nem sabia existir. Entretanto, se eu pudesse definí-lo, eu diria que ele é maravilhoso e... - Pausou e suspirou. - simples.
– Simples? - Perguntei, arregalando os olhos. - Não vejo nada de simples no amor.
– Nenhuma ideia é simples, quando você tem que plantá-la na mente de outra pessoa. - Falou ironicamente e nós rimos.
– Eu quero acreditar no amor. - Pedi, apesar de que eu já acreditava. Na verdade, eu já o sentia.
– Feche os olhos. - Angel pediu e eu fechei. - Ainda pode me sentir?
– Sim.
– Então, - Ela começou a falar e eu abri os olhos. - o amor é assim. Não se pode vê-lo, mas pode sentí-lo. Eis o meu segredo: É muito simples! Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos. - Ela me segredou e sorriu timidamente.
– É bom tê-la como amiga. - Sussurrei, após alguns minutos em silêncio.
– Quem disse que sou sua amiga? - Perguntou espantada.
– E não é? - Devolvi a pergunta com mais espanto ainda.
– Não. Tu não és para mim senão uma pessoa inteiramente igual a cem mil outras pessoas. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens necessidade de mim. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo... - Angel tentou terminar de filosofar, mas eu a interrompi.
– E minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros me fazem entrar debaixo da terra. Os teus me chamarão para fora da toca, como se fossem música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então, será maravilhoso quando tiveres me cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo. - Falei, como um poeta, fazendo-a rir.
– Parabéns! Hoje você ganhou uma amiga. - Exclamou. - Por isso, lembre-se: Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. - Pronunciamos as últimas seis palavras juntos.

O sol estava se pondo. A luz alaranjada iluminava o rosto de Angel, deixando seus traços perfeitos e mais harmoniosos do que o normal. Foi aí que eu descobri que a amava. A conhecia há tão pouco tempo, mas ela foi a única mulher que conseguiu me enlouquecer com apenas um olhar. Não precisou tirar a roupa, muito menos me dar prazer na cama. Ela me dava prazer só de ouvir a sua voz.

– Nunca poderei ver um pôr-do-sol sem pensar em você. - Afirmei.
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSáb maio 11, 2013 10:54 am

Awwwwn que foooooofo esse capítulo *----* ~le eu vomitando arco-íris~

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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSáb maio 11, 2013 5:26 pm

Capítulo 4 - Um anjo em minha vida
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Talvez eu estivesse sonhando. Talvez não. Angel era tão real. Seu sorriso, sua doce voz, seu toque, o brilho nos seus olhos... Antes que eu fosse embora ontem, eu perguntei à ela o que era felicidade.

– Ah, felicidade é como o amor. Você não pode ver, mas pode sentir. É um estado de espírito. É você abrir a janela em um dia nublado, sorrir e dizer: Que belo dia! A felicidade está nos mínimos detalhes. Está em um sorriso, um abraço, em um olhar... - Explicou-me, com um enorme sorriso no rosto.
– E qual é o segredo da felicidade?
– O segredo? Ser feliz! - Exclamou e abriu o sorriso mais lindo que ela tinha. - Quer ser feliz? Dance comigo! - Falou, pegou em minha mão e puxou-me, fazendo com que eu me levantasse.
– Mas não tem música, Angel!
– Claro que tem! Não consegue ouví-la? Escute o seu coração! A música vem do seu coração! - Falou enquanto movimentava o corpo em cadência, como se dançasse uma valsa. - Vem, dance comigo!

E os que dançavam foram considerados loucos por aqueles que não ouviam a música. Apesar de que não havia ninguém ali, além de nós. E dançamos juntos até o amanhecer... Rimos, dançamos, brincamos, voamos... e nos amamos. Secretamente, mas nós nos amamos.

– Angel... - Sussurrei em seu ouvido enquanto, deitados no chão, descansávamos. - Eu já estive com muitas mulheres, mas nenhuma conseguiu fazer o que você fez.
– E o que eu fiz? - Perguntou, mirando o céu.
– Você me fez feliz. Mesmo que por um dia. Nenhuma daquelas mulheres conseguiriam me fazer feliz. Mesmo que, para isso, tivessem toda a vida.
– Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa. - Falou com doçura. - Bem, está na hora de ir para casa.
– Já? - Perguntei frustrado.

Pensei até em perguntar mais alguma coisa, mas preferi deixar para o outro dia. Só para ter um motivo para poder vê-la novamente.

– Sim. Feche os olhos. - Pediu e eu, prontamente, acatei.

Nesse momento há 6 bilhões, 470 milhões, 818 mil, 671 pessoas no mundo, algumas estão fugindo assustadas, algumas estão voltando pra casa. Algumas dizem mentiras pra suportar o dia, outras estão somente agora enfrentando a verdade. Alguns são maus indo contra o bem, e alguns são bons lutando contra o mal. Seis bilhões de pessoas no mundo, seis bilhões de almas... E, às vezes, nós só precisamos de apenas uma. Eu só precisava dele e amá-lo foi tão fácil... Eu o amo desde o dia em que o conheci, mas não me permiti sentir isso até hoje, estava sempre um passo a frente, tomando decisões para me livrar do que temia. Entretanto, depois daquele dia na U.S. Bank minha vida mudou completamente. Aprendi que quando se ama, vive-se inteiramente. Não importa se tem 5 minutos ou 50 anos. Se não fosse por ontem ou por Tom, nunca conheceria o amor. Ele foi a pessoa que me ensinou a amar... e ser amada. Sinto que sou a mulher da vida dele, disfarçada de sua melhor amiga, já que viajei oceanos de tempo para encontrá-lo. Dizem que anjos não tem sentimentos. Talvez eu não seja um anjo de verdade. Ou, talvez Deus tenha um plano maior para mim, do que eu mesma tenho.

Ao abrir a porta de casa, Bill já veio me interrogar.


– E aí, como foi?
– Maravilhoso! - Exclamei com um enorme sorriso no rosto.
– Você está diferente... Um brilho intenso nos olhos. O que houve, Tom? - Bill perguntou preocupado. - Conseguiu dormir com ela?
– Não, Bill! - Falei irritado. - É que eu estou amando, meu irmão! Eu estou amando! - Gritei de emoção enquanto subia as escadas.

Era uma sensação indescritível. Eu me sentia completo. Era estranho. Eu a conhecia há tão pouco tempo... Ela conseguiu fazer com que eu me sentisse único. De quantas pessoas podemos dizer o mesmo? Quantas pessoas fazem você se sentir raro, puro e especial? Quantas pessoas nos fazem sentir extraordinários? Não é como se fosse amor à primeira vista, na verdade. É mais como… ação da gravidade. Quando você a vê, de repente não é mais a terra que está te segurando aqui. Ela te segura. E nada importa mais do que ela. E você faria qualquer coisa por ela, seria qualquer coisa por ela… Estou tão feliz. Nunca senti isso antes. Estou exatamente onde queria estar. Foi aí que eu percebi que a vida não é apenas um amontoado de coincidências. É uma coleção de acontecimentos que culmina num plano sublime e belo. Meus erros me levaram até Angel, por isso eu erraria e faria tudo de novo. E sobre três coisas eu estava absolutamente convencido. Primeira: Anjos existem. Segunda: Angel é um anjo. E terceira: eu estou incondicionalmente e irrevogavelmente apaixonado por ela.
No dia seguinte, acordei e fui até a varanda. O tempo estava nublado. Entretanto, para mim, era como se o céu estivesse azul, assim como os olhos de Angel. Eu me lembro de pensar comigo mesmo: "Então, é assim que começa a felicidade. Aqui é o começo. E, é claro, haverá sempre mais". Nunca me ocorreu que não era o começo. Já era felicidade.


– Que belo dia! - Exclamei, sem perceber que Bill havia entrado no quarto.
– Belo dia? Tom, você não está vendo que o tempo está chuvoso? Como pode estar belo? - Perguntou confuso.
– Simples: Eu estou feliz. Até a coisa mais feia se torna bela aos meus olhos. Tipo a sua cara quando acorda. - Falei sorridentemente, fazendo Bill cair na risada.
– Se você está feliz, eu estou feliz! Ei, já vai sair? - Perguntou assustado, quando viu eu me arrumando.
– Sim. Algum problema?
– Não, nenhum. Vai encontrá-la? - Perguntou enquanto apoiava seu lado esquerdo na parede.
– Sim. - Afirmei, peguei minhas coisas e fui saindo.
– Ei, espera! Você nem me disse o nome dela! - Gritou furioso.
– Angel... Minha Angel!

E lá estava ela. Sentada no mesmo lugar de sempre. Parecia pensativa e nem percebeu minha presença. Aproximei-me lentamente. Na verdade, me movi em sua direção minha vida inteira. A partir do momento que nasci, cada vez que respirei, cada ato me conduziu à isto. À ela.

– Bom dia, flor do dia! - Exclamei enquanto lhe entregava um buquê de rosas.
– Bom dia, Tom! - Ela disse e eu estremeci. Ela pronunciava meu nome de uma forma tão doce e delicada. - Obrigada!
– Eu sei que não pode sentir o cheiro delas e... - Falei, mas Angel me impediu de completar a frase.
– Posso não sentir o cheio delas, mas posso enxergá-las. E elas são lindas! Obrigada! - Falou gentilmente enquanto acariciava as flores.

A terra. Bem, ela adorava o solo. Ela adorava falar comigo sobre a chuva... E as fontes de água doce. E caminhamos por quilômetros e quilômetros o dia inteiro. Ela me ensinou tudo sobre a vida, esperança e a longa jornada adiante. Até que voltamos e deitamos na grama seca, admirando o céu. A noite estava linda.

– Você está... - Tentei perguntar, mas ela me interrompeu.
– Eu reparei que você reparou que eu estou te reparando. - Falou e nós rimos. - É porque você está diferente... mais feliz.
– Sim, eu estou feliz! - Afirmei com um sorriso no rosto.
– Feliz é aquele que descobre que a beleza de um deserto é que ele esconde um poço! - Exclamou enquanto admirava as estrelas.

Sim, eu havia descoberto a beleza do deserto. Aquele lugar em que estávamos, era como um deserto. A gente se sentava na grama, como numa duna de areia. Não se via nada. Não se sentia nada. Até que eu descobri que, no silêncio, alguma coisa irradia... O que torna belo o deserto, é que ele esconde um poço em algum lugar. Ela era, para mim, como uma fonte no deserto.

– Ei, você mora onde? - Perguntei, quebrando o silêncio.
– As pessoas veem estrelas de maneiras diferentes. Para aquelas que viajam, as estrelas são guias. Para outros, elas não passam de pequenas luzes. Para os sábios, elas são problemas. Porém, para os anjos, elas são como um lar.
– Então, você mora em uma estrela? - Perguntei fascinado e ela confirmou, balançando a cabeça positivamente. - Em qual delas?
– Aquela onde moro é muito pequena para que eu possa te mostrar. É melhor assim. À noite, tu olharás as estrelas sempre. Minha estrela será para ti qualquer uma das estrelas. Assim, gostará de olhar todas elas... Serão todas suas amigas. E, quando olhares o céu à noite, eu estarei habitante uma delas, e de lá estarei rindo. Então, será, para ti, como se todas as estrelas rissem! Dessa forma, tu, e somente tu, terás estrelas que sabem rir. E terás vontade de rir comigo. E, às vezes, abrirás tua janela apenas por prazer... E teus amigos ficarão espantados de ver-te rir olhando o céu. Tu explicarás então: “Sim, as estrelas, elas sempre me fazem rir!” E eles te julgarão louco. Será uma peça que te prego... Será como se eu lhe houvesse dado, em vez de estrelas, montes de pequenos guizos que sabem rir... - Explicou-me com doçura, fazendo-me ficar hipnotizado com tanta perfeição.

– Olha aquela estrela! Ela é tão brilhante! - Exclamei fascinado. Essa estrela me lembrou o brilho dos olhos de Angel.
– O nome dela é Sirius e é a estrela mais brilhante do céu noturno. Ela faz parte da constelação Cão Maior. E essa ali, - Disse e apontou para outro lugar no céu. - é a supergigante vermelha Antares, a estrela de maior brilho aparente da constelação Scorpius. Ela é centenas de vezes maior que o Sol. É conhecida também como o “coração do Escorpião”.
– E aquela ali? - Perguntei. Eu gostava de ouvir ela falar sobre as estrelas.
– É a Polaris, da Ursa Menor.
– Por que as estrelas são todas iluminadas?
– Para que cada um possa, um dia, encontrar a sua. - Ela respondeu e sorriu docemente para mim.
– Você já encontrou a sua?
– Sim. A minha é aquela. - Falou e apontou para uma das estrelas mais brilhantes do céu. - A Alpha Phoenicis, mais conhecida como Ankaa. Ela faz parte da constelação Phoenix. Costumam dizer que essa é a constelação dos anjos.
– Sério? Por que?
– Porque ela representa a Fênix, uma ave que renasce das suas próprias cinzas. A Fênix é o símbolo da imortalidade. - Disse e fez uma pausa. - E você, já achou sua estrela?
– Não. O brilho dos seus olhos é tão forte que ofusca qualquer outra estrela e eu fico cego com a sua luz.

Adoro o jeito que ela faz eu me sentir, como se tudo fosse possível, como... sei lá! Como se a vida valesse a pena. Antes dela, minha vida era uma noite sem lua. Muito escura, mas havia estrelas... Pontos de luz e razão... E depois ela atravessou o meu céu como um meteoro. De repente tudo estava em chamas, havia brilho, havia beleza. Eu amo saber que ela não sente frio, mesmo quando está fazendo 21° lá fora. Eu amo a ruguinha que ela faz no nariz quando está olhando pra mim, como se eu fosse maluco. Amo que, depois de ter passado o dia com ela, eu ainda continuo sentindo o seu perfume nas minhas roupas. E a amo, já que ela é a última pessoa com quem eu quero falar antes de dormir à noite. E não é porque estou sozinho, e nem porque é noite. Eu descobri que quero passar o resto da minha vida com alguém, e eu desejo que o resto da minha vida comece o mais rápido possível. Se amamos alguém e não dizemos, para que serve esse amor?

– Angel, eu queria falar que... - Tentei me declarar, mas ela me impediu.
– Olha lá! Uma estrela cadente! Faça três pedido, rápido! - Exclamou enquanto apontava o dedo para o céu.
– Pronto. - Falei, após alguns segundos em silêncio.
– O que você pediu? - Ela perguntou, mesmo que já soubesse da resposta.
– Bom, são três, né? Eu só fiz o terceiro pedido.
– Só um? Podendo fazer três? - Exclamou surpresa. - E qual é esse pedido? - Ela sabia, mas quis ouvir da minha boca.
– Você é o meu terceiro pedido. - Afirmei, olhando profundamente para seus olhos. - E eu não precisei pedir mais nada, já que, ganhando você, eu ganho todas as outras coisas boas da vida.

E os meus lábios tocaram no dela e eu parei de pensar. Só senti a sensação de uma corrente elétrica percorrendo todo o meu corpo. Era estranho. Era ótimo.
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeDom maio 12, 2013 1:30 pm

Tom Kaulitz poeta, huuuuuuuum! kkkk muito fofo *--*

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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeDom maio 12, 2013 4:41 pm

Capítulo 5 - O farol
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E nós nos beijamos delicadamente. Seus lábios tinham um gosto doce e...

– Tom! - Ela me gritou, tirando-me de meu pensamentos e nos afastando, antes que nossas bocas se tocassem. - Não pode me beijar!
– Por que não?
– Eu beijaria você se isso não me matasse. - Ela falou entristecida.

Ela morreria se me beijasse. Entretanto, ela não disse que os anjos eram imortais? Por que ela morreria? Será que ela não quis que eu a beijasse e inventou essa desculpa? Não. Ela não faria isso. Alguma coisa estava acontecendo. E o que ela estava passando ia além de minha experiência e de minha capacidade de consertar. Não tinha o direito de julgá-la. E, se escolhesse ficar com ela, sabendo os riscos, tudo que podia fazer era lhe dar amor e respeito. E ver como a história acabaria. É. Podemos até negar que nossos anjos existem, dizer a nós mesmos que eles não podem ser reais, mas eles aparecem de qualquer maneira. Em lugares estranhos, em tempos estranhos, eles podem ser qualquer personagem que possamos imaginar. Serão verdadeiros demônios se precisarem, nos chamando, nos desafiando a lutar, como Angel. E eu não poderia temer. Entraria nessa guerra e lutaria pelo nosso amor.

– Tudo bem, sem beijo. Só de ouvir a sua respiração eu já fico feliz. - Afirmei com um sorriso no rosto, abraçando-a.
– Não importa o que haja amanhã ou pelo resto da minha vida. Estou feliz agora, porque amo você! - Ela disse e encostou nossos lábios delicadamente.

Eu não me importo de morrer. A morte não é triste. O triste é que a maioria das pessoas não vive nada. E eu quero viver. Na verdade, já vivi o suficiente. Eu nasci um pouco antes da Revolução Industrial. É, faz muito tempo. Talvez uns 200 anos. Vivi o que tive que viver e morri. E aí, me transformei. E agora, eu quero viver minha vida novamente. Se for para beijá-lo e morrer, eu não me importo. Só de poder sentir o seu beijo, eu me sinto feliz.

– Angel, não... - Eu disse, parando o beijo. - Não quero te fazer mal!
– Shh... Você não vai me fazer mal. Esqueça o que eu disse. Eu não me importo. Agora, se quer me fazer feliz, me beije! - Ela pediu e eu voltei a beijá-la.

Beijar Angel era a melhor sensação do mundo. Uma corrente elétrica saiu de sua boca, entrou na minha e percorreu todo o meu corpo. O beijo dela era um desfibrilador. Seus choques de realidade me deixavam vivo. Ela era real! Seu amor por mim era real! Isso era maravilhoso. Me sentia mais vivo do que nunca. Amar alguém já é lindo, mas descobrir que essa pessoa te ama é simplesmente fantástico...
Nós nos beijamos ainda por um bom tempo. Sem mãos bobas, sem desejos carnais. Um beijo puro e inocente, como o de duas crianças. Como se fosse o meu primeiro beijo...


– Feche os olhos. - Ela sussurrou, interrompendo o beijo.
– Eu já tenho que ir? - Perguntei desanimado.
– Não, bobinho. Eu quero te mostrar uma coisa.

E eu fechei. E, quando ela avisou que eu poderia abrir, eu tive uma grande surpresa. Estávamos em um cais. Nunca tinha ido ali. Nem sabia que existia. E, daquele lugar, como estava de noite, dava para ver a luz de um farol.


– Tom, não importa o que aconteça. Enquanto a luz do farol estiver acesa, meu coração sempre será seu.
– Será que, além do horizonte, tem algum lugar bonito, para nós dois vivermos juntos, para sempre?
– Sim. Lá, o amanhecer é lindo, com flores festejando mais um dia que vem vindo... Onde a gente pode se deitar no campo, se amar na relva, escutando o canto dos pássaros. Aproveitar a tarde, sem pensar na vida. Andar despreocupado, sem saber a hora de voltar.
– Quer ir para lá agora? Vamos deixar tudo para trás e ser felizes? - Perguntei empolgado com a ideia.
– Quem sabe outro dia... Agora, feche os olhos. Está na hora de ir. - Ela disse e eu os fechei.

E, quando eu cheguei em casa, corri para o telhado. Eu fui escutar as estrelas. Era como ouvir quinhentos milhões de guizos... Mas eis que aconteceu uma coisa extraordinária: Eu vi, bem de longe, a luz do farol. Ela era tão forte, mas tão forte, que eu conseguia enxergá-la de minha casa, a quilômetros e quilômetros de distância. É, Angel ainda me amava. Poderia dormir tranquilo. Foi aí que eu pensei uma coisa. Coisas extraordinárias acontecem apenas com pessoas extraordinárias, que estão destinadas a feitos extraordinários!

– Quem estava aí com você, Angel? - Peter, chefe dos anjos, me perguntou, logo depois que Tom foi embora.
– Por que me pergunta? Você não sabe quem estava comigo? - Perguntei malcriada enquanto me levantava.
– Você não deveria continuar se encontrando com ele, Angel... Para o seu próprio bem! - Avisou com um tom de voz alto.
– Eu vou continuar, se eu quiser. - Enfatizei o 'eu'.
– Você precisa esquecê-lo.
– Antes você me pedir para parar de respirar, do que me pedir para eu deixar de o amar! - Exclamei.
– É impossível! Você é imortal, Angel e ele... Ah, ele é um mero mortal.
– E daí? Se for preciso, eu desisto da eternidade só para amá-lo.
– Você não pode fazer isso! - Peter gritou enraivecido.
– Não só posso, como eu quero e vou fazer! O amor é um campo de Batalhas. Eu entrei nesse campo. E eu vou lutar.
– E, por acaso, o sentimento é recíproco? - Perguntou nervoso.
– Sim. Pode até ser que eu esteja enganada, mas estou aceitando correr o risco.
– Angel, você merece alguém insanamente, inexplicavelmente, perfeitamente e completamente apaixonado por você. Abre teus olhos, esse alguém sou eu. - Peter falou com doçura.
– Se você me ama, me deixa em paz. Eu devo seguir meu coração.
– Não apenas siga seu coração, porque seu coração pode se enganar. Você precisa guiar seu coração. - Ele falou calmamente. - Você não pode trocar sua imortalidade por ele. Ela é o seu bem mais precioso!
– Do que adianta ter asas, se eu não posso sentir o vento? - Perguntei enquanto tentava evitar que uma lágrima caísse.
– É a sua vida. - Respondeu amargurado.
– A única vida que quero é ao lado dele.
– Você não pode ficar com ele! Se você se unir com um humano, se torna igual a ele. Ou seja, vai perder a imortalidade e... - Gritou desesperadamente, mas eu o interrompi de continuar.
– Você não vai conseguir fazer eu mudar de ideia. Se for preciso, eu vou lutar contra tudo e todos. - Falei com firmeza.
– Tudo bem. Eu não vou te impedir de ser feliz. - Falou friamente. - Só não chore depois, quando o seu amor matá-lo.
– Como assim? Matá-lo? - Perguntei assustada.
– É. O que eu iria dizer quando você me interrompeu é que, quando um imortal se une com um mortal, os dois morrem. Entretanto, o primeiro se salva, mas perde a imortalidade. E o mortal... Ah, coitado. Ele não tem como se salvar... - Peter disse sarcástico.
– Então, quer dizer que... - Tentei falar, mas, dessa vez, foi ele quem me interrompeu.
– Sim, Angel. Seu namoradinho vai morrer. - Peter pronunciou as palavras com frieza, fazendo-me estremecer de cima a baixo.
– Não, não pode ser! Tem que existir alguma possibilidade de... - Gritei desesperadamente, até ele me interromper novamente.
– Não. Não existe nenhuma possibilidade, mágica ou milagre de impedir que isso aconteça. Quer dizer, existe uma coisa. Uma decisão pode salvar a vida dele. A sua decisão de deixá-lo.
– Oh, meu Deus... - Murmurei amargurada.
– A vida nem sempre é justa, minha querida. - Ele disse calmamente enquanto me abraçava. - E eu sei que, às vezes, dizer a verdade piora as coisas. Mas você precisava saber. - Peter falou enquanto afagava meus cabelos. - Angel, imagine que Tom é um pássaro. E alguns pássaros não podem viver numa gaiola. Suas penas brilham demais. E, quando eles voam, você fica contente, porque sabia que era um pecado prendê-los.

Tudo que fazemos é uma escolha. Aveia ou cereal, avenidas ou ruas, deixá-lo ou ficar com ele? Nós fazemos escolhas e vivemos com as consequências. Eu não sabia o que fazer, já que as consequências seriam drásticas e irreversíveis.
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSeg maio 13, 2013 2:55 pm

Não gosto desse Peter, pra mim é meio trambicagem o que ele disse O_o

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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSeg maio 13, 2013 2:57 pm

Capítulo 6 - A dor do amor
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Eu não conseguia parar de pensar em Angel. Queria que o dia amanhecesse logo para eu encontrá-la. Quando eu consegui dormir, logo acordei. Um pesadelo com ela. Um pesadelo horrível. Ela estava na beira de um precipício, arrancando suas asas e se jogando lá de cima. Foi horripilante ver essa cena. Por isso, não voltei a dormir. Fiquei acordado até o sol despontar no horizonte. Depois, peguei no sono e só acordei às três da tarde. Me levantei apressadamente, me arrumei e saí. Quando cheguei lá, vi Angel sentada, olhando para o céu, como se procurasse uma solução para algum problema. Ela estava triste. O ambiente estava pesado. Aproximei-me bem devagar e me sentei ao seu lado.

– Oi. - Falei baixinho, com medo de interromper seus pensamentos.
– Oi. - Ela disse pesarosamente.
– Tá tudo bem, Angel? - Perguntei preocupado.
– Você precisa me esquecer, Tom. Não venha mais aqui, não me procure mais. - Ela respondeu friamente.
– Como assim? Pensei que me amasse! - Exclamei confuso.
– E eu te amo, mas... - Ela tentou falar, mas eu estava nervoso e a impedi.
– Mas o que, Angel? O que está acontecendo?
– Eu quero lhe fazer um pedido.
– Qual?
– Me ame só enquanto eu estiver aqui, depois que eu for, me esqueça.
– Depois que você for? Ir para onde? - Questionei entristecido.
– Não importa para onde eu vou.
– Importa sim! Me deixe ir com você! - Supliquei. - Eu fiz tantas coisas erradas... E te amar foi a única certa!
– Você não pode, Tom. - Ela falou, deixando escapar uma lágrima.
– O que eu posso fazer para você ficar? O problema sou eu? Eu mudo! Posso ser divertido se quiser. Concentrado, inteligente, superticioso, corajoso... E também um bom dançarino. Posso ser o que você quiser. Diga o que quer, e eu serei pra você. Vou me tornar qualquer coisa que você precisar que eu seja. O seu protetor, ou um amante, ou um amigo, ou um irmão.
– Não, Tom. O problema não é você. Tom, você é perfeito. Entretanto, eu preciso ir. Eu não tenho escolha.
– Acho que sempre temos uma escolha. - Falei baixinho. - Por favor, não vai embora. Ninguém nunca ficou comigo por muito tempo antes. Eu só me lembro de coisas boas que aconteceram com a gente. Quando eu olho para você eu estou em casa, eu me sinto em casa. Por favor, eu não quero que vá embora. - Supliquei desesperadamente. - Como me desacostumar do velho hábito da tua companhia?
– Tom... Você precisa viver sem mim.
– Antes eu tenho que descobrir como é a vida sem você. Angel, eu te amo! Fica, por favor...
– A vida nem sempre é romântica. Às vezes, é realista. E o amor, não é suficiente para me impedir.
– Por que o amor não é o bastante? - Perguntei irritado, mas ela não me respondeu. - Hein? Ah, já sei qual é o problema. Eu sou mortal. E, se você se unir a mim, você deixa de ser imortal, não é?
– Tom, eu não... - Ela tentou falar, mas eu a interrompi com gritos.
– É isso, Angel? Você prefere ter asas do que sentir o vento? - Perguntei, cada vez mais irritado e desesperado.
– Eu preciso ir. Se nunca nos virmos de novo e você estiver andando e sentir uma certa presença ao seu lado, serei eu, amando você, onde quer que eu esteja. - Ela falou docemente e, num piscar dos meus olhos, sumiu.
– Angel, não me deixe... Angel!

E eu saí atrás dela. Corri por entre as árvores, gritando seu nome. Eu sabia que ela ainda estava ali. Podia não vê-la, mas eu sentia a sua presença. E eu gritei, gritei, gritei. E nada. Por que ela estava fazendo isso comigo? Por que? Quando percebi, já havia anoitecido. A floresta densa não permitia que a lua iluminasse meu caminho. Sentei-me no chão, encostando-me em uma árvore. E eu chorei enquanto gritava seu nome. Estava sem forças, sozinho no meio do nada. Até que comecei a ouvir passos. As folhas secas anunciavam que alguém estava se aproximando. Talvez fosse ela. Gritei-a, mas nada. Foi aí que eu percebi que não era ela e os passos estavam cada vez mais próximos. Fiquei aterrorizado e saí correndo. Sem perceber que havia um tronco na minha frente, tropecei e machuquei o joelho gravemente. Não tinha mais condições de correr. Era esperar e torcer para que Angel aparecesse e me salvasse. Sem pensar duas vezes, gritei o nome dela, o mais alto possível, e, logo depois, senti uma pancada muito forte em minha cabeça.
Abri os olhos, sentindo uma forte luz batendo em meu rosto. Era de manhã, bem cedo. Eu estava em casa, no meu quarto, deitado na minha cama. E eu não lembrava de absolutamente nada. Eu havia esquecido tudo. A última coisa que eu me recordei foi de ter passado no posto para encher o tanque e de entrar na loja de conveniências para comprar uns cigarros e bebidas. Aí, quando eu estava indo para o caixa, minha memória acaba. Talvez Bill soubesse o que havia acontecido. Ou, talvez, eu tivesse sido ontem que eu fui naquele posto. Aí, eu paguei a conta, voltei para casa, resolvi ir dormir e acordei hoje. Não. Alguma coisa havia acontecido e eu iria descobrir. Sentei-me da cama com dificuldade. Meu joelho doía muito. Espere aí... Meu joelho... Ah, meu Deus! Não era um sonho. A dor era a única coisa que conseguiu me lembrar que ele foi real. Quando ela se foi, quando o meteoro caiu no horizonte, tudo ficou negro. Nada mudou, mas meus olhos ficaram cegos pela luz. Não pude mais ver as estrelas e não havia mais razão para nada.
E o tempo se passou. Dias tornaram-se semanas, semanas tornaram-se meses, e então, em um dia nada especial, eu fui até minha mesinha, me sentei e escrevi nossa história. Uma história sobre uma época, uma história sobre um lugar, uma história sobre as pessoas. Mas, acima de todas as coisas, uma história sobre amor. Um amor que viverá para sempre. Talvez tivesse sido má sorte. O azar está por aí. Ele tem de pousar em alguém. Era a minha vez, só isso. Estava no caminho do tornado... Só não esperava que a tempestade durasse tanto. Por um lado eu queria esquece-lá, mas por outro… Eu sabia que ela era a unica pessoa nesse mundo que podia me fazer feliz. Foi aí que eu percebi que alguns dias com ela eram doloridos, mas as horas sem ela eram muito piores e que, em certos, dias só é preciso ter fé. Eu pensava nela o tempo todo e, na maioria das noites, dormia preocupado, me perguntando como ela estava por aí. Posso até não vê-la, mas o nosso amor, era como o vento, não podia ver, mas podia sentir. Todos os dias eu ia até aquele lugarzinho, no meio do nada de Los Angeles. Ele me trazia boas lembranças. E tudo à minha volta me fazia sentir sua falta. Foi lá que nós nos conhecemos e onde eu tive meu coração quebrado. Aí, eu tirei uma lição: Seu coração pode se partir, mas só assim pra você saber que tem um. Não ter notícias dela, é como se eu morresse. É como se o ar fosse retirado dos meus pulmões. Foi aí que, sentado na grama, percebi que a lua estava cheia, o que me fez pensar nela, pois sei que não importa o que estava fazendo, e onde estava, esta lua seria sempre do mesmo tamanho da sua do outro lado do mundo. E, todos os dias, eu ia para o telhado, olhar as estrelas e ouvir sua risada. Até que, certo dia, mirei o horizonte e vi a luz do farol. Ela estava acesa. Angel ainda me amava.


– Não faço ideia de onde está no mundo, Angel, mas não importa quantos meses se passem. A esperança é o meu guia, é o que me faz viver cada dia e principalmente cada noite. A esperança de que, mesmo você estando longe dos meus olhos, não será a última vez que olharei para você... - Eu disse enquanto escrevia tudo isso em um papel. - Sabe por que? Porque, se duas pessoas estão destinadas a ficarem juntas, elas encontrarão o caminho de volta. E nós vamos encontrar o nosso caminho.

Então os piores anos da minha vida passaram. Contei os eternos minutos um a um, enquanto esperava pela sua volta. Mas não me importava. Ficaria de vigília por toda a eternidade. Ficaria de vigília até morrer, se fosse preciso. Aí, eu me dei conta de que não era nada. Não me curaria nunca na vida. Fui atingido pelo raio do amor e me queimei além de qualquer cura. Ela era uma farpa que não podia ser retirada. Ela era parte de mim, onde quer que eu fosse. Ela estava em todas as partes.
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSeg maio 13, 2013 4:12 pm

bua Chorei muito :'(

Tão triste esse capítulo Sad

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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeSeg maio 13, 2013 10:27 pm

Capítulo 7 - Amor na relva
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Acordar era algo frustrante, já que, toda vez que eu abria os olhos de manhã, eu descobria que Deus não tinha ouvido minhas preces da noite passada. Sim, todas as noites, antes de dormir, eu me ajoelhava no chão e pedia para que Deus me matasse ou trouxesse Angel para mim. E ele não me matava, nem fazia ela voltar. É, talvez Ele não gostasse de mim, já que, por muito tempo, eu não acreditei nEle. É, mas eu comecei a acreditar. Só Deus mesmo para colocar uma pessoa maravilhosa, como Angel, na minha vida. E eu o agradecia por isso. Sempre. Entretanto, estava muito cansativo e triste passar todos esses meses sem ela. É, oito meses sem ela. Como eu consegui viver todo esse tempo? Acho que Deus tem um plano maior para mim, do que eu mesmo tenho.
Sim, acordar era muito frustrante. Eu até havia pensado que Deus havia se esquecido de mim, até que eu percebi que não. Era o dia do meu aniversário. A luz do sol batia intensamente em meu rosto, me fazendo abrir os olhos. Me sentei na cama e lá estava ela. Mais linda do que nunca. Seu rosto estava iluminado. Seus olhos brilhavam. E seu sorriso? Ah, seu sorriso...


– Angel, meu amor! - Exclamei e corri desesperadamente para abraçá-la. - Você voltou!
– Não voltei, porque eu nunca parti! - Ela afirmou, me dando um beijo. - Aqueles que nos amam nunca nos deixam de verdade. Ah, eu quero que fique com isto. - Ela disse enquanto colocava o colar que ela sempre usou no meu pescoço. - Um coração. O meu. É seu agora.
– Angel, eu te amo. Com toda a minha alma. - Sussurrei e a beijei.
– Agora, Tom, eu preciso ir. - Ela disse, parando o beijo.
– Não, Angel! Fica, fica comigo... - Suplicava desesperadamente, quando acordei.

Tinha sido um sonho. Um sonho bom e ruim, ao mesmo tempo. Ou, talvez, não. Um objeto, em cima da minha mesinha, reluzia como ouro. Levantei-me apressadamente da cama e, quando vi o que era, fiquei boquiaberto. Era o colar de Angel. Aquele colar com um pingente de coração, que ela sempre usava no pescoço. E tinha um bilhete.
Parabéns, meu amor! Esse colar é um presente, para que você nunca se esqueça de mim. Se lembra do farol? Então, a luz dele permaneceu acesa, desde que eu fui embora, até hoje. Você sabe o que isso significa, não é? Sim, eu ainda te amo. E não, nunca pense que eu fui embora por não gostar mais de você. Entenda que, às vezes, é preciso se afastar das pessoas que você ama, mas isso não quer dizer que você os ama menos, às vezes, você os ama ainda mais... E, assim como o nosso amor, uma coisa continuará verdadeira como sempre: nos vemos em breve. P.S.: É preciso que eu suporte duas ou três larvas, se quiser conhecer as borboletas. Dizem que são tão belas!

'Nos vemos em breve'. Essa frase ecoou na minha cabeça o dia inteiro. Oh, meu Deus! Ela vai voltar! Eu contava os minutos, apesar de não saber quando a reencontraria. Foi aí que eu me lembrei de uma coisa e fui até o quintal. Lá tinha uma árvore enorme. Há alguns meses atrás, havia uma lagarta, comendo as suas folhas. Há algumas semanas, essa lagarta entrou em um casulo. E hoje? Ah, o casulo estava vazio. A lagarta havia virado borboleta e estava feliz, voando por aí. Sim. Era hoje. Minha Angel apareceria hoje. Eu tinha certeza disso.
Já estava de noite. Meus amigos e familiares haviam se reunido na nossa casa, a fim de comemorar o meu aniversário. E o do Bill, é claro. Com todos aquele acontecimentos, eu estava eufórico desde de manhã. A qualquer hora ela apareceria e eu deveria estar pronto. Fui até o quintal, onde ficava a piscina. Várias pessoas, inclusive os G's e Bill, se divertiam loucamente. Talvez, para aliviar a tensão, eu devesse me jogar na água.

– Vem, Tom! - Georg gritou.
– É, maninho, vem! A água tá uma delícia e... - Bill tentou falar, mas Gustav jogou água em seu rosto e quase o afogou.

Quando eu ia começar a tirar a roupa, vi a borboleta se aproximar. Sim, aquela mesma. E eu senti que deveria seguí-la. Peguei o carro e fui atrás dela.

Finalmente! Já não aguentava mais ficar longe dele. Quer dizer, eu estava sempre perto dele, mas não como a Angel. Para ficar perto dele, eu fui a farmacêutica, a atendente da loja, a frentista, a vendedora, a balconista no supermercado... Sim, eu fiz de tudo para ficar perto dele. Entretanto, hoje, eu, a Angel, estaria ao seu lado. Resolvi voltar e contar tudo para ele. Tudo o que tinha acontecido, o motivo de eu ter me afastado... Ah, e explicar sobre o que pode acontecer se nós... Ah, você sabe. Eu até tentei deixar de ser imortal, mas era impossível. Por isso, até poderíamos continuar a nos amar, mas só de alma. Não de corpo.


Quando cheguei naquele descampado, lá estava ela. Linda, linda, linda... A luz prateada da lua iluminava seu rosto, deixando seus traços desenhados mais perfeitos do que nunca. Eu corri eu sua direção e a abracei, levantando-a no ar.

– Meu amor! - Ela exclamou com um lindo sorriso no rosto. - Me desculpe por tudo, pois eu só queria sair de fininho pela porta dos fundos, sem causar alvoroço nem conseqüências e... - Ela tentou dizer, mas eu a interrompi.
– Shh! Não fale nada, antes de me prometer que nunca mais vai me deixar. - Falei com firmeza.
– Eu nunca mais vou te deixar! Nunca! - Ela prometeu e eu voltei a abraçá-la.

E nós nos deitamos na grama. A noite estava linda e nós ficamos admirando o céu e conversando, a fim de matar as saudades. Ela me explicou sobre os outros 'eus' dela e eu a contei sobre os meus dias monótonos sem a sua companhia.

– Angel, por favor, me diga tudo o que aconteceu.
– Eu vou te explicar, mas não agora. Por favor. Deixe-me pensar nas melhores palavras para eu te contar tudo, ok? - Ela pediu e eu assenti.

E nós conversamos mais um pouco. E nos beijamos e brincamos e rimos. Foi aí que eu percebi que não sou ninguém importante, apenas um homem comum, com pensamentos comuns. Eu levo uma vida comum. Nenhum monumento dedicado a mim. Meu nome logo será esquecido. Mas em um aspecto, eu obtive sucesso como ninguém jamais teve. Amei alguém de coração e alma. E isso sempre foi o bastante pra mim.

– Tom, tá na hora de te contar tudo. - Ela disse enquanto se sentava e me encarava. Eu fiz o mesmo. - Eu fui embora, pois eu descobri que nós não poderíamos ficar juntos.
– Por que?
– Porque você iria morrer. E, a última coisa que eu quero no mundo, é te ver morto.
– Morrer? Como assim? - Perguntei confuso.
– Tom, se um mortal se unir com um imortal, ele morre.
– Eu não me importo. - Afirmei, fazendo com que Angel se assustasse. - Eu prefiro morrer, do que passar a eternidade sem poder te tocar.
– Mas Tom.. - Ela tentou explicar, mas eu a interrompi.
– Sem mas. Eu quero ser feliz!
– Estamos aqui, agora. Não podemos apenas sermos felizes com isso?
– Você pode estar feliz e ainda sentir-se tentado. Se vai acontecer alguma coisa, tem que ser agora.
– Tom, não prefere pensar antes de tomar uma decisão? Às vezes, precisamos de tempo para saber o que fazer.
– Shh... - Calei-a com um dedo em sua boca. - Eu já tomei a minha decisão. Se eu só tiver mais uma noite para viver, a viverei com você!
– Você não tem medo de morrer? - Ela perguntou aflita.
– Tenho um amor na minha vida, que me faz mais forte do que tudo o que possa imaginar. E se eu morrer, que morte mais bonita! Morrer fazendo aquilo que amo.
– O que? - Ela perguntou, mesmo sabendo da resposta.
– Amar você. - Respondi e a beijei. - Você está com medo de... - Tentei falar, mas ela me impediu.
– Claro que não! Prefiro compartilhar uma vida com você a encarar sozinha todas as Eras deste mundo!
– Não vivi 200 anos, mas, eu te amo...
– Por favor, Tom... Não faz isso. - Ela sussurrou.
– A gente não desiste só porque as coisas estão difíceis. - Falei e sorri.
– Você me olha com os seus olhos bonitos e as coisas parecem fáceis. A vida parece fácil, mas, infelizmente, as coisas não são bem assim, eu não sou bem assim, não tenho nada de simples. Não é fácil ser eu. Sou difícil de conviver, comigo. Tenho uma opinião diferente de mim, o tempo todo. E acabo sempre discutindo minha relação, comigo mesma. Eu sei que você não entende muito dessa minha complexidade de ser tantas e uma só, mas não tem problema... Todas ela te amam, assim como eu. E com você, eu sou poucas. Você conseguiu fazer dormir todas as outras. A equivocada, a precipitada, a orgulhosa, a impossível. Ficaram só a ciumenta, a boba, a interessante. A irônica ficou, mas ela combina com você. Todas de mim querem o seu bem, acima de tudo. Por isso, eu não quero ceder. Eu quero você vivo! Tom, eu tenho medo de te perder...
– Não fique com medo. Você não vai me perder. E, o que quer que aconteça amanhã, tivemos o hoje. - Afirmei e ficamos em silêncio.
– Continuará me amando de manhã? - Perguntou, dando-se por vencida, percebendo que não mudaria minha decisão.
– Para todo o sempre. - Falei e nos beijamos.

Lembro mais daquela noite do que de anos que vivi. Os lábios de Angel beijavam os meus delicadamente e seus dedos enrolavam-se em seus cabelos e me puxavam para perto. Eu fiquei por cima dela e a beijei ternamente. Até que ela me empurrou para o lado e ficou por cima de mim. Suas mãos subiam e desciam, acariciando os meus braços. Aí, elas percorreram o meu peito e desceram até a minha calça. Angel abriu o zíper e eu a ajudei a retirá-la. Aproveitei e tirei minha camisa, voltando a beijá-la. Minhas mãos deslizaram sobre os seus ombros, fazendo com que as finas alças de seu vestido caíssem. Então, ela se levantou e deixou que o vestido deslizasse pelo seu corpo, até cair na grama, deixando-a completamente nua. Eu fiquei a admirando por um bom tempo, até que, ainda bestificado, levantei-me e tirei a única peça que ainda me cobria. Voltei a beijá-la e fiz com que ela se sentasse no meu colo. Ao sentir nossos corpos, já despidos, se tocarem, eu me arrepiei. Nossos corações batiam no mesmo ritmo. Ela me olhava diretamente nos olhos, fazendo-me estremecer. Nos encaramos por alguns segundos, apenas sentindo nossas respirações se entrelaçarem e nossos corpos quentes se tocando. Eu senti vontade de tocá-la mais profundamente, mas tive medo de desrespeitá-la. Ela, que até então estava de olhos fechados me beijando, percebendo minha hesitação, interrompeu o beijo, abriu os olhos, pegou as minhas mãos e as colocou sobre os seus seios. E eu os massageei delicadamente, como se fossem de porcelana, voltando a beijá-la. Ela suspirava enquanto acariciava minha nuca, até que parou de beijar minha boca e começou a beijar meu pescoço. Eu comecei a segurá-la pelas costas, pressionando-a contra mim. Nós já estávamos loucos de tanto prazer. Prazer, o qual, eu nunca havia sentido com nenhuma outra mulher. Deixei minhas mãos deslizarem de suas costas até suas coxas. As segurei firmemente e Angel, entendendo o que eu queria, deu-me permissão. Então, levantei-a e a encaixei, começando a penetrá-la lentamente, a fim de que ela se acostumasse. Após alguns minutos, ela mesma já subia e descia. Aí, eu enterrei meu rosto na curva de seu pescoço e me entreguei àquele prazer que me dominava. Ela gemia cada vez mais alto. Eu sentia que, a cada investida, nós nos uníamos e nos fundíamos, nos tornando um só ser. Nós sentíamos uma sensação maravilhosa, que tomava conta de cada pedaço de nossos corpos, desde a cabeça, até a planta dos pés. E eu a apertava contra mim desesperadamente, cada vez mais forte. Nossas mentes e nossos sentimentos tornam-se poderosos de mais, fazendo com que a emoção se tornasse tão intensa que transbordasse de nossos corpos. Estava consumado. Ela se deitou em meu peito e soltou um longo suspiro.

– Você é o meu anjo. - Ela disse enquanto apoiava o seu queixo em meu peito, a fim de olhar em meus olhos.
– Gostou? - Perguntei ofegante.
– Eu senti... perfeito. Foi Perfeito!
– Viu, eu não morri. Eu estou aqui, bem na sua frente. Você ainda vai ter que me aguentar por muito tempo... - Falei e selei nossos lábios.
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeTer maio 14, 2013 1:35 pm

LOL Uau, fantástico esse capítulo *----* Tão lindo, quente e romântico ao mesmo tempo :*-*:

Continua Liebe Wink
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeTer maio 14, 2013 2:55 pm

Capítulo 8 - Metamorfose
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Eu estava com tanto medo de perdê-lo. Um medo tão bobo... Peter havia mentido pra mim, a fim de me afastar de Tom. Ele ainda estava vivo, eu ainda podia sentir seu respirar. Sua pele ainda estava quente. E, depois daquela noite, nós resolvemos ir dormir.
Era de manhã bem cedo quando eu acordei. Estava muito frio. Não, Tom estava gelado. Dormir nu ao relento deve ter feito mal à ele. Levantei-me, coloquei meu vestido e fui buscar as roupas dele que estava espalhadas por ali. Juntei-as e fui até ele.

– Tom... - Sussurrei em seu ouvido enquanto o balançava suavemente. - Acorda, meu amor...

Tom não respondia. Será que o sono dele era tão pesado assim? Não, havia algo estranho. Ele estava gelado e não respirava, além de estar sem pulso. Tom estava morto.

– Tom, não brinque comigo! - Gritei desesperadamente enquanto chorava e o sacudia violentamente. - Acorda, por favor!

Era tarde demais. Ele já estava morto. Quem sabe, tivesse morrido a noite, quando estávamos dormindo. Como eu pude deixar isso acontecer? Como? Eu deveria protegê-lo, não matá-lo.

– É tarde demais para pedir que você envelheça comigo? - Perguntei baixinho enquanto chorava e o beijava.

Em sete dias, Deus criou o mundo. E em uma noite, eu acabei com o meu. Tom estava morto agora. Não, ele não estava. Tudo o que é bom, nunca morre. Uma vez na vida, se tiver muita sorte, vai conhecer a pessoa que dividirá sua vida, em o tempo antes dela, e o tempo depois dela. Tom foi essa pessoa. Eu encontrei milhares de pessoas e nenhuma delas me tocaram, e então encontrei ele, e minha vida mudou. Pra sempre. Esta parte da minha vida, esta pequena parte, se chamou Felicidade. Entretanto, quando você encontra uma pessoa que o liga ao mundo, você se torna alguém diferente. Alguém melhor. Quando essa pessoa é tirada de você... o que você se torna, então? Como você deve olhar para a pessoa que ama, e dizer a si mesmo que é hora de seguir em frente? Mesmo em nossos piores momentos, devemos sempre lembrar de não nos desesperar. Principalmente, porque Tom podia estar morto, mas o nosso amor estava vivo, dentro de mim. E, estando ali, abraçada ao corpo dele, senti uma fraqueza imensa tomar conta de mim e eu desmaiei. E, um pouco antes de tudo ficar preto, quer saber a última coisa que me passou pela cabeça? Tom!

A vida é uma jornada, ela não leva a um destino exatamente, mas a uma transformação. A morte era apenas o princípio dessa transformação. Eu estava em um lugar muito escuro, onde não existia início, nem chegada. Só o caminho. Sim, eu estava morto. Ou não. Não sabia bem o que estava acontecendo. Eu só sentia que tinha que continuar caminhando, a fim de achar uma saída. Eu estava contrito e abatido, mas eu não podia me levar pelo arrependimento das decisões que me trouxeram cara a cara com a morte. Elas também me levaram à Angel. E, por ela, faria isso mil vezes! Aí, eu percebi que ainda estava usando aquele colar. Foi aí que eu entendi que tinha que parar de tentar encontrar o fim, e começar a procurar um novo começo.

– Bem-vinda ao mundo real. É uma droga, você vai adorar! - Falei para mim mesma.

Sim, agora eu era uma mera mortal. Era maravilhoso... Eu podia sentir o vento, podia sentir o sabor de uma maçã, o cheio de uma rosa... Tom morreu, mas me trouxe de volta à vida. Além disso, ele deixou um pedaço dele dentro de mim. Seu coração batia dentro de mim. Eu vim descobrir isso após alguns meses. Eu estava engordando muito. Pensei que estivesse ficando obesa, já que eu havia arranjado um trabalho em uma lanchonete, o que teria me feito engordar. Entretanto, eu quase não comia nada, por causa dos fortes enjôos que estava sentindo ultimamente.
Certo dia, eu estava na lanchonete. O movimento estava fraco, até que chegaram três rapazes. Os reconheci de longe. Eram Bill, Georg e Gustav. Bill... Como ele me lembrava Tom. Claro, né? Eles eram gêmeos!


– Oi, bom dia, eu gostaria de três cafés bem fortes, por favor! - Ele veio até mim e me pediu com uma voz doce e calma, e eu o atendi prontamente.

Ao levar os cafés para eles, acabei derrubando um pouco, consequência da tontura que acabara de sentir. Desesperada, comecei a me desculpar com eles e, morrendo de vergonha, tirei um paninho do avental e comecei a limpar a mesa, até que...

– Ei, Angel? - Bill perguntou espantado.
– Sim. - Estremeci. - Como sabe o meu nome?
– Você era a namorada do meu irmão Tom, não é? - Ele perguntou surpreso e feliz.
– Sim. - Murmurei. - Mas como você sabe se... - Tentei perguntar, mas ele me interrompeu.
– Ele me falou muito de você. Ele vivia me dizendo que, caso a gente se esbarrasse um dia, eu iria te reconhecer de primeira, já que a sua beleza era inconfundível. É não é que era verdade? - Ela falou gentilmente.
– Ah, obrigada. - Agradeci envergonhada, sentindo minhas bochechas corarem.
– Ei, você aceita sair comigo? - Ele perguntou, fazendo com que eu e os G's nos assustassem.
– Bill! O Tom morreu! Respeite-o! - Georg gritou irritado.
– Calma, gente. Vocês não entenderam. - Ele falou calmamente. - Eu não te chamei pra sair para eu dar em cima de você. Eu só gostaria que me contasse como foram os últimos dias dele, já que, depois que você apareceu, ele, praticamente, esqueceu de mim. - Bill explicou-me pacientemente.
– Tudo bem, eu vou te contar.

Após o fim do meu expediente, fomos para a casa de Bill, que também já fora de Tom. Nós jantamos e eu contei à ele como era nossa relação. Ele me contou que, dias depois de terem encontrado o corpo do irmão, ele desapareceu misteriosamente. Além disso, ele disse que, quando eu e Tom brigamos e eu fui embora, o irmão dele caiu em depressão e a única coisa que ele pensava era em se matar. É, eu já sabia disso, mas ouvir da boca de Bill me fez estremecer ainda mais. Eu não pensava que eu era tão importante para Tom.

– Pena que meu irmão está morto... - Ela falou enquanto uma lágrima escorria pelo seu rosto.
– E quem disse que ele está morto? Bill, ele ainda está vivo. - Disse enquanto me levantava, pegava a mão dele e colocava sobre a minha barriga. - Ele está vivo, dentro de mim.
– Oh, meu Deus! Não me diga que você... - Ele exclamou, num misto de surpresa e felicidade, mas eu o impedi de continuar.
– Sim, eu estou grávida.
– Ah, Angel! Parabéns! - Ele gritou alegremente enquanto me abraçava. - Eu não quero mais que você trabalhe naquela lanchonete, pois vou sustentar você e seu filho. Além disso, quero que venha morar aqui comigo. A sua presença me traz boas lembranças. É como se Tom estivesse junto de você. E está! - Ele falou, apontando para a minha barriga. - Você tem até o cheiro dele. Por favor, não recuse a minha proposta.
– Eu não vou recusar.

Um brilho repentino quase me cegou. Sim, era a luz no fim do túnel. Eu corri, cada vez mais rápido, a fim de chegar logo àquela saída. Eu estava saindo do casulo, como uma borboleta. Agora eu tinha asas e um enorme poder em minhas mãos: A imortalidade. Logo após passar pela luz, fui recebido por um homem, também imortal, que não me parecia muito amigável.

– Olha quem está aqui... Tom Kaulitz! - Ele falou sarcasticamente.
– Quem é você? - Perguntei firmemente à ele.
– Peter, melhor amigo de Angel. - Ele respondeu, me fazendo estremecer.
– Angel... Onde ela está? - Questionei desesperadamente.
– Shh! Quem faz as perguntas aqui sou eu. - Ele gritou enfurecido. - Pensei que você estivesse morto... Como chegou até aqui? - Ele perguntou, mesmo que soubesse da resposta.
– Eu não estava morto, porque nada morre. Tudo se transforma. E o que desesncadeou a minha metamorfose, foi o meu amor por Angel. Eu morri por amor.
– Mas amar não quer dizer sacrificar partes de si mesmo.
– Claro que sim. Quem ama se doa completamente, a fim de ver a felicidade do outro.
– E você acha que Angel está feliz? - Peter perguntou e soltou uma risada maléfica. - Você tirou o bem mais precioso dela. Agora, Angel é uma mortal. Além disso, está entre a vida e a morte. Você ainda acha que ela está feliz?
– Onde ela está? - Perguntei desesperado, sentindo meus olhos se encherem de lágrimas.
– Em um hospital em Los Angeles. Se eu fosse você, iria até lá e tentaria salvá-la.
– Oh, meu Deus! Eu não pensei que faria tanto mal à ela. - Murmurei.
– Pare de se lamentar e faça alguma coisa. - Ele ordenou friamente. - Se já construístes castelos de areia no ar, não te envergonhes deles, constroe agora os alicerces. Evite a morte dela.
– Como eu posso fazer isso?
– Esse colar que está usando pode salvar a vida dela. Quando ela o entregou, estava colocando nas tuas mãos a imortalidade dela. Quando você morreu, ela se enfraqueceu e ficou mortal. - Ele explicou entristecido. - Devolva o colar à ela, antes que o seu coração pare de bater.

E eu saí correndo. Correndo não, voando, já que agora eu tinha asas. E fui ao encontro de Angel. Quando a vi, ela estava numa sala e o parto já estava sendo realizado. Ela estava sangrando muito. Coloquei o colar em seu pescoço, mas sem ninguém perceber minha presença. Claro, ninguém além dela.

– Angel, seja forte! - Bill gritava desesperadamente enquanto eu me sentia cada vez mais fraca.
– Eu não consigo... - Murmurei, já sem forças.
– Empurre, garota! Você já está quase conseguindo! - A parteira gritou, ao ver a cabeça do bebê.

Depois de alguns minutos, eu ouvi o seu choro. Um choro fraquinho... Era música para os meus ouvidos. Era o meu filho.

– É um menino! - Uma enfermeira gritou enquanto me trazia ele, para que eu o conhecesse.
– Olha, Angel, que lindo! - Bill falou admirado.
– Zebadiah.
– O que? - Ele me perguntou, sem entender o que havia dito.
– É um nome hebraico. Zebadiah, o filho da luz. Esse vai ser o nome dele. - Falei, sentindo todas as minhas forças indo embora. - Bill, segure-o.
– Angel? - Ele perguntou, ao perceber que eu não estava bem.
– Ela está perdendo muito sangue! - A enfermeira gritou desesperdamente.
– Angel, fique comigo... - Bill clamou, mas eu não consegui. Foi mais forte do que eu.
– Eu vou ao encontro do Tom. Vou ser feliz... - Sussurrei e estava acabado.

Ela estava morta. O colar não conseguiu salvá-la. E eu começava a me sentir fraco. Ninguém conseguia me enxergar, por isso eu não pude pedir ajuda. Eu estava morrendo. Peter não havia me dito que, ao entregar o colar para Angel, eu daria à ela 'metade' da minha vida. Caso ela morresse, eu morreria junto. E foi o que aconteceu.

Os médicos me forçaram a deixá-la. Angel estava morta e eu não podia fazer nada. Eu me sentia um completo inútil. Primeiro Tom, agora Angel. Eu estava sozinho.

– Ei, Bill... - Georg me chamou, logo assim que me viu sentado em uma das cadeiras do hospital. - O que aconteceu?
– É o fim. Angel está morta. - Respondi, me sentindo horrivelmente mal.
– O fim? Não. Venha. - Ele disse enquanto me puxava pelo braço, me fazendo levantar e o seguir.
– Tem certeza de que é o fim? - Georg perguntou, apontando para um bebê chorando, dentro do berçário.
– Não, é o início. - Eu falei e sorri.
– Senhor Bill! - Um dos enfermeiros me chamou. - O corpo da paciente sumiu!
– Como assim? - Perguntei confuso, mas logo entendi.

Assim como o corpo de Tom, o de Angel também havia sumido. Talvez Tom tivesse vindo buscá-la, para passarem a eternidade juntos. Talvez eu devesse me conformar com isso, já que eles iriam ser felizes. E, agora, eu tinha a responsabilidade de cuidar de Zebadiah. O nome era estranho, mas a criança era linda. Ele tinha os olhos azuis e os cabelos loiros, assim como os de Angel. E a boca, era do Tom. Uma obra de arte perfeita, consequência da soma de pequenos e belos detalhes dos seus pais.

Percebi que o amor não segue expectativas, seu mistério é puro e absoluto e que a vida só pode ser compreendida olhando para trás, mas só pode ser vivida olhando para frente. Acho que existia um plano para nós dois. É como o livro diz. Deus age de formas misteriosas. Algumas pessoas gostam. Algumas não. Tive que morrer 2 vezes para perceber isso. Hoje, eu e Tom somos imortais. Passamos pelo mundo dos mortos juntos e nos transformamos juntos. Um depende do outro para sobreviver. Ele é minha imortalidade e eu sou a dele. Tivemos que sofrer muito, mas valeu a pena. Hoje, estamos juntos e somos felizes. E seremos felizes. Para sempre.

Ao infinito... e além!
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitimeTer maio 14, 2013 3:30 pm

bua AAAAAAAAAAhhhhh que final lindo :')))

To chorando muito.. não to conseguindo nem escrever direito kkkk

Parabéns Liebe, simplesmente liiiiinda a fanfic e muito emocionante :')
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MensagemAssunto: Re: Cidade dos Anjos - Último capítulo!   Cidade dos Anjos - Último capítulo! Icon_minitime

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